quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cavalo de padeiro



Diogo era um cara cansado! Ele vivia o tempo todo correndo atrás do vento e vivendo de migalhas. Sua vida era mesquinha e Diogo fazia sempre as mesmas coisas com as mesmas rotinas e com pensamentos enraizados em sua cabeça que não lhe deixava olhar pra diante.
Tudo para Diogo tinha que ter uma explicação e nada poderia fugir da racionalidade. Ele seguia todos os dias os mesmos passos e não conseguia ver porque as pessoas achavam graça em pequeninas coisas da vida.
Diogo era prático! Ele tinha tudo traçado em sua mente. Onde, quando e como ele iria viver e conseguir as suas metas.
Um dia Diogo chegou em casa e viu que tinha um cavalo parado do lado do seu portão.
Diogo olhou para o cavalo e achou que ele estava com sede. Então ele entrou, encheu um balde com água e trouxe até a calçada. O cavalo olhou pra ele como se estivesse agradecendo, abaixou-se e bebeu muita água.
- Puxa, como é que alguém tem um cavalo bonito desse e deixa ele aqui no meio da rua sem água - falou Diogo pensando em voz alta - o coitado está morrendo de sede!
Foi quando o Aristides padeiro virou a esquina correndo e chegou até eles aflito. Chegando perto do cavalo ele sorriu e acariciando a sua cabeça disse: - Olá amigo... Puxa você não quer parar um só dia hein!
Diogo vendo aquela cena indagou Aristides:
- Porque você deixou seu cavalo solto e sem água?
- Eu era padeiro e entregava pães com esse cavalo puxando a carroça  mais de 10 anos. Todos os dias a gente fazia a mesma coisa. A gente entregava pão de manhã e de tarde sempre fazendo mesmo caminho todos os dias. Mas esse negócio de padeiro entregar pão de carroça não dá mais certo hoje em dia e eu não estava ganhando mais nada com isso, eu já estava com a vida feita, com algumas casinhas de aluguel e com uma chacarazinha onde nós moramos então resolvi parar de trabalhar.
- E abandonou o cavalo? - Interpelou Diogo nervoso.
- Não meu jovem - sorriu Aristides - esse cavalo é como se fosse da minha família. Acontece que ele foge de vez em quando e vem fazer o nosso antigo caminho de tantos anos... Coitado ele nunca olhou pras coisas boas da vida, sempre viveu tapado só trabalhando todos os dias e nunca teve a alegria de viver solto por isso  agora ele não consegue ser feliz.
Aristides então agradeceu a Diogo e foi embora puxando seu amigo por uma corda.
A medida que os dois andavam e sumiam no horizonte Diogo foi refletindo e pensando sobre sua situação: - Será que se eu continuar assim eu vou encontrar alguém  pra me dar água ou me guiar com uma corda no pescoço no final da vida?



A Cissa do blog Humor em conto me falou que no Rio Grande do Sul quando uma pessoa é tapada as pessoas dizem que ele é igual a cavalo de padeiro. Eu fiquei com esse ditado na cabeça até que nesse domingo um cavalo estava na minha calçada e eu dei água pra ele e levei-o até um terreno baldio aqui perto. Pronto! Assim nasceu esse conto.

27 comentários:

  1. Querido André...

    Conheço alguns "cavalos de padeiro" por aí! Não só em relação àqueles que criam uma rotina única de trabalho esquecendo todo o resto, quanto na parte moral e espiritual da vida! Tem gente que não inova nunca! Não podemos esquecer que tudo que Deus criou é movimento! Nada fica parado no lugar! Tudo evolui, tudo se transforma e as oportunidades são infinitas! Portanto, renovemos nossas atividades, nossas idéias, nossas práticas, sempre em busca do melhor!

    ResponderExcluir
  2. Ooooo Dedé, legal!
    Volto para comentar com calma, tá bom?
    Agora, o trabalho tá pegando!

    Que tri, tchê! rsrs

    Abraçãoooo

    ResponderExcluir
  3. Oi, André, beleza?

    Olha, você utilizou o ocorrido e fez um belo
    conto e com "moral da história" e tudo...Mensagem oportuna.


    ps. você "caiu" lá no "herois HQ" mas aquele blog está parado. Eu tenho um mais antigo que traz textos sobre a vida dos personagens das Hqs. Mas como minha conta estava com problemas, eu não conseguia atualizar. A conta ficou assim por uns 4 meses e de repente...voltou ao normal..rsss coisas do blogger.

    o link é, se por acaso quiser conhecer.
    http://www.galeriadeherois.blogspot.com/ mas eu demoro a atualizar também, por falta de tempo.

