Um dia um menino chamado Karl, escreveu um manifesto que dizia que o povo deveria estar no poder. Primeiro o Estado mandaria em tudo e na hora certa o povo assumiria por conta própria.
Dividiria tudo — custos, gastos e bens — igualitariamente.
Com esse manifesto, o menino Karl estava criando o Comunismo.
Uns amiguinhos dele, principalmente um tal de Lênin, mais moderado e depois Stalin, mais malvadinho, pegaram essa idéia, entraram no governo apoiados pelo povo, mas se uniram às forças armadas e instituíram um governo onde só eles mandavam e ditavam as regras da brincadeira.
Lênin começou a brincadeira, mas foi Stalin que fez as regras mais severas, usando de força, tortura e morte de milhares de pessoas que queriam brincar uma brincadeira diferente.
Do outro lado do quarteirão, outro menino chamado Benito, espiou o que Stalin e Lênin estavam fazendo e pensou: — Que brincadeira legal!
Então ele achou que deveria brincar também, mas de forma diferente.
Depois de chegar no poder, assim como os vizinhos, fortaleceu suas forças armadas e matou, torturou, prendeu e sumiu com quem não queria brincar a brincadeira dele. Benitinho chamou essa nova brincadeira de Fascismo.
O menino que morava na rua do lado, ficou sabendo que esses meninos haviam inventado essa brincadeira.
A princípio ele fez amizade com todos eles, até aprender a brincar.
Então, depois de entrar no poder apoiado pelo povo, fortaleceu seu exército e diferente dos amiguinhos que haviam se voltado contra seus próprios irmãos, esse menino resolveu tomar a brincadeira dos vizinhos e declarar que só a brincadeira dele era legal.
Seu nome era Hitler.
Sua brincadeira ganhou o nome de Nazismo.
O menino Hitler achava que as pessoas da sua rua eram mais bonitas e inteligentes, por isso ele achava que deveria mandar em todas as ruas.
Acontece que, quando ele começou a atacar as ruas do lado, os vizinhos ficaram chateados. Até alguns vizinhos de outro bairro vieram entrar na briga.
O menino Benito ficou do lado do Hitler, e alguns vizinhos que já estavam influenciados por ele, também ficaram.
Até os vizinhos de um bairro japonês apoiaram o menino Hitler.
No final, o Benitinho e o Hitlerzinho perderam.
A cidade ficou dividida entre bairros que apoiavam as primeiras ideias do Karl, e bairros que preferiam viver livremente, sem serem dominados por ideias de ninguém.
As ideias do Karl, necessariamente precisavam de revoluções para serem implantadas. Mas a cidade não queria mais guerras.
Então, um outro menino chamado Antonio Gramsci teve uma ideia:
— E se a gente, — explicou ele a seus colegas — em vez de querer impor nossa brincadeira através da força, nos infiltrarmos nas escolas, igrejas, famílias, ruas, bairros e cidades, e formos fazendo a propaganda de que nós somos bonzinhos, que a nossa brincadeira é a mais legal e que quem pensa diferente de nós é de extrema-direita, igual ao Benitinho e o Hitlerzinho?
— Não sei, — respondeu um dos camaradinhas levantando a mão para falar — as pessoas vão saber que nossa brincadeira matou mais gente que as outras brincadeiras.
— Não... — respondeu Toninho — a gente não deixa eles estudarem! Mudamos a história e criamos nossas narrativas.
— É... — pensou um deles — pode dar certo.
— Interessante... — pensou outro em voz alta.
— Boa ideia! — concordaram todos no final.
Assim foi feito.
Hoje, outros meninos que vieram depois do Antoninho, baseando-se nas suas ideias, concluíram que as famílias têm que enfraquecer, para que o Estado seja forte.
Esses malvados também decidiram que o racismo, a homofobia e o feminismo devem ser alimentados. Porque isso enfraquece a sociedade.
Como disse Toninho Gramsci: — Temos que dividir para conquistar.
Mas isso gerou um problema: as pessoas não conseguem mais brincar sem roubar no jogo!
Quando alguém diz:
— Eu sou cristão e amo minha família.
Logo ele é tratado como extrema-direita, e extrema-direita não pode brincar.
Mas se alguém do jogo mata outra pessoa que não brinca do mesmo lado — ele apenas matou um radical, e não fez nada de errado, afinal, tudo é em prol do nosso brinquedo.
O pior, é que aqueles que teóricamente deveriam ser mais passivos e vítimas dos malvados, estão aprendendo as falcatruas e se tornaram um novo tipo de malvadinhos.
Que também sabem mentir, também sabem matar e também sabem roubar no jogo.
Assim, as cidades estão cada vez mais divididas.
De um lado quem quer brincar e implantar a brincadeira do Karl.
Do outro quem quer brincar a sua brincadeira, diferente.
Descrito assim, poderia ser mesmo uma brincadeira de criança, mas infelizmente não é.
Em todas essas fases históricas e através desses personagens, milhares e milhares de pessoas morreram no mundo e ainda hoje morrem ou sofrem injustiças, em nome da "brincadeira" intolerante.
Que também sabem mentir, também sabem matar e também sabem roubar no jogo.
Assim, as cidades estão cada vez mais divididas.
De um lado quem quer brincar e implantar a brincadeira do Karl.
Do outro quem quer brincar a sua brincadeira, diferente.
Descrito assim, poderia ser mesmo uma brincadeira de criança, mas infelizmente não é.
Em todas essas fases históricas e através desses personagens, milhares e milhares de pessoas morreram no mundo e ainda hoje morrem ou sofrem injustiças, em nome da "brincadeira" intolerante.
Pensem nisso!
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