Um aluno disse ao professor que queria ser chamado de um nome feminino.
O professor disse que não poderia, porque na chamada estava o nome de batismo.
O menino reclamou para o pai.
O pai foi até a escola e reclamou na diretoria.
A diretoria reclamou com o professor.
O professor querendo agradar disse que agora a sala havia ganho mais uma menina.
O menino disse que não se identificava como uma menina.
— Como assim, Rafaela?
— Eu não me identifico.
— Mas porque então você quis mudar de João para Rafaela?
— Porque não me identifico como homem, também.
— Então o que você é?
— Sou a-gênero, dessexualizado em transição.
— Como?
— A-gênero, dessexualizado em transição.
— Então como eu te trato? De ele ou de ela?
— Isto.
— Isto nós dizemos para coisas.
— Então...
— Você prefere ser chamado de coisa, em vez de ele ou ela?
O menino reclamou para o pai.
O pai foi até a escola e reclamou na diretoria.
A diretoria reclamou com o professor.
O professor querendo agradar disse que agora a sala havia ganho mais uma coisa na sala. Assim como as cadeiras, mesas, lousa e apagador.
O menino ficou contente.
O pai ficou contente.
A direção ficou contente.
O professor está fazendo reciclagem — ou... sendo reciclado.

Aqui é ficção, mas do jeito que andam as coisas, ninguém mais vai entender nada. Belo teu texto muito bem bolado para falar nesse tema! abraços, chica
ResponderExcluir