    Com esse problema da minha conta e também com mensagem de vírus que aparecia quando eu abria meu antigo blog(isso aconteceu com vários blogs; isso foi há uns 4 ou 5 meses),tentei consertar mas não conseguia e aí me irritei e deletei o blog...rsss

    Tô voltando agora com o selecoesdoedu.blogspot.com

    valeu, cara, um grande abraço. gostei muito daqui.

    ResponderExcluir
  4. Lindo e emocionante,André!TU ESTÁS cada vez melhor!!! BELA INSPIRAÇÃO NO DITADO GAÚCHO.ABRAÇÃO PRAIANO,CHICA

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Ainda sonho com meu trajeto para o trabalho...cavalo de padeiro, porém apenas no sentido "TRABALHO".

    ResponderExcluir
  7. Querido amigo,

    Boa tarde! Essa semana está punk de trabalho.

    Depois de escrever o parágrafo acima, pensei, sou oposta ao cavalo, pois prefiro perder dinheiro, mas não o pensamento. Sou distraída por natureza e ainda bem que no trabalho sigo Freud: "pensamento é o ensaio da ação".

    O que penso sobre isso? As vezes esse olhar racional é necessário para evitar a procrastinação, mas tudo no equilíbrio, sensatez e, claro, sabedoria.

    Já ouvi falar que os primeiros filósofos nunca escreveram as frases a eles citadas e quem dirá trabalho? Mas, como mera mortal com contas a pagar, fico entre ócio criativo de Domenico e Positivamente Irracional de Ariely.

    Beijos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, o trabalho me reprimiu e faltou falar que o post foi interessante e brilhante como sempre. Ah e viva a Cissinha.

      Excluir
  8. Chega um momento em que a racionalidade chega a ser irracional. A vida tem de existir em equilíbrio. Não é a própria bíblia que diz que há tempo pra tudo?
    Muito bom o conto, simples, mas interessantíssimo.

    Grandes Beijos.

    ResponderExcluir
  9. Três amigos na night pegando a mulhherarda. O celular de dois amigos toca ao mesmo tempo eles atendem é a esposa. Dizem estar um na casa do outro e depois morrem de rir. O terceiro fica irritado. Eles dizem: amigo vc é livre pode ir onde quer qual o problema? Ele responde eu sei e qual é a graça nisso?

    rsrsrsr....Pois é...

    Abraço

    ResponderExcluir
  10. Oi André,

    A observação da Cissa acabou rendendo-lhe um conto com uma ótima reflexão. Há pessoas assim mesmo, bitoladas, e que não conseguem se abrir para a vida e para o novo.

    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  11. Oi André,
    Nossa esse blog seu não é BOM ! ele é ÓTIMOOOOO, muito bom mesmo
    adorei muito esse texto, vou passar aqui sempre agora !
    abração, Matheus
    http://amaralstarlight.blogspot.com/

    to te seguindo !

    ResponderExcluir
  12. E aí André!

    Obrigado por comentar sobre meu post! Só não entendi o cerne da sua discordância em relação ao texto. Bem, no mais parabéns pelo seu blog e texto de cunho reflexivo!

    Grande abraço!

    brevescronicas.blogspot.com

    Anselmo

    ResponderExcluir
  13. André o/
    Que belo texto!
    Sabe eu concordo com isso...fico revoltada das pessoas que vivem apenas para trabalho e esquecem que o divertimento é o que importa nessa vida. É preciso ter lembranças e viver pois só temos uma chance nesse mundo de fazer isso.
    É né? Eventos do tipo que vou é bem como vc disse...as pessoas juntas por coisas que gostam. E acaba que quase tudo é camaradagem..pelo menos comigo sempre foi camaradagem!
    Olha sobre os cospalys que vc pediu..eu tenho uma sessão de um dos desenhos quase pronta..mas antes terei de postar um cosplay "foda" porque vc mesmo disse que os 2 anteriores da sessão foram meio simples né?
    kkkk
    bjs

    ResponderExcluir
  14. Dedéeeeeee.....
    MUITO BOM!

