Os imigrantes e a formação de um novo paladar
Amigos, eu vou fazer uma grande postagem sobre as origens da culinária brasileira.
Principalmente da região chamada por historiadores gatronômicos de: Paulistânia.
Sei que na blogosfera muita gente não curte postagens longas, então vou dividir em algumas partes, mas vou fazer de forma, que cada uma delas seja fechada em uma leitura bacana.
Um pouco antes da Primeira Guerra Mundial, os europeus já viviam sob grande tensão.
Pequenas guerras e conflitos já pipocavam aqui e ali, e o povo sabia que, a qualquer momento, uma guerra de dimensão continental poderia acontecer.
Foi nesse clima quase insustentável que muitos imigrantes vieram para o Brasil. Descobriram, por meio de "facilitadores", que havia grande demanda de mão de obra nas grandes fazendas. Principalmente nas plantações de café, fumo, cana-de-açúcar e nas fazendas de gado leiteiro.
Nessa época o Brasil estava abandonando gradualmente a mão de obra escrava. Apesar da abolição ter ocorrido oficialmente em 1888, em alguns lugares, até por volta de 1910, ainda se praticava essa barbaridade.
Falando nisso; ano passado encontraram fazendas no Rio Grande do Sul, onde pessoas trabalhavam quase como escravos — mas essa é uma outra história, que qualquer dia nós podemos debater por aqui.
Voltando à conversa de hoje, esses europeus vieram para o Brasil, com o sonho de trabalhar, crescer e prosperar.
Eles desembarcavam principalmente no porto de Santos, onde agenciadores levavam os que não tinham dinheiro para trabalharem nas fazendas de São Paulo, Minas Gerais, Norte do Paraná, sul de Mato-grosso e de Goiás.
Já os que tinham melhores condições financeiras, eram quase que engambelados pelos mesmos agenciadores, que os vendiam terras em lugares de mata fechada e de difícil acesso, como foi o caso, dos italianos e alemães na serra Gaúcha.
Calma, gente!
Eu prometi que essa postagem seria sobre "as raízes da culinária brasileira", e a gente ainda vai chegar lá. Mas o "trem", como diz o mineiro, que será personagem importante na nossa história, não é tão simples assim.
Mas por hoje paramos por aqui.
Coloquei a imagem das capas dos meus dois livros ao lado.
Se quiser adquirir algum deles, é só clicar na imagem, e será direcionado para a loja.
Também tem o link na aba: Onde me encontrar, para adquirir o segundo livro na versão e-book, na Amazon.
A introdução foi ótima e sabes que meu marido é italiano e a bisavó dele nos idos tempos, veio de Itália para trabalhar nas plantações de café,em SP. E ali nasceu então sua filha, brasileira portanto e que depois retornou para lá! Era comum isso!
ResponderExcluirVai ser interessante teu trabalho! abração, chica
Isso aí Chica. E esse pessoal foi muito importante para as raízes de nosso registro culinário.
ExcluirUm abração minha amiga!
Boa noite de Paz, André!
ResponderExcluirGosto muito da colonização italiana.
Nosso Estado aqui, o ES, tem muito dela.
Amo as comidas também e toda cultura italiana que aprendi a encontrar sabor mais refinado aqui.
O café ainda pospera, tive num campo de café por aqui, há pouco tempo, bem florido (carregado), um pouco antes do fruto encher os pés e, depois, carregado do fruto café.
O cultivo dele aqui é em muitos locais que visito.
Inclusive ainda com algum resquício de trabalho escravo descoberto e desfeito, no caso.
Vamos acompanhar que promete ser cheio de curiosidades.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz
Olá Rosélia!
ExcluirDeve ser muito gratificante esses passeios nos cafezais.
E sim, a cultura italiana, misturada com tanats outras no Brasil, é muito rica.
Um abração!
Bem, vou esperar pra ver (ou comer?) o que vem por aí. Mas será que existe uma comida tipicamente brasileira, nascida aqui e que não foi baseada em nenhuma culinária importada? Talvez as comidas nativas indígenas?
ResponderExcluirOi Dudualdo!
ExcluirAté tem.
Mandioca que os indigenas faziam, e era uma planta nativo do Brasil e que até hoje não sofreu tanta alteração em seu preparo.
Peixes assados enrolados em folhas também.
Mas espere e verá.
Boa tarde André
ResponderExcluirGOstei muito do texto.
Vou acompanhar para ver e ficar a saber tudinho.
Boa semana.
:)
Olá amiga Pity!!
ExcluirVai acompanhando aí.
André, você começa falando de comida, mas logo a gente entende: essa crônica é sobre fome. Fome de terra, de trabalho, de oportunidade e também fome de pertencimento.
ResponderExcluirVocê nos leva até a beira do fogão da história, mas antes de acender o fogo, mostra o caminho da lenha: imigração forçada, falsas promessas, um Brasil que ainda engatinhava na ideia de liberdade enquanto vendia sonho com sotaque europeu. O texto é leve, mas não alivia. A leitura flui, mas dá nó na garganta. E no meio disso tudo, ainda sobra espaço pra rir de leve, com o “trem” que virá e essa promessa de que a cozinha brasileira é mais que mistura é resistência, esperteza e sobrevivência.
