Não desistimos!

O filho do dono da Odebrecht disse que se não for solto, a república vai cair!

O pai dele, o Odebrechtão mais velho, disse que é bom que façam mais três celas: uma pra ele, uma pro Lula e outra pra Dilma... Uai! O que será que o povo, os políticos da oposição, a imprensa e nós mesmos, estamos esperando?

Tudo bem, existe aquela máxima de que até que se prove, o réu é inocente; mas gente! Provar mais o quê?

Ah... Se essa situação fosse nos Estados Unidos, ou em algum outro país onde o povo é sério...

Mas tudo bem... A seleção está na copa América e a nossa preocupação hoje é que o Neimarzinho não vai jogar. Logo ele tadinho, que é tão perseguido pelos juízes, pelos jogadores maldosos e agora até pela justiça da Espanha...

Isso aí! Somos brasileiros e não desistimos nunca!

Ciranda

Pedro detesta novelas que tem algum casal homossexual, mas ele não perde um capítulo.

Barbara não gosta das baixarias que os participantes do Big Brother fazem, mas ela assiste, torce e às vezes até vota.

Juliano acha que nos atuais programas de humor tem muitas mulheres seminuas e indecorosas e, que isso não faz bem para a sua família, mas ele assiste e dá muita risada com os comediantes e suas piadas repetidas.

Manoel fala que o Brasil vai de mal a pior, e que esses políticos que estão aí são todos ladrões, mas a cada eleição, ele vota nas mesmas pessoas.

Marcio fala que o que acaba com nosso país é a malandragem, mas ele tem uma antena pirata instalada em sua casa.

Claudete fala que sua vizinha é fofoqueira, e que ela detesta fofoca. Ela fala isso pra uma, pra duas, pra três, quatro, cinco... Vinte pessoas.

Todo mundo tem uma reclamação sobre a forma que o mundo gira, mas infelizmente somos os primeiros a entrar na ciranda...

Nada vai mudar. Nunca! A não ser, que a mudança seja pessoal. Que ela venha individualmente, consertando, a mim, a você, a todos nós. 

Serve muito pra mim...

O tempo corre, corre, corre, e com isso a gente vai deixando a ferrugem atacar. Quietinha, na surdina. Consumindo aos poucos, nossos cansados neurônios, que se desligam sentados no sofá, em frente da televisão, como um morto vivo, zumbizado, desanimado.

O tempo corre, corre, corre, e a gente entra na onda!  Achamos que é normal, trabalhar até que nosso ânimo chegue ao desânimo, e assim, chegamos em casa ligados no controle remoto. Desejando que o mundo acabe agora! Que os problemas sumam, e que a cama seja uma toca para hibernarmos no inverno! Ah, e desejamos que este inverno não acabe nunca mais!

Coisa feia!

Nós deixamos o mundo consumir a gente. Deixamos que as obrigações ganhem uma forma muito maior do que elas realmente tem.

Deixamos de nos divertir, de ler um bom livro, de escrever poemas, crônicas e histórias fantásticas que estão guardadas lá dentro da nossa moringa. Deixamos de caminhar, de beijar, de amar, de correr, de praticar algum esporte, e praticar algo que faça bem pra nossa alma!

Coisa feia!

Nós somos os culpados! E o pior é que temos respostas e desculpas para tudo. Desculpas para nossa preguiça, desculpa para nossa displicência, desculpas para nosso desleixo.

Sabendo que o tempo não vai parar de correr nunca, e que os problemas vão nos atacar sempre... A maneira mais fácil de lidar com essa situação é, produzir! Produzir algo que traga boas emoções. Bons pensamentos, alegria, juventude, satisfação.

Certamente, isso não acontecerá na frente do sofá, no final da tarde, começo da noite e depois noite adentro!

Pensar sobre isso serve muito pra mim... E pra vocês?

Na mente, fantasias...

Amiguinhos... Ufa! Voltei.

Tomei um fôlego e acho que tenho mais um tempo de lenha blogosférica pra queimar. Será que vocês aguentam????

Então... Tá aí uma crôniquinha para a volta. Divirtam-se!

Pensar, pensar e pensar. Fantasiar... Sonhar acordado!

Já fui jogador de futebol famoso, já fui escritor de sucesso, já fui beduíno no deserto, já fui policial, ator, comediante, herói, vilão, pirata e até um velho de mais de cem anos.

Esses dias casei meu filho, que na verdade tem três anos. Arrumei a festa pra ele, adotei a esposa dele como filha, dei uma casa de presente de casamento e depois, acordei! Acordei das fantasias acordadas. Dos sonhos não dormidos, dos sentimentos não sentidos, das histórias reais vividas apenas na nossa dimensão particular.

Já lutei com o Anderson Silva em uma festa, ele apanhou muito, mas deve ter apanhado só porque o dono do sonho era eu, quem sabe se um dia ele sonhar em lutar comigo, talvez ganhe também? Acho difícil...

Já corri de Ferrari, já viajei pra Bahamas com minha esposa, já pilotei avião, já comprei um Opala velho e deixei ele mais novo do que quando saiu da fábrica a quarenta anos atrás... Todo mundo pagou geral pro meu Opalão!

Sonhar não custa nada. Fantasiar faz a gente viver mais. O mundo da imaginação não vale só pra crianças... Aliás, ser criança, também não vale só pra crianças.

Já falei poucas e boas, pra quem não posso falar poucas e boas. Já discuti com que não posso discutir; xinguei e depois de perder a razão, ainda ganhei a discussão.

Sonhos desafogam, mas quando vem ajuntadinhos com mágoa, é bom que sumam de nossa mente. Mesmo que deem um aparente prazer, é bom não alimentá-los. Isso dá câncer!

Sonhos quando sonhados e ajuntadinhos com sensações boas, mesmo que aparentemente irrealizáveis, devem ser sonhados. Devem ser fantasiados; devem ser pensados. Eles trazem esperança e prazer sonhado.

Algumas pessoas falam que não se deve viver deixando a imaginação fluir muito. Falam que a gente tem que ser mais racional. Existe até um ditado que fala: “de pensar morreu um burro...”

Alguém aí é burro? Se for, não pense, deixe isso pra nós... Os sonhadores!