    TRI LEGAL TCHÊ! Mas Bah! rsrs

    Adorei isso! Em pensar que a gente às vezes pode dar alguma ideiazinha a outro amigo, é muito legal! E obrigada por me citar!
    Mas você fez como os escritores consolidados fazem, sabia? Observar, escutar, ler e junta tudo! rsrs

    Pois é..., quantas vezes somos cavalo de padeiro? Eu já tive muitos momentos assim, em que só se cumpre as coisas, as tarefas, mas não se dá aquela "reviravolta" na vida, tão necessária além de "vegetar", ou comer vegetais rsrs coisa que cavalo adora.

    Conto bem-escrito na estrutura e os diálogos estão impecáveis!
    Perfeito Dedé!

    Novamente, obrigada! :)

    Abração para ti e a turminha!

    ResponderExcluir
  15. Bacanão mesmo! Admira-me sempre esse seu jeito tão especial de tratar os animais... Bela criação e linda música!

    ResponderExcluir
  16. Exelente lição de moral! Gostei do jeito de tratar os animais. Precisamos de mais gente assim no mundo!

    ResponderExcluir
  17. Oi, amigo André!
    De vez em quanto é sempre bom pararmos um pouco a correria diária e rever nossos conceitos sobre a vida e o mundo.
    Os animais têm muito a nos ensinar e o você sabe usar magistralmente esse recurso.
    O tapado aqui não é o cavalo, mas os as personagens humanos. Apesar do cavalo ser pai do burro, não o é e ainda nos deu uma lição de vida.
    Aqui tive dupla alegria. A primeira é saber que nossa amiga comum Cissa o motivou a criar essa maravilha de conto. A segunda foi saborear essa preciosidade.
    A partir de um tijolo, você construiu um castelo.

    Parabém pela criatividade!

    Abraços do amigo!

    ResponderExcluir
  18. Amei a história , acho que a essência da vida é dar valor as pequenas coisas e apreciar todos os momentos, pois nunca sabemos qual sera a hora de dar adeus.

    obg pela visita é sempre uma honra te receber por lá.beijos, o blog esta atualizado, confira em www.spiderwebs.tk

    ResponderExcluir
  19. Muito bom o conto/crônica, André!!!! É o que eu sempre digo: felicidade é uma questão de escolha! A gente escolhe ser feliz... esse é o mote da vida completa!

    E aqui no RS é bem como a Ana (Cissa) disse... cavalo de padeiro... bitolado, acostumado ao mesmo trajeto sempre, que não sabe o que é felicidade e nem opta por ela. Acomodou-se na situação...

    Muito bom, mesmo! Parabéns!

    ResponderExcluir
  20. história interessante, as vezes cansamos de fazer as mesmas coisas, equando fazemos algo diferente, ou gostamos, ou queremos voltar para como éramos antes.

    ResponderExcluir
  21. Ótimo conto! Perfeita a escolha da música. Será que vai ter mais histórias do Diogo? rs
    Beijoos *:

    ResponderExcluir
  22. Muito interessante seu texto. Os animais ficam condicionados. Nós também, razão da necessidade de variar rotinas e hábitos. Se passamos a vida a maldizer, a reclamar, seremos idosos que ninguém deseja acompanhar. Se refletimos e distribuimos amor, sempre haverá quem nos ampare.

    Bjs.

    ResponderExcluir
  23. grande analogia, meu querido amigo.
    afinal, o que somos nós sem o arbítrio?
    um abraço!

    ResponderExcluir
  24. Bom dia meu amigo!
    Hoje trago boas notícias...Coloquei sua música no meu blog,já recebi até comentários elogiando...até que enfim né amigo,não precisava passar tanto tempo para me mandar a tal musica tão falada,kkkkkkkkkkk,mas estou feliz e venho dividir contigo pois não és cavalo de padeiro,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,pelo que sei!
    Bjs de dia de domingo!

    ResponderExcluir
  25. Bela reflexão broder! Parabéns!

    Abraços renovados!

    ResponderExcluir
  26. Caramba que nascer de história mais interessante!
    Tinha mesmo um cavalo ai? Que legal!
    Olha, vc soube mesmo tirar uma lição de algo pequeno e nossa, como as coisas peuqenas são boas!
    Adoro teler porque me dá um animo pra seguir em frente nesse dia a dia tão "brabo" kkkkk

    Beijão Dé!

    ResponderExcluir

Obrigado pela sua visita e pelo seu comentário, volte sempre!