Pode continuar. Tô de guardanapo no colo. 😌
Abraço 🤗
Fernanda!
Olá Fernanda!
ExcluirÉ... esse texto e os próximos terão mesmo assintos secundários nas entrelinhas.
Parece que você foi a primeira que notou.
Estou lendo um livro muito legal, chamado: A culinária caipira da Paulistânia, onde diferentemente dos textos que resolvi publicar aqui, os autores não tocam em assuntos sociais mais à fundo. Eles falam superficialmente.
Eu sou formado em História e Geografia, mas não leciono mais há algum tempo. Mas a história está no sangue, e depois que ela entra a gente não consegue olhar para as coisas da mesma forma que antes.
Tudo sempre tem um porquê.
Vou tentar passar isso aqui.
Um abraço minha amiga!
Oi Andre!
ExcluirQue bom!
Sim, senti mesmo esse sopro de entrelinhas nos teus textos como se algo mais denso estivesse querendo escapar pelas frestas. Gosto quando a escrita deixa vestígios do que não foi dito. E você tem feito isso com sutileza.
Fiquei curiosa com esse livro sobre a culinária caipira! É curioso como certos temas que à primeira vista parecem leves acabam revelando raízes profundas, né? Talvez porque comida também seja memória, geografia afetiva, modos de viver e sobreviver. Ah, e adorei saber da tua formação. História e Geografia explicam muito dessa tua vontade de escavar sentidos, de olhar para além da superfície. Concordo demais: depois que a história entra, a gente não consegue mais ver o mundo do mesmo jeito.
Vou acompanhar tuas próximas publicações com ainda mais atenção.
E sigo torcendo pra que esse “porquê” de tudo continue encontrando espaço nas tuas palavras.
Um abraço grande,
Meu amigo.
André,
ExcluirO SER, leu o título, sentiu o cheiro do tempero imaginário e comentou como se tivesse degustado o texto inteiro. O problema é que há também viagem na maionese né? Kkkk.
😂 Pelo menos alguém saiu saciada, né? Agora me diga: será que se eu escrever sobre política ela vai elogiar o tempero do feijão tropeiro? Kkkkk
Andre, tô ficando horrível 😢 credo kkkkk 😊
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
ExcluirÉ a vida minha amiga!!!
Que viagem rica pelas raízes da culinária brasileira! 🇧🇷 A forma como destacas a influência indígena, africana e portuguesa revela bem a diversidade e a alma dos sabores do Brasil. É uma delícia aprender através da história e da comida! Fiquei com água na boca só de imaginar tudo isso servido à mesa.
ResponderExcluir💜 Desejo-te uma excelente semana!
Com carinho,
Daniela Silva
🔗 https://alma-leveblog.blogspot.com
🦋 Visita também o meu cantinho 🌸
Eu ainda não falei nada sobre indígenas, africano e portugueses, você leu?
ExcluirOi Andre
ResponderExcluirA cozinha a Paulistânia é conhecida como caipira onde se come feijão tropeiro e frango com quiabo. Certo que vais falar sobre como isso está sendo resgatado pelos chef 's da atualidade _ visto que por aqui ainda se valoriza a comida sofisticada nos grandes restaurantes _ lagosta, camarão, picanha e por aí vai... Aguardo suas receitas rsrs ou sugestões de boa comida. Ou se o brasileiro tem realmente raízes fortes da gastronomia. Um abraço e obrigada pela visita,AMansim
Isso mesmo Lis!
ExcluirMas não só isso, né?
Angu, doces, quitutes, bolos, bastante galinha, porco, carnes e alguns peixes.
Polenta, queijos e algumas coisinhas mais.
Pretendo falar da Paulistânia e também da sua contribuição para a culinária do Brasil.
Será que entrei no último vagão do "trem"? Já sinto os sacolejos. Até em viagem de trem há estradas esburacadas. Sigo esta viagem aguardando também a sobremesa...
ResponderExcluirObrigado pela visita, caro Mansim. Tenho aprendido com as trocas entre você e aleatoriamente Fernanda.
Grande abraço, professor!
Olá! Que bom que apareceu aqui!
ExcluirKkkkkkkkkkk. Trem para o caipira paulista e mineiro é tudo!
Tudo pode ser chamado de trem.
Kkkkkkkkkkk.
Uma comida boa, eles falam: Uai, sô, mas que trem bão esse!!!
Kkkkk.
Um abraço!
Oi, André, já começou muito bem, vou acompanhar essa,
ResponderExcluirnão vai ser só comidinhas, vem história junto, dos imigrantes, gosto disso.
Aguardo, querido amigo!
Abraço daqui do solo gaúcho! 😄🙋♀️
Olá Taís!!
ExcluirQue bom que vem acompanhar!!!!
Tem bastante história sim.
Vai gostar.