segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A linguagem dos poetas

Muitas vezes nós somos enganados pela linguagem rebuscada que os poetas usam para formularem seus textos. Se a gente for prestar atenção mesmo no conteúdo da coisa a gente percebe como a linguagem poética pode esconder umas coisas que muitas vezes se faladas na linguagem coloquial fica até meio feião de ler e de falar. Resolvi então traduzir para o coloquiês alguns exemplos do rebusquês.
Exemplo 1:
Sua tez enrubreceu, ao ver os contornos curvilíneos de sua amada. Seu coração bombeava emoções que sufocavam seu ser.
Ele teria que descarregar seu instinto animal e seus fluidos carnais urgentemente!!
Tradução: Ou esse cara dá uma rapidinho ou ele vai ter um tróço !!!
Exemplo 2:
Ludicamente a criança caminha num mundo de sonhos sobre o jardim em que sua mãe, feito uma artesã, criara sua mais bela obra prima...
Tradução: Eita moleque bagunceiro, estragou todo o jardim que a mãe penou pra deixar bonitinho!! Ah... vai apanhar na certa.
Exemplo 3:
Os alvos e parcos cabelos brancos que adornavam aquela cabeça octagenária, camuflavam seu falo em riste e seus olhinhos vivos que fitavam entusiasticamente a rebolativa e quase desnuda, arrumadeira da casa de seu derradeiro rebento...
Puxa... parece lindo né? Mas lá vai a tradução:
Que véinho tarado esse... Com oitenta anos, (de pinto duro) e de zoião na empregada do filho mais novo, e ela por sua vez, não tem nada de santa, com essas roupinhas curtas se mostrando e se insinuando, pra lá e pra cá .
Exemplo 4 :
Enquanto a boemia o levava aos braços calientes das damas da noite. A rainha do seu lar, preparava seu recanto e esperava numa noite de longos minutos, a fitar aflitamente o relógio que lhe respondia: Tic tac, tic tac, tic tac...
Agora deu vontade de chorar... Como é bela essa cena de amor... Mas traduzindo: O cara é putanheiro e essa mulher é uma tonta!
Então amigo, preste atenção nessa linguagem dos poetas, que esses caras são espertos, falam coisas que a gente não entende ou apenas querem passar despercebidos pela nossa cabeça de mamão e nossa linguagem chula e coloquial...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Nasci em 72, parte 2

Quando eu consegui arrumar minhas primeiras fitas de rock nos anos 80, eu tinha uma coisa incomum com meus amigos, é porque eu tinha umas fitas de umas bandas desconhecidas enquanto todo mundo só tinha RPM, Ultraje, Capital, Legião, e eu já escutava 365, Inocentes, Plebe, Hojerizah, e mais um monte de bandas diferentes.
Eu estudava numa escola chamada Jácomo Stávale na Freguesia do Ó, em São Paulo,que ficava a uns 30 quarteirões mais ou menos de casa, e mesmo assim eu ia a pé de manhã estudar, voltava de ônibus e depois voltava a tarde na escola para educação física ou para simplesmente ficar ali jogando bola nas quadras, a escola tinha três quadras. Nessas voltas a tarde não tinha ônibus, era tudo na sola mesmo.
Ali no Jacomo eu conheci uns caras que curtiam um som mais pesadinho, tinha um amigo o Marcelo Sussi, que me apresentou uma banda chamada Garotos Podres, no começo essa banda me pareceu um pouco agressiva, com letras políticas e anárquicas, mais depois que você escutava algumas vezes começava a entender o que eles queriam dizer com suas letras irreverentes e as vezes toscas. Alí no Jácomo eu também conheci com uns caras que andavam de skate uma banda que iria mudar minha vida e meu gosto musical para sempre, RAMONES, “a banda” do rock’nroll e punk rock mundial.
