sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Descivilização



 

Poetas que não fazem poemas.
Músicos que não tocam.
Atores que não atuam.
Escritores que não escrevem.
Humoristas que não fazem rir.
Desenhistas que não desenham.
Pintores que não pintam.
Cantores que não cantam.
Escultores que não esculpem.
Artesãos que não fazem artesanato.
Bandas que não gravam discos.
Orquestras que não se apresentam.
Circos que não têm público.
Respeitável público!!!!!

...

Onde está o respeitável publico?

Arte engolida pela obrigação de ganhar o leite das crianças.
Onde está a criatividade?
Onde está o valor da cultura?

Cultura substituída pela emoção dos likes fáceis.
Os likes são automáticos — e não nascem da sensibilidade.

A sensibilidade deveria ser estimulada pela cultura.
A civilização está perdendo a sensibilidade?
A cultura está perdendo a civilização?

Respeitável público!!!!

...

Onde está o respeitável público?

Insensível?
Ou percebeu a baixa qualidade?
Deixe seu like e o seu comentário.
Se quiser, nem precisa ler...  


 

23 comentários:

  1. Olá, amigo André!
    "A civilização está perdendo a sensibilidade".
    Temos vistos a olhos até fechados...
    Vamos ao respeitável público que enxerga até o invisível e vem em nossos escritos com amizade.
    A eles, nosso melhor espetáculo cotidiano.
    Tenha dias abençoados!
    Abraços fraternos de paz e bem

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    1. Rosélia!
      Que bom que veio.
      Essa é a ideia. A perda da sensibilidade e a banalização da arte.
      Obrigado pelo comentário.
      Um abraço.

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    2. FLAVIO SEMILHA13.8.25

      Perdeu-se a sensibilidade do olhar para o belo como se isso fosse relativo. Foi implantado a conta-gotas essa neutralização do olhar, do sensível, do estético e do natural como quem desejasse lutar contra a natureza do Belo Universo e de quem devemos esperar uma resposta por essas infrações?

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    3. Verdade, Flávio!
      A sensibilidade, que vc na sua profisão tem tanto que ter e treinar, para o homem comum está em extinção.

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  2. Uau meu amigo Andre
    Que texto forte e provocador. Ele faz uma crítica direta ao esvaziamento da cultura e ao consumo superficial de arte, quase como se estivesse gritando para uma plateia ausente que aplaude sem sentir.
    ———
    André,

    seu texto é um chamado urgente e desconfortável para olharmos o quanto nos tornamos espectadores automáticos. É como se a criatividade tivesse sido domesticada pela pressa e pela necessidade de aceitação instantânea. Quando você lista poetas que não escrevem e músicos que não tocam, dá um nó na garganta. Porque isso não é só sobre artistas: é sobre todos nós, que também deixamos de ser público.
    Respeitável público… será que ainda resta sensibilidade para responder a esse apelo?

    Com carinho,
    Fernanda

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    1. Então, Fernanda... É isso mesmo.
      Nós enquanto consumidores de arte, também teríamos que fazer a nossa parte.
      E quanto a produtores de arte, também deixamos a desejar, quando fazemos as coisas "mais ou menos."

      Um abraço minha amiga.

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  3. Tuuuuuuuuuuuudo está mesmo muito estranho,André! O que antes era bom, por mimimis deixou de ser...Antes até os circos mambembes, pobrinhos ,agradavam. Hoje se não tiver muito luxo ,custar muito caro, pessoas não dão valor. Assim anda com tudo!
    abração praiano,chica

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    1. Verdade Chica!
      Ficou tudo gourmetizado!!!

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    2. Flávio Semilha13.8.25

      Há mais desejo pelas carretas " barulhentas" do que pelo lúdico e o picadeiro.
      Respeitável público... onde estás?

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  4. oi André
    Há sim um declínio de valores e comportamentos , mas nem tudo está perdido.
    Ainda estamos aqui tentando resgatar de forma lenta e silenciosa ,se não o público, a nossa sensibilidade . É o que deixamos para os nossos descendentes .
    Sim, é um esforço coletivo frágil mas podemos cultivar continuamente., do nosso jeito, e espera que a descivilização não avance a passos mais largos . Mero desejo, amigo. Deixo o abraço


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    1. Nós tentamos, né Liz?
      Mesmo que como você disse, de modo frágil.
      Mas tentamos.

      Um abração e tenha uma ótima semana.

