A familia da Frida

Nós estávamos preocupados com a Frida minha cachorrona e como ela reagiria à chegada do Samuquinha meu nenenzinho.

A Frida é uma vira-latas, ou melhor, ela é da raça Ladário Mansim, mas como seu pai biológico (porque o pai verdadeiro sou eu) é um dog alemão e sua mãe biológica (porque na verdade a mãe é a Andréia) é uma fila brasileiro, o povo vai fala que ela é vira-latas. Com essa mistura ela saiu enorme e hoje com quase quatro anos quando está de pé ela fica do meu tamanho.

Eu não sei não, mas acho que o cara que criou o Scoob Doo tinha uma Frida também, a tontona tem medo de tudo o que existe e só intimida mesmo é pelo latido que é bem forte e grosso e o tamanhão dela, mas coragem de encarar as coisas que é bom...

Quando alguém solta um rojão a dez quarteirões de casa ela já faz xixi de medo e corre pra dentro da casinha e não sai de lá nem a pau. Na virada do ano ela se entocou dentro dessa cassinha e tremia tanto que a casinha até pulava. Minha gata a Chambinha nesse dia foi até ficar junto da Frida dentro da casinha pra ver se acalmava ela e a gente em vez de ficar abrindo champagne e comendo peru tivemos que ir lá falar com ela senão ela iria dar um troço e morrer do coração!

A Andréia estava muito ressabiada com a reação da Frida quando o Samuquinha chegasse mas eu não. Eu sei que ela é muito gente fina e que iria aceitar o Samuca como seu irmãozinho mais novo numa boa. Mesmo assim eu usei uma tática que a veterinária ensinou que é trazer a primeira toalhinha que enxugou o Samuquinha no primeiro banho e dar pra Frida cheirar. Engraçado é que ela cheirou e abanou o rabinho contente.

O Samuca chegou e a Frida não estranhou nem um pouco, de vez em quando eu levo ele no quintal pra ela ver e dar uma cafungada, esses dias até lambeu a perninha dele e saiu correndo igual uma louca dando voltas no quintal. Ela só faz isso quando está muito feliz.

Neste sábado a gente fez um churrasquinho e chamamos um casal que sempre vem até nossa casa, a Frida sempre faz festa quando alguém conhecido vem visitar a gente e fica balançando seu rabão e pulando nas pessoas. Lá pelas tantas depois que a Frida encheu a barriga de carne e pão de alho ela se deitou ao lado do carrinho do Samuca que estava na varanda junto com a gente. Aí uma coisa incrível aconteceu! O filho do casal que estava em casa foi brincar com o Samuca e a Frida rosnou! Meu Deus eu não acreditei. A Frida rosnar pra alguém é uma coisa que eu pensava que ela não sabia fazer. Ela nunca em hipótese alguma atacou nada maior que um prato de macarrão, e mesmo quando ela estivesse atacando esse macarrão que é a coisa que ela mais gosta no mundo e a gente for lá e colocar a mão dentro da boca dela, ela chora mas não rosna.

Puxa vida, que legal. Se bem que foi só uma rosnadinha e depois quando ela viu que conhecia o menino ela já balançou o rabão de novo mas ficou ali atenta olhando pra ver o que ia acontecer, mas com o olhar doce e tranquilo de sempre.

Que legal! Agora eu sei que a Frida já aceitou de vez o irmãozinho e ainda se sente na obrigação de defendê-lo... Esse é o verdadeiro significado que deve ter uma família!