Eu curtia todo esse som, mas eu não me enquadrava em nenhuma dessas tribos roqueiras, eu era um menino bem criado, educado, que não falava em gírias, que estudava muito, gordinho, de óculos, tinha uns amigos tão esquisitos quanto eu, e não pegava ninguém... Na verdade eu demorei muito a pegar alguém...
Só que as pessoas que eu via que curtiam rock não ficavam só nisso, muitas usavam drogas, brigavam com outras tribos, andavam com roupas chocantes, faziam tatuagens, não estudavam e as vezes nem trabalhavam. Eu era diferente disso, não me enquadrava em nada, mas conhecia mais sons que todos eles, porque como eu não era especificamente de tribo nenhuma, tinha passe livre entre elas sem problemas e sem brigas.
Assim, eu fui no ensaio de uma banda lá da Freguesia chamada 365, uma das melhores bandas de rock do Brasil nos anos 80” Foi assim também sem ser percebido pelos bobos ignorantes que eu fui num show que teve numa escola perto de casa onde tocaram umas bandas do ABC na época que banda do ABC tocar em São Paulo era chamar para a guerra. Foi assim que eu tinha muitos amigos que curtiam um som mais light, tipo Lulu Santos, Lobão, Blitz, Paralamas...
Eu cruzava as fronteiras livremente, e assim passeando entre os estilos musicais e as tribos que via e tinha amizade foi que eu comecei a perceber que alguma coisa estranha acontecia no mundo da musica, geralmente muitas bandas ótimas nunca tocaram nas rádios, com discos bacanas, mas que nunca vendiam porque ninguém nunca falava deles, foi aí que eu resolvi optar pelo som do underground, pelo som marginal, mas isso fica para mais uma continuação...

Qualquer dia desses...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A matematica do Apocalipse

Por favor não pirem na batatinha após ler essa postagem...

Este ano vamos experimentar quatro datas incomuns... 1/1/11, 1/11/11, 11/1/11, 11/11/11
E tem mais!
Pegue os últimos 2 dígitos do ano em que nasceu mais a idade que você vai ter este ano e some, a resposta por acaso é 111?
Ixi... Você está ferrado então hahahahahaha,
Brincadeira, porque com todas as pessoas do mundo esse ano também dará o mesmo resultado...
Coisas de outras dimensões, dos extra-terrestres, do Capeto?
Para mim é simplesmente matematica.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cambada de pedras

Eu estava lendo um artigo hoje falando sobre o fim do mundo em 2012. O artigo dizia que segundo o calendário Maia, segundo o Nostradamus, e segundo umas traduções bíblicas, o mundo vai mesmo acabar em 2012.
Nóssa que coisa né? Já pensou a gente ir dormir aqui e amanhã não existir mais aqui... E aí? Pra onde a gente vai?
Os cristãos falam que os salvos irão para o céu, ou paraíso, ou morar junto de Deus, os espíritas falam em reencarnação, mas reencarnar onde se não vai ter mais nosso planetinha? Talvez em outro planeta com vida. Os budistas falam que a gente pode até nascer pedra na teoria de que podemos regredir e progredir livremente, bom pelo menos pedra eu acho que vai sobrar aqui né? Pedra pelo que eu entendo não precisa de respirar, comer, beber... É pedra seria legal, aí a gente esperaria uns milhões de anos e a vida começaria a brotar de novo. É uma alternativa a se pensar.
Um amigo meu tem certeza que a Terra vai acabar em 2012, ele já estudou tudo, já leu tudo, já sabe tudo, mas ele prestou vestibular para psicologia esse ano, então eu fui perguntar pra ele se ele iria ser uma alma penada psicóloga de espíritos encarnados em pedras, porque só pode ser né? Se no cristianismo fala que a gente vai pro céu, lá não deve precisar de psicólogo... Ah... mas ainda tem os espíritas que vão reencarnar em outros mundos, mas talvez lá o Freud não seja tão famoso e aí a faculdade do meu amigo não vai valer nada.