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  5. E ainda mais, precisamos discutir o que é arte hoje em dia. Lembra daquele caso de um cara que em uma dessas exposições muito moderna e "descontruída" largou seu óculos num canto de uma parede e depois de um tempo voltou e lá estavam alguns do "respeitável público" olhando os óculos e ponderando o que o "artista" queria dizer com aquilo...?
    Claro que a arte se transforma, apesar de que, o Renascimento foi uma volta aos clássicos. Mas a arte acompanha o movimento da sociedade, ela olha sempre para o presente ainda que possa ser influenciada em algum nível pelo passado. A arte reflete uma época, uma mentalidade, um modo de ser. Pela arte que se faz hoje, dá pra entender em que pé está nossa civilização. Ou a falta dela.

    EXCELENTE TEXTO!

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    1. Esse é o X da questão, Dudualdo!
      Estamos vivendo uma época de descivilização! Estamos fechados em ilhas.
      Ilhas cibernéticas.
      Cada um por sí.

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  6. Adorei o teu texto sobre a descivilização — uma crítica profunda à perda de sensibilidade e à banalização da arte na sociedade contemporânea. A tua reflexão sobre poetas que não escrevem e músicos que não tocam é um alerta para a desconexão entre a arte e o público. É um convite à reflexão sobre o valor da cultura e a necessidade de resgatar a sensibilidade perdida.

    Com amor,
    Daniela Silva 🩷🦋
    alma‑leveblog.blogspot.com — espero pela tua visita no blog

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  7. Que texto, meu amigo! Uma belíssima reflexão sobre algo que por vezes chamo de "fast-food cultural". Escrever? Interpretar com profissionalismo? Cuidado e sensibilidade em criar? Não, hoje em dia o que importa para muitas pessoas é "viralizar", criar conteúdo rápido, vídeos curtos, minitextos, e produzir bastante para entregar cada vez mais "conteúdo", "monetizar". O "meme" de hoje amanhã é ultrapassado, o vídeo viral de agora proporciona mais vídeos "react" - um vídeo de cinco minutos é esmiuçado em dez, vinte, quarenta minutos por outras pessoas que também precisam criar conteúdo.
    Escritores precisam criar estratégias de divulgação em tudo que é rede social, para quem sabe assim lerem pelo menos algumas páginas de seus livros.
    O "respeitável público" quer ser ator, autor e não apenas público..
    O respeitável público não está exatamente insensível.. está com sua sensibilidade embotada nesta época de "conteúdos rápidos".

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    1. Isso mesmo Marina!
      e fast-food cultural explica bem a ideia do texto!!

      Um abração!!

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  8. Verdade Andre, atualmente tudo está mecanizado, desestruturado e sem sensibilidade. A arte perdeu a razão de ser e poucos , pouquíssimos, seguem tentando construir algo, quando o que se vê pela frente é apenas um grande abismo...
    Severa reflexão amigo, muito boa mesmo...
    Será que também estamos perdendo a fé?
    Tenha uma ótima semana!!

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    1. Olá Dri!
      É minha amiga, essa reflexão eu fiz num dia onde estava triste com o rumo das coisas.
      Mas não podemos perder a fé!

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  9. André, meu amigo querido.
    Sei que essa situação não foi nada fácil, mas você é daqueles que transformam até os dias nublados em aprendizado. O importante é que agora está se cuidando e dando tempo para o corpo se recuperar o resto vem com calma.

    Quanto ao blog, não se cobre tanto. Ele é seu espaço, seu refúgio, e pode ser leve como uma boa conversa entre amigos. O que você escreve já carrega a sua essência, e é isso que conquista. Que Deus te dê ânimo e saúde para logo estar 100%, e que seu humor volte a brilhar como sempre.
    E sabe? Sua alegria por aqui faz falta!
    Vamos lá escrever outro texto pra alegrar a galera.

    😘 Fernanda 🙏🏻

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    1. Oi Fernanda!
      Ufa! Já tô melhor.
      Agora vamos blogar novamente!!!

      Um abraço!

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  10. Hello Andre, I think that civilization is sadly 😥 losing its sensitivity. Warm greetings from Montreal, Canada ❤️ 🇨🇦

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    1. Hello, Linda!
      Yes, unfortunately, we notice more and more each day that people’s civility, especially regarding art and beauty, is worsening.
      Thank you for your visit!
      Best regards!

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