segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Festa do peão de boiadeiro de Barretos



Essa semana começa mais uma festa do peão de boiadeiro aqui em Barretos. Puxa... Olha só! Meu bisavô que era peão deve se revirar no túmulo toda vez que essa festa começa.
Porque sinceramente o que se vê hoje, não tem nada a ver com a vida dos peões e tropeiros que levavam a vida aí pelo país adentro, levando e trazendo as boiadas em busca de novas pastagens, ou levando-as para os frigoríficos. 
Hoje tudo virou festa. Apenas festa. 
Ano passado eu falei umas coisas pesadas aqui, e uma pessoa anônima tomou as dores da festa e fez um comentário contrário ao que postei. Tudo bem, opiniões são opiniões e graças a Deus que elas existem das mais variadas formas, vindas das mais variadas maneiras de pensar. 
Eu Acho que a festa não faz o bem que todos imaginam para a cidade. Eu acho que esse estigma "festeiro" bota medo nas indústrias que poderiam se instalar aqui e não se instalam. Eu acho que apenas 5% das pessoas que moram aqui na cidade, realmente tem algum lucro com essa festa. Eu acho que a bebedeira excessiva, conjuntamente com carros e motos não combinam. Eu acho que pessoas mijando pelas calçadas e andando de bota, chapéu e cueca pela cidade não é legal. Eu acho que sair beijando tudo e todos em todos os lugares, só pra somar no final da noite, também não é legal.
Claro que também tem os pontos positivos, porque eu não sou hipócrita de falar que tudo o que gira em torno dessa festa é ruim e não presta. Turismo, tradição, cultura, movimento, conhecimento, exportação do nome da cidade, circulação de dinheiro, serviços temporários, atrações musicais, rodeio e atração de investimentos para o hospital do câncer, são os pontos positivos dessa festa.
Na verdade a cultura e tradição foi deturpada e a cultura cowntry americana a cada ano ganha mais espaço deixando a verdadeira cultura caipira brasileira cada vez mais diminuida. Mas alguns heróis aqui da cidade, através de festas pequenas que são feitas na periferia da grande festa, através do festival de musica de viola, através de passeios de tropeiros e de concursos de culinária boiadeira, ainda brigam pela verdadeira cultura brasileira, sem deixar que ela se extingua por completo. 
Então no meio do grande negócio que virou essa festa, ainda dá pra tirar algumas boas iniciativas culturais, que foi o que os idealizadores pensaram quando fundaram o clube que tem os direitos da festa. As pessoas tem a mania de falar que essa aqui é a festa do peão de Barretos, mas isso é errado, o certo seria dizer que essa é a festa do peão em Barretos. Pois a festa é particular, promovida não pela cidade, mas sim por um clube de empresários que "honestamente" trabalham e lucram com a festa. Ela é um negócio. Um grande negócio. E infelismente a cultura, a tradição, a história tão bela dos peões de boideiro verdadeiros, estão todos fadados a desaparecer... 
Essa é a minha opinião e se alguém tiver outra eu fcaria muito feliz em saber qual é, pois aqui mora a democracia. Eu falo o que quero e você pode falar também. Só não vale apelar né caramba! Hahahahahahaha.

33 comentários:

  1. Amigo,

    Tudo bem? A festa pode até ser economicamente importante para a cidade, mas não gosto do efeito aos animais e isso já me deixa sem motivação para curtir. Aqui no Nordeste há vaquejada e cavalhada, mas nunca nem passei perto. Prefiro ir no trio elétrico do Chiclete com Banana e cantar assim: "diga que valeu, o nosso amor valeu demais, foi lindo...

    Boa semana!

    Beijos.

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    1. Lú, até que esse negócio de maltratar os animais não é tão verdade como dizem. Esses touros pelo menos morrem de velhice ao invés de virar churrasco.

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  2. Olá!Bom dia!
    Tudo bem por aqui?André, meu amigo!Eu concordo sim...apesar da Festa ser EM ...tudo e todos VEM de fora, inclusive, meus tios e amigos que moram em Barretos, alugam PARTE OU TODO da casa, para TURISTAS!A cidade fica um pandemônio! E, infelizmente, tudo virou ,mesmo, NEGÓCIO.Até mesmo os Peões são profissionais...Como coisa boa além dos RECURSOS para o Hospital , é que a saúde e o bem-estar dos animais são garantidas durante toda a Festa, por obrigatoriedade legal!
    ...incrível, mas é verdade! Meus parentes MAIS próximos moram em Barretos! E a primeira estrada que EU , rsrs, fui dirigindo, foi de Barretos à Colômbia( sabecomoé, todo mundo se conhece, e íamos "aprontar" na cidade mais próxima!
    Obrigado!
    Boa semana!
    Abraços

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    1. Se vier pra cá me fala Felisão! Adoraria te conhecer pessoalmente!