O fato é que tem gente se preocupando com o fim do mundo e se esquecendo do fim do mês, do fim do salário, do fim das famílias, do fim da honestidade, do fim da inocência, do fim da infância, e de vários finais que estão acontecendo aí na nossa cara, e a gente não faz nada, não fala nada, não age... Sabe, o mundo da Lua é aqui, basta a gente ficar alienado e perdido em meio as situações da vida, pronto, para perder o fio da meada é rapidão, para perder as esperança é rapidão, para cometer um suicídio é rapidão, basta perder o fio da meada da vida. Por isso a gente tem que vigiar e tentar sempre ter pequenos sonhos, e sempre realizar esses pequenos sonhos, porque mesmo que sejam pequenos sonhos, a realização deles faz bem pro ego e assim com o ego firme você nunca vai desanimar, senão seu mundo vai acabar mesmo em 2012 e talvez nem chegue lá!
Mas se você lutar com a vida ser feliz e mesmo assim em 2012 o mundo acabar mesmo, aí cambada de pedras que está lendo essa postagem agora, não fiquem tristes pois meu amigo psicólogo vai atender vocês e dividir a consulta em 24 milhões de anos sem juros.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Coçadinha na barriga

Só faltava essa, a Frida agora é mineradora... Ela está cavando cada buracão lá no fundo do quintal que não tá dando certo. Agora que a grama lá no fundo pegou ela encasquetou que tem que encontrar petróleo pra ver se eu ficando rico e assim troco a ração dela por aquela “Royal cannes diamante premiun”, que custa cinqüenta paus o quilo... Só pode ser isso.
O pior é que eu fico com dó da Andréia minha esposa que lava o quintal todo dia, (porque a mineradora cava a grama e sai embarreando a varanda, o corredor, e a garagem toda), e fica “P” da vida e com raiva da Frida, e fico também defendendo a Frida porque ela é um animal e não sabe que não pode sujar o quintal, (né amorzinho...)
Fui pesquisar no Google porque os cães dão essas loucuras de ficar cavando o quintal durante uns dez a quinze dias sem parar, e sabe qual a resposta mais falada? É que o cachorro está carente e quer chamar atenção e se for fêmea então, aí isso é bem mais freqüente.
Caramba! Tô ferrado, a Chambinha (minha gata) adora uma atenção e uma coçadinha na barriga, a minha esposa adora uma atenção e umas coçadinhas não só na barriga, e agora a única que só dava atenção sem cobrar nada começou a fazer esse terrorismo?
Sabe acho que é por isso que muitos amigos nossos de vez em quando dão um trabalhinho pra gente e se tornam chatos por uns dias, e brigam com a gente e somem por um tempo, acho também que é por isso que muita gente trata os outros com aquelas caras de coitados ou de nervosos, e falam alto e com falta de educação com pessoas que nem conhecem, porque nos seus íntimos eles querem mesmo é atenção, querem carinho, querem ser entendidos e talvez só notados, uma coçadinha na barriga do seu ego.
Mas infelizmente cada um tem um jeito de chamar atenção, uns com amor e carinho, outros com nervosismo e chatice, mas isso é uma característica humana que nós vamos ter que conviver, porque cada indivíduo traz consigo uma estória de vida e uma família que pode lhe ter tratado com muito amor ou com muita ignorância quem sabe.
Eu sei que a gente também não é obrigado a agüentar falta de educação de ninguém, mas se a gente começar a olhar por esse lado da carência a gente vai certamente entender mais as pessoas e deixar passar um monte de brigas que normalmente a gente compraria. O negócio é ter dó das pessoas mal amadas e mal resolvidas e se possível dar atenção e simpatia a elas, quem sabe assim a gente encontre até mais alguns amigos aí pela vida.
