quarta-feira, 16 de julho de 2025

Raízes da culinária brasileira, principalmente da Paulistânia


Parte 4

Indigenas: os verdadeiros donos do fogo!




Amigos, nessa nova postagem, vamos ter que voltar mais um pouco no passado para entender a culinária brasileira — principalmente, a culinária da Paulistânia.
Comecei há 3 capítulos, falando dos imigrantes que vieram para o Brasil, por volta de 1900. Depois falei dos negros.
E agora voltando mais um pouco, vamos falar dos indigenas.
Muita gente acha que os indigenas não contribuiram nada — ou muito pouco — para a nossa cozinha. Mas eu digo o contrário! Eles trouxeram alguns dos ingredientes mais usados no Brasil e que ganharam o mundo!
A mandioca, um tubérculo tiícamente brasileiro, foi cultivado, selecionado e desenvolvido pelos indigenas. 
Quando os europeus chegaram aqui, essa raiz fazia parte da alimentação das tribos brasileiras, de norte a sul do país.
A farinha de mandioca, o tucupi e até o polvilho eram subprodutos dessa raiz e faziam parte da dieta dos povos originários — sempre quis escrever "povos originários" em algum texto meu.
O milho, originário das Américas central e do Norte, já havia atravessado o continente e fazia parte da alimentação indigena em praticamente, todo território brasileiro. 
Até a pipoca já existia!
Batata-doce, pinhão, banana-da-terra, inhame, cará, madioquinha, (batata barôa), goiaba, açaí, palmito pupunha, juçara... Tudo isso é herança indigena na nossa culinária.
A forma de cozinhar direto no fogo com os alimentos enrolados em folhas de bananeira, é uma herança indigena. 
Hoje, quando você prepara alimentos no seu forno, enrolados em papel-alumínio, saiba que essa técnica vem daí!
Não se cozinhava assim no mundo!
Uso de pimentas — várias pimentas — e de raízes amargas, também tem grande influência indigena.
E o pirão!
Prato típico brasileiro, que é uma sopa de peixe engrossada com farinha de mandioca. Uma delícia... — Também é indigena!
Ou seja!
Você foi apanhado de surpresa!
Menosprezava os primeiros donos desse terreno aqui, e não sabia que eles foram tão importantes para o registro gastronômico do pais inteiro.
E tem mais! Não foram só importantes para nosso país, mas sim, para o mundo todo!
Na África, a mandioca é de primeirissima necessidade. Existe uma farinha super-nutritiva, feita com casca de ovos, folha de mandioca e sementes de abóbora, que tem salvado vidas de comunidades desnutridas no mundo todo, principalmente na Àfrica.
O milho ganhou quase todos os países do mundo e a pipoca é mais importante que os filmes de Holliwod nas salas de cinema.
Então, à partir de hoje, saiba: A culinária indigena existe! 
Mas como todas as receitas do nosso país, foram adaptadas, misturadas e re-criadas.  

Então, quando se sentar em frente da TV para assistir uma série e comer sua pipoquinha de micro-ondas, agradeça a Tupã!



8 comentários:

  1. Que legal que fizeste esse merecido resgate aos povos indígens. Adoro farinhas, milho,pipoca, pimentas... Valeu!
    abraços, chica

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    1. Então Chica!
      E o pessoal acha que os indigenas não ajudaram.

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  2. Olá, André!
    Gosto de tudo que colocou aqui. O pinhão eu deixei muito tempo sem usar e mofou, rs.
    Tenho que comprar de novo.
    Creio que sou filha dos indígenas. Como me identifico com a alimentação deles.
    Aliás, das senzalas e das ocas tenho gostos alimentícios similares. Sou mesmo brasileira...
    Ah! No sitio do padrinho tem Quitungo e a tapioca caseira é uma delicia.
    Ótimo post!
    Tenha dias abençoados!
    Abraços fraternos

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    1. Oi Rosélia!
      Ah... da senzala e da oca todo mundo tem um pouco.
      O que é quitungo?

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    2. "habitação simples; casebre, choupana."
      Tem outros significados, André, como sabe, mas, no caso que citei, é o oval onde tem o moedor de farinha de mandioca, o forno onde se faz a tapioca no processo rústico.
      Os quilombolas ainda usam assim...
      Ah! Fiz bolinho de fubá frito para o lanche passado no açúcar e canela, porque, lendo aqui, me deu vontade de voltar à infância.
      Abraços fraternos

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    3. Ah... manda uns bolinhos mdesses aí!!!

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  3. André, que bom te ler dizendo “povos originários”. Já começa por aí o acerto de tom e de justiça, que tanta falta faz quando se fala de história, de comida, de memória. É tão comum que nos esqueçamos ou sejamos ensinados a esquecer que a mandioca, o milho, o tucupi e até a pipoca não são apenas alimentos, mas narrativas vivas, tecnologias da terra, sabedorias que caminham há séculos entre as mãos indígenas. O Brasil não seria Brasil sem essas mãos.
    Gosto quando você diz que precisou voltar ainda mais no tempo. Porque é isso mesmo: se a gente quiser entender o presente, precisa escavar mais fundo. E lá, na fundação de tudo, estão eles: os que já estavam aqui antes de qualquer chegada. André, olha isso! Até o jeito que a gente enrola o peixe no papel-alumínio vem dos povos indígenas e eu aqui achando que tinha aprendido com a chef do MasterChef! 😂
    Adivinha só? O pirão que você adora também é indígena! Ou seja, você tá há anos comendo história e nem sabia. E não me venha dizer que é exagero, tá escrito aí: “Você foi apanhado de surpresa!” Eu adoro quando um texto dá bronca na gente com carinho. Mas o que me pegou mesmo foi isso da farinha feita com casca de ovo, folha de mandioca e semente de abóbora… Gente, isso é alquimia ancestral! E a gente aí, jogando casca fora e comprando suplemento caro. Enfim, André, da próxima vez que você for rir do meu caderno de receitas “inventivas”, lembre que os povos indígenas estavam criando pratos geniais muito antes da gente saber o que era forno elétrico. Agora senta aqui e me ajuda a fazer um pirão. Prometo que boto só a quantidade mínima de pimenta. Ou não.🙂‍↔️

    Abraço
    Fernanda!

    ( Fugida na hora do almoço só para coemntar hahaha )

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    1. Pirão é bom né?
      Pipoca, mandioca, batata-doce que está tão na moda fitness.
      É minha amiga!
      A gente se surpreende mesmo.

      Que bom te ver aqui.
      Um grande abraço!!!!

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