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  3. Ola quase bom dia..rsrs! Concordo com o que vc escreveu e vou escrever um pouco da minha opnião, espero não desagradar a ninguem. Realmente muito da festa "tradição", pra mim, já se perdeu, se tornou uma festa muito cara, que na verdade o povo da cidade de Barretos não aproveita o que ela tem melhor. Gostava muito mais quando ela era realizada no antigo RECINTO, mas entendo que a proporção que A Festa tomou não dava mais para ser realizada dentro da cidade, devido também a bagunça desenfreada de uns e outros. Era uma festa que a familia podia compartilhar, tinha uma feira que a mulherada adorava ir passear e a exposição de animais que hoje, nem se vê mais, com aqueles Nelore buuuniiito de mais. O que mais se vê hoje em dia, na minha opinião não é o resgate continuo de uma tradição, mas sim a força que se vem com a festa em interesse politico e financeiro, claro que em partes ajuda algumas pessoas, tem o comercio, tem o Hospital, enfim, mas poderia ser feito muito mais explorando esse seguimento da Festa,um trabalho realizado no ano todo, em conjunto, gerando empregos reais, fazendo girar o dinheiro, infelizmente é o que Eu acho, essa Festa perdeu o seu encanto. Tenho saudade da Festa Raiz, como diz a musica : "Saudade louca de ouvir um som manhoso
    de um berrante preguiçoso nos confins do meu sertão". O povo da cidade tem muito mais para oferecer, não vivemos em cima de um cavalo, nem andamos de bota 24 horas por dia e SOU DE BARRETOS COM MUITO ORGULHO e não vivo somente na Festa, quando viajo, muitas pessoas tem esse pensamento: que nascemos em cima de um cavalo!! kkkkkkk. Adoro a queima do alho que poderia ser aberta a todo publico e não para poucos, não é mesmo!! ai André vai ai o meu desabafo,

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    1. Oi Paty! Vc por aqui! Que legal... Concordo com tudo o que falou!

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  4. Eu nunca fui e pouco vi dessas festas na tv. Ouvi falar ,sei que é famosa, mas não curto esse tipo de coisas. Aliás, não curto nada de aglomerações.Nunca curti.Sou bicho do mato e fico na minha... Tuas críticas tem razão de ser!! Conheces bem!abração,chica

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  5. Eu nunca fui e provavelmente nao irei kkk porque nao faz meu estilo, mas uma coisa concordo com vc a cultura americana se infiltrou demais nessa festa e mudou sua cara por completo.

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  6. Sempre quando alguma coisa começa a fazer sucesso os empresários se apoderam e com o tempo acaba perdendo a graça porque sai da mão do povo.
    Exemplos: carnaval, festa do peão, parintins, festa junina do pernambuco e tantas outras.
    Eu já não sou muito chegado mesmo, sempre preferi sossego e imagino e sinto alegria de uma forma contida sem algazarra e histeria, mas cada um é cada um he he he e vice versa.

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    1. concordo com vc Hugo! prefiro sossego....muita agitação não faz meu genero

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  7. Aqui onde moro tem a Expo agropecuária que faz isso com a cidade tb, não ao nível de Barretos, mas judia da cidade e da cultura em si.
    Concordo tb com a Luciana, o que essas apresentações de peões fazem com os animais, poxa...
    Muita judiação.
    Para os que lucram tudo lindo, tudo festa e fogos de artifício, mas o resto...como sempre é o resto.
    Texto muito válido.

    Beijos
    Vivi
    Razão e Resenhas

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  8. Dedé, tudo bem?
    Lembro de uma postagem tua sobre esse tema.
    Penso que para o turismo e a economia da cidade é uma boa, mas só para isso.
    Em especial a crueldade com os animais é o que eu abomino, e não aceito de jeito nenhum.
    Acredito que se morasse aí também não gostaria de como a cidade se transforma na época do evento, deve ser muito complicado morar por aí em tempos desta festa.

    Abração, amigo, para ti e a família!