A Frida eu já comecei a coçar a barriga dela, e passear mais com ela que adora sair pra rua, quem sabe assim meu quintal pára limpo e eu ganho uns carinhos das minhas fêmeas aqui em casa, afinal uma coçadinha na barriga da gente também não faz mal né?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A hora do “click”

A gente era bem pobre quando eu era criança. Era pobre mais por causa das aventuras românticas do meu pai do que por causa da situação. Meu pai era eletricista de carros, era “o” eletricista de carros. A oficina dele vivia cheia e ele até dispensava serviço. Carros novos da época, importados e relíquias, quem tinha, só consertava na oficina dele. Ele era um bom cara, daqueles que sempre eram o centro das atenções em qualquer festa, ou em qualquer reunião de amigos, ele poderia passar a noite inteira contando piadas que ele não repetiria nem uma, (isso eu herdei dele), mas de tão legal, tão legal, tão legal, que ele era, ele não conseguia falar não para um rabo de saia, e os rabos de saia estão aí pela noite querendo te sugar até o último golinho da sua carteira...
Bom, então como a situação ia assim mais ou menos, nós fomos morar numa casa que era numa baixada, da rua para descer no quintal da casa tinha uns cinqüenta degraus, a gente descia tudo aquilo e lá em baixo era a porta da casa. Ao lado tinha um terreno baldio e passava um córrego ladeando a casa e que passava bem pelos fundos até desaguar uns dez quarteirões depois numa rede de esgotos.
Foi nesse córrego que brincando com meus amiguinhos que eu contrai hepatite, mas ainda bem que foi daquela fraquinha. Eu me lembro que ficava de cama o dia inteiro, comendo papinhas e chá de picão, que é um tipo de carrapicho que dizem que é um remédião contra hepatite.
Um dia choveu tanto, que o córrego transbordou e encheu nosso quintal, nossa casa, e foi até quase o meio da escada. Ainda bem que não tinha ninguém em casa, eu estava no prézinho, minha mãe e meu pai estavam trabalhando.
Minha familia perdeu tudo o que tinha, tudo mesmo... A TV Telefunken (olha só a marca), a geladeira, as roupas, sofá, cama e tudo mais virou lama, e esgoto do córrego. No outro dia parecia um pântano, com bastante lixo e umas pitadinhas de cocô dos esgotos dos nossos amigos vizinhos...
Sabem, desde aquela época o descaso das autoridades eram enormes com o povo que idiotamente os elege e os coloca no poder. Esse córrego invadiu mais umas dez casas de vizinhos meus, transbordou pelas ruas seguintes e fez um estrago, me lembro que mais de quinze anos depois eu voltei a passar por aquela rua e o córrego estava lá do mesmo jeito. Então vendo essas catástrofes que aconteceram esses dias eu fico pensando... Será que existe vontade política para arrumar as coisas? Será que existe vontade pública para cobrar as autoridades? Ou nosso povo é um monte de bananas mesmo que não liga pra nada e do jeito que colocarem nossa lavagem no cocho pra gente comer está bom demais?
Se um simples córrego totalmente canalizável eles demoram décadas pra arrumar, quando arrumam, o que diremos desses problemas muito mais graves do Rio de Janeiro e das marginais de São Paulo e de tantos lugares...
Bom, ainda bem que meu pai alugou uma casa melhor pra gente, essa tinha uns sessenta degraus, mais ainda bem que não tinha córregos em volta... E essa imundação em casa parece que deu um click nele, e ele foi aprendendo que não deveria brincar de ser pai de família, e sim “ser” um pai de família... Tomara que as autoridades movidas por essa tragédia também levem um click na conciência e aprendam a não brincar de governantes e sim que eles comecem a “ser”, os governantes em quem o povo acreditou e votou.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que há de real num reallity show?

Eu fiquei vendo aquele Big Brother ontem e me indignei... O que tem de real em programas daquele tipo? O que tem de real na Fazenda da Record? Será que a gente é bobinho ou é a mídia que quer fabricar um país de bobinhos?
Fiquei pensando... Que realidade é essa?
Bom, póde até ser que para 1% dos brasileiros que ficam o dia inteiro à beira da piscina, malhando em academia particular, dançando, bebendo, comendo do bom e do melhor, fazendo festas todos os sábados, e transando debaixo dos edredons, (é assim que escreve isso?), até póde ser real. Mas para o cidadão comum isso é real? Aquele cidadão que acorda cedo, pega três "buzão", uma van e ainda anda 20 quarteirões pra chegar no "trampo", na hora do almoço esquenta o marmitão com ovo, salsicha e tomate, (quando tem), "trampando de serventão" na obra, e que na hora de ir embora sai 7 horas do serviço pra chegar em casa na hora dos reallitys, com a patroa irritada com o (ou "os"), filhos pequenos, que chegaram com piolho da creche e estão dando trabalho pra raspar a cabeça. Enquanto ela deixa a janta queimar no fogão, porque tem que fazer tudo ao mesmo tempo, e por isso ela nem nota que está engordando, ficando com varizes, cabelo descuidado, esmalte lascado, olheiras enormes... Suas roupas não são de marca, nem as do marido, nem as dos filhos, isso tudo junto, ao ver o mundo da fantasia dos reallitys, cai como mensagens subliminares na cabeça dela dizendo: _ Veja boba, como você é pobre, feia... seu marido nem liga pra você!
Mas como o cara vai ligar pra ela, se ele chegou um bagaço do serviço, e não vê a hora de jantar e "tibum"... Cair na cama?
Mas como o cara vai ligar pra ela, se ele chegou e ela ainda está sem tomar banho, com a casa ainda desarrumada, com feijão queimado, com as crianças gritando... O cachorro fez cocô bem na porta de casa, ela não teve tempo pra limpar, porque além de tudo isso que ela está fazendo agora, ela ainda é diarista em 3 casas, lava roupa para 5 famílias, passa roupa para mais 4 famílias, tudo para ajudar o marido, que ainda se vê no direito de chegar cansado!!!
E enquanto isso, na Fazenda o povo está deitado em volta da piscina, tomando refrigerante diet, junto com o Max, um cachorro que nuuunnnncaaaa faz cocô na porta da casa, e se você mudar para a Globo, o povo está escutando as baboseiras do deus Bial, que chama os brothers de heróis, e viajantes da nave, até parecem que eles vão resolver os problemas das enchentes no Rio, que vão resolver o problema da falta de hospitais, de escolas, de honestidade política, porque segundo o deus Bial, eles são "os aventureiros da casa mágica", mas que na verdade passam o dia tomando o refrigerante diet da marca concorrente do da Fazenda, comendo brioches e shakes proteicos, ou malhando na academia da casa, enquanto conversam como a vida é muito dura ali dentro! Uma pressão terrível!!!
E o povão assiste, assiste, se frustra, assiste, se frustra e vai dormir depois que as crianças já mamaram, ou comeram seu arrozinho com feijão, e caíram no sono no sofá!
O pai e a mãe os levam para a cama, (que muitas vezes é ao lado das suas), e enquanto a mãe vai dar um trato no banheiro, arrumando o cabelinho maltratado, escovando os dentes e pensando: _ Será que hoje tem? O pai já está no terceiro sono, deitado pelado ou com aquela cueca bege, peidando e roncando feito um porco!
Mas amanhã o reallity vai continuar, e a vida que ninguém quer mostrar na televisão também... Toda a rotina do povão e toda a dureza da realidade real!