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  9. Tudo que mencionou como desagradável é real. Basta ouvirmos o que dizem aqueles que pretendem ir à cidade para a festa e suas expectativas. Bjs.

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  10. André, meu querido, o amigo tem razão, em boa parte, à crítica que faz a festa. Só um adentro, se me permite; se formos falar do muito daquilo que como aspecto cultural de um povo, seja no país ou na cidade foi deturpado ao longo do tempo, levaríamos longas publicações para falar de todas. Veja o carnaval brasileiro por exemplo. Uma festa que tem uma história rica, culturalmente falando, na história inclusive da música popular brasileira. Hoje o carnaval é um gigantesco evento, e que gera milhões é óbvio, mas que está longe daquela essência do carnaval que historicamente conhecemos. Isso é bom? Pode até não ser, olhando de uma maneira mais centrada. Entretanto, devo admitir que as coisas evoluem de alguma forma, e assim devem ser. Aí vem a minha crítica; as coisas deveriam evoluir, e devem evoluir, mas deveriam ser preservadas as suas essências. Esse é o ponto da questão, penso eu. No que se refere a essa festa de peão, que é linda por sinal, não gosto quando se há Maus-tratos ao animal. Ai perde a beleza para mim. Mas sua razão na crítica é bem consistente. Um grande abraço.

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  11. Infelizmente aquelas festas gostosas já não existem mais,
    está muito banalizado, é uma pena!
    Passei para conhecer seu espaço e gostei muito!
    Abraço!
    Mariangela

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  12. Oi André
    Muito bom o texto, acho que o blog é seu, e você deve mesmo expressar a sua opinião, tudo na vida tem o seu lado bom e ruim, e a Festa do Peão de Barretos é assim também, deve ser como aqui em Itanhaém, que a população no verão triplifica, fica tudo tumultuado, é horrível para quem mora e não depende dos turistas, mas a cidade em si depende, fazer o que?
    Bjão meu padrinho de blog. Fique com Deus!

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  13. Eu nunca fui nessas festas e não sei nem ao menos como é. Por isso acho que não tenho o que comentar. Porém, sou teimosa demais pra não opinar num belo texto quanto este. Mesmo sem nunca ter ido nestas festa e sem saber como é... digamos que pelo menos, já sei um bocadinho depois do que li hahahaha
    Não quero prolongar muito o comentário pra não deixar ele "nada a ver com o que foi escrito". Então, deixa-me apenas dizer que este é um belo blog. Tanto no designer quanto no que é passado para seus leitores. Depois de aprender uma coisa nova, não posso sair sem seguir...

    Abraço.

    minrareverdensm.blogspot.com.br

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  14. Olá.
    Legal, gostei muito,parabéns.
    Divulgue seu blog no Portal Teia,é grátis e rápido.
    Se interessar é só dar uma passadinha lá.
    Até mais

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  15. André, tu és ótimo em tuas constatações do cotidiano, sempre! rssssss Dá gosto ler porque, num geral, é exatamente o que penso... não que eu seja ótima, claro, mas tou tentando chegar ao teu nível... hehehehehehehehehehehe

    Mas sabe, sempre fico pensando nas questões que levantaste aqui. Até que ponto beberragens, correrias, gritarias, músicas em alto volume, concurso do "quem beija mais" e algum sacrifício dos animais (ninguém me convence que um touro pesado pula daquele jeito se não estiver turbinado - seja por remédio, seja por maltrato), mesmo que trazendo divisas à cidade, são coisas positivas.

    Sempre me coloco no lugar dos cidadãos de Barretos que tem de aguentar confusão nas ruas da cidade nesta época do ano, até porque aqui no RS temos os CTGs, que mesmo um espaço só para eles (e num geral ficam somente neste espaço), tem índicee consideráveis de alcoolismo, e or consequência, brigas (ate de faca) entre seus participantes. Sei lá, muito positivo manter a tradição, mas como tudo na vida, as coisas tem de ser muito bem dosadas!

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    1. Obrigado Belzinha, hahahahahaha, vc é muito gentil!

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  16. Olá André, eu ainda sonho com um mundo onde poderemos nos considerar livres de rodeios, vaquejadas, touradas e quaisquer outras coisas do gênero. Sou terminantemente contra qualquer um desses eventos que tirem o animal de seu habitat e de sua vida natural para escravizá-lo em nome de uma suposta diversão, que se sustenta com a ideia de que os animais são apenas produtos ou coisas sem sentimentos e isentos á dor...

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