Ah ... Mas se você perguntar ao povão se o marido e a mulher são felizes, eles vão dizer que sim e que ama um ao outro, porque a vida é assim mesmo e um dá força para o outro viver e continuar lutando. Mas se você perguntar ao povo da realidade virtual dos reallitys se eles são felizes, eles vão dizer que não... afinal de contas, tudo não passa de um jogo !!!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"Tamo Ferrado"

Hoje li um texto que o meu amigo Willan, (puxa vida eu sou meio burrão e ainda não sei colocar o nome das pessoas e fazer virar um link), postou no seu blog falando sobre extra terrestres e as maluquices dos terráqueos. Esse texto me deixou pensando o dia todo numa conversa que tive com um amigo que é de uma religião dessas diferentonas que falam em pessoas do outro mundo, de outras dimensões e até de outras galáxias. Esse amigo meu falou que essas pessoas que são destaque na humanidade como foi Jesus, Buda, Gandhi, Maomé, Newton, Sócrates (não o do Corintians), Tales de Mileto, Renato Russo, Lenon, talvez até o Paul, Elvis, e mais uma porrada de gente que revolucionou alguma coisa ou que é famoso, na verdade são de uma raça, (ou de algumas raças, não necessariamente a mesma), superior. Ele me falou que essas criaturas superiores vieram de seus planetas natais mais evoluídos que o nosso, para nos ajudar a melhorar nossa pobre racinha de vira-latas humanos!
Sim nós que somos atrasadíssimos, somos de um planeta em desenvolvimento e com uma espécie de humanos em desenvolvimento e portanto vira-latas intergaláticos!!!
Ainda bem que eu sou cristão e não acredito nessa conversa, apesar de respeitar meu amigo, porque se ele acredita eu tenho que respeitá-lo, não sou obrigado a concordar, mas respeitar eu sou obrigado né... Mas voltando ao confuso raciocínio, ainda bem que eu não acredito porque senão eu iria ter que acreditar que pessoas de planetas mais atrasados, só que com uma tecnologia alienígena hipnotizadora estariam nos invadindo cada vez mais e estariam querendo tomar nosso mundo!
Por exemplo o Luan Santana, puxa vida esse menino só pode ser um marciano hipnotizador... E o NX0 então? São todos ETs, o Restart também, a Lady Gaga, olhando bem, ela até parece uma etezinha de vez em quando né? E o Lula, esse é do planeta dos magos hipnóticos da galáxia dos bons de bico, que enganou e fechou os olhos de 80% de um país inteiro... A Dilmona eu acho que é da Terra mesmo, mas a Amy chapadona é do planeta dos pés de canas interplanetários...
Puxa vida, temos que abrir nossos olhos, porque se meu amigo tiver razão, acho que a coisa está virando ao contrário e nós estamos sendo é usados como o lixão do Universo e nossos grandes homens e mulheres é que estão saindo daqui e nos deixando aí, sozinhos com essa gente estranha...
Raul Seixas, Camões, Ulisses Guimarães, Frank Sinatra, Stevie Ray Vaughan, Lincon, Dom Pedro segundo, Airton Senna, Paulo, Chacrinha, Ronald Golias, João Paulo segundo, Shakespeare, e mais um monte de gente que pela teoria do meu amigo deveria voltar aqui, acho que se esqueceram do nosso endereço...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Nasci em 72

Nasci em 72, nos ditos negros anos 70, onde dizem, a cultura no Brasil não foi tão criativa. Hoje redescobrindo esses anos 70 eu vejo que eles foram injustiçados e muito injustiçados...
Mas minha juventude e adolescência foi vivida na década seguinte, a famosa década do cafonismo brasileiro, das polainas, dos cabelos com mullets, dos bregas que atormentavam nossa cabeça nas rádios AM, bregas do calibre de Genival Lacerda, Almir Rogério, Nahin, Ovelha, Reginaldo Rossi, Amado Batista, Jose Luiz, Gretchen, Trio Los Angeles, Roberto e Erasmo e por aí vai...
Minha mãe era vidrada em escutar rádio e sempre ouvia Eli Corrêa, Barros de Alencar, Zé Bétio, Gil Gomes, e eu fui crescendo ouvindo essas coisas e me interessando porque o mundo do rádio é fascinante, então se você quizer saber qualquer musica de algum bréga desses aí, pergunte a mim que eu te falo...
Quando eu tinha uns 10 anos eu tinha um vizinho que se chamava Constantino que era um cara diferente pra mim. Ele se vestia diferente, usava umas camisas diferentes, usava coturnos, usava umas calças legais, tinha um fuscão muito incrementado e ouvia um som novo! Ele escutava uns discos diferentes dos que tocavam nas Am, ele escutava sempre um disco chamado Pânico em SP de uma banda chamada inocentes, ele sempre escutava uma outra banda chamada Zéro, e outra chamada Plebe Rude, e outra chamada Ira!, e eu ficava no quintal de casa escutando aquilo... Pra mim era o melhor som que eu já havia escutado na vida.
Foi aí que começou na TV cultura um festival que de bandas que tocavam num programa chamado Boca Livre, onde o Kid Vinil apresentava-o junto com uma moça que agora não lembro o nome. Esse festival mudou pra sempre minha vida musical. Ali se apresentavam bandas ótimas e bandas terríveis, mas eu amava a todas, é que eu estava conhecendo uma coisa chamada som Underground, e isso é maravilhoso!
Esse programa passava toda segunda feira e as bandas iam se classificando para as próximas etapas e ia afunilando. Ao final de cada dia de disputas sempre uma banda mais “grandinha e profissional”, iria lá fechar o programa. Foi lá que eu escutei pela primeira vez Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Os Titãs do Iê iê iê, (eles tinham esse nome naquela época), Inocentes, Cólera, Violeta de Outono, Civil, 365 e mais um monte de gente boa.
A banda que ganhou o concurso foi uma banda chamada Não Religião... Sumiu nunca mais ouvi falar dela, mas apesar deles terem ganhado não era a minha favorita. Minha favorita era a banda Juizo Final, com uma música marcada com uma bateria tribal, um baixo forte e uma voz rouca de um cantor com cara de Thor o rei do trovão... Puxa vida, também sumiu essa banda... Eles ficaram em terceiro lugar, ficando atrás de uma banda de Brusque estado de Santa Catarina, que se chamava Bandeira Federal que na minha opinião cantava a melhor de todas as musicas do festival que se chamava “A fuga”. Engraçado, eu gostava mais de uma banda e mais da música da outra. Puxa vida, nunca mais teve um programa tão legal na TV...
Lembro que naquele ano teve um amigo secreto na escola, e uma amiga minha a Deise me deu um Disco da Plebe Rude, uns dias depois disso eu fui na banca do seu Armando e vendi minha coleção de Homens Aranha da RGE inteirinha (putaquepariu porque fiz isso????), e com o dinheiro comprei um disco do 365 e uma fita k7 do Ira! Chamada Psicoacústica! Pronto, eu já tinha meus primeiros três discos!
Um dia o Constantino foi viajar no final de semana e a mãe dele a dona Maria me pediu pra ajudar ela lavar as janelas, eu fui ajudar e depois da gente lavar todas as janelas e portas e o chão do quintal e tirar todos os lustres e arrastar os móveis da casa pra ela passar pano... (acho que ela me tapeou...), eu sentei no sofá da casa dela e comecei a olhar os discos na estante, então ela falou se eu não queria levar pra casa pra gravar... Opa! Gravei os Inocentes, o Zéro, o Ira! Que eu não tinha, e o Ultraje a Rigor! Hehehe Eu já tinha mais alguns disquinhos, ou melhor, fitinhas...

Continua...
Não sei quando hein...
Mas continua...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

“Vendedorterapia”

Apareceu lá no meu serviço um senhor que veio para controlar o estoque da loja que nunca bate, na verdade ele não apareceu, ele foi contratado.
No dia em que ele chegou ele disse que é da área de exatas e que nuuuuunnnnnca conseguiria ser vendedor, e se tivesse que ser vendedor achava que morreria de fome, porque definitivamente ele não leva jeito para atender o público.
Bom, ele começou a trabalhar, começou pela arrumação e organização do depósito que realmente era muito bagunçado, depois começou a mexer na estrutura do depósito colocando tudo em prateleiras novas com nomes de ruas e números de gavetas, como se cada material tivesse um endereço dentro da loja, até aí estava tudo lindo. Depois ele começou a querer mudar a forma como a gente atende o cliente, foi onde minha pressão arterial começou a subir de novo... E olha que ela já estava controladinha a mais de 5 ou 6 anos!
Ele bolou um monte de papéis que falam quando alguém levou uma mercadoria, outros papéis falam se a pessoa retirou, outros papéis falam que tal produto está separado, outros papéis falam que tal produto está em falta, outros papéis solicitam que a empresa “arrume” ou compre junto aos fornecedores os materiais que estamos devendo aos clientes, outros papéis dizem que o material já foi arrumado e outros papéis dizem que o material já foi comprado, e uma funcionária lida com esses papéis e outra com outros papéis derivados desses papéis, e um outro menino com os papéis derivados dos papéis que vão para a entrega e... que droga!!!!!!!
Toda essa burocracia vem direto atrapalhar a minha pressãozinha que estava tão controladinha!!!! Os clientes reclamam de tantos papéis, reclamam da burocracia no atendimento, da burocracia na hora de retirar a mercadoria, da burocracia na hora de deixar a mercadoria reservada para retirar depois, e eles reclamam para o vendedor, porque o vendedor é o culpado de tudo, porque se a entrega atrasa a culpa é do vendedor, se a mercadoria está em falta a culpa é do vendedor, se tem burocracia a culpa é do vendedor... Tudo o que existe no mundo de ruim é culpa do vendedor, parece até que a cobra que falou pra Eva comer a maça lá no paraíso era uma vendedora vendendo a maçã pra boba da Eva!
E a pressão?
Do vendedor? Que se dane a pressão do vendedor!
No fundo toooodos sabem que a culpa não é do vendedor, mas o vendedor é o único que dá a cara à tapa, é o pára-choque da empresa, é aquele que recebe todas as reclamações de todos os lados, e ninguém quer nem saber, eles querem é encher o saco do vendedor, eu acho até que deve existir aí no inconciente coletivo das pessoas uma nova terapia que se chama “vendedorterapia”, que funciona assim, se você está nervoso no trânsito, ou com sua mulher, ou se for mulher e estiver com TPM, ou se seu patrão te maltratou, ou se seu bilau não funciona mais, ou se você engordou, ou emagreceu, não importa o problema, vá até uma loja e jogue sua raiva em cima do vendedor, porque o bom vendedor não liga pra idiotas iguais a você, porque vendedor não tem amor próprio, porque vendedor tem o saco maior que do papai Noel!
E assim todos ficam contentes, compradores da loja que não compram mercadoria suficiente não tem que escutar nada porque o vendedor já escutou, o pessoal da entrega não tem que escutar nada porque o vendedor já escutou, a telefonista, a caixa, os meninos que separam, ninguém tem que escutar nada porque o vendedor já escutou!!! E o dono da loja fica contente porque não tem que escutar nada, afinal ele paga por um vendedor e ganha de graça um para raio, ou um pára-choque, ou um pára-brisa, várias utilidades num bobo só!
E o sujeito que eu disse no começo da crônica que falou pelas próprias palavras que nuuuuuunnnnnca daria conta de atender o público, vai assim cada vez mais enrolando as coisas para o lado dos vendedores, afinal como ele mesmo sempre diz, (baseado na sua ingenuidade ou esperteza não sei): _ É só falar para o cliente ter um pouquinho de calma que ele vai entender...
Parece até que os clientes nesse mundo corrido são tão amáveis assim...
Ai minha pressãozinha...