Em
1988 eu me mudei de São Paulo para Barretos. Muitas coisas mudaram na minha
vida, além dessa mudança de cidade.
Os
meninos da capital não são criados tão soltos pela vida, como os meninos do
interior. Eu que achava que viria para uma cidade pacata do interior, descobri
que as emoções aqui, andam muito mais aceleradas que na capital. Aqui os
meninos namoram mais, as meninas namoram mais e a noite é mais longa nos finais
de semana.
Eu
poderia falar de inúmeros acontecimentos e aventuras aqui nesse texto e em
outros tantos, mas hoje eu quero tratar de uma coisa que não mudou dentro de
mim... A música!
Eu
fico me interrogando, se são nos primeiros anos de vida que uma força externa e
imutável, determina qual tipo de música que a gente vai gostar pelo resto de
nossos dias. Eu, sinceramente, acho que sim.
Nos
anos 80, na cidade de São Paulo, o rock era a moda. Bandas de punk rock, new
wave, rock nacional, blues e rock de garagem, era o que fazia parte das minhas
ideias. Baixo, guitarra e bateria, pra mim, é a melhor combinação de qualquer
coisa que o homem tenha inventado nesse mundo, desde que Adão foi expulso do
paraíso.
Em
Barretos, no começo, foi difícil pra mim. Aqui as pessoas adoram a música
sertaneja, e isso está enraizado no povo daqui, demorou mais de ano, pra que eu
encontrasse algumas pessoas, que assim como eu, tinha rock nas ideias. Aos
poucos nós organizamos encontros de bandas de rock, organizamos alguns bares
que tocavam rock e nos tornamos os diferentes da molecada.
O
jeito de pensar, o jeito de falar, o jeito de vestir, os roqueiros no interior,
são mais diferentes para a sociedade, do que os roqueiros da capital. Mas
graças a Deus, essa diferença não fez de mim um rejeitado, ou deixado de lado
pelas pessoas, porque, logo cedo eu percebi, que não dava pra competir com a
cultura do lugar, não dava para impor meu gosto pessoal, em meio a uma multidão
de gosto desigual.
Tem
gente que se prende dentro de uma cápsula, onde só o mundo dele é importante, e
só seus gostos são importantes, e por isso, ficam isolados de tudo e de
todos... Eu aprendi a me divertir com as pessoas daqui, fiz vários amigos que
detestam minhas músicas, mas que tirando isso, convivem muito bem comigo. Esse
é o segredo! Aceitar que nem todo mundo é igual a gente, e respeitar o gosto
pessoal dos outros, mesmo que os outros não respeitem o seu, assim, com o
tempo, as pessoas vão começar a te entender, e o respeito por você virá
naturalmente.
Hoje,
eu ainda escuto o que eu gosto, tenho amigos roqueiros dos anos 80, e
musicalmente vivo minha vida à parte da grande massa.
Minha
cabeça e meus pensamentos ainda funcionam ao som do rock e blues, e parece que
isso vai me acompanhar até o fim dos meus dias, é como a letra da música que
está no clipe abaixo: Um DJ invisível, que fica dentro das moleiras da gente,
discotecando e colocando um som agradável, talvez não à todos, mas pelo menos,
pra gente, o DJ é bom, e ajuda a passar os dias mais felizes.
Eu não tenho um estilo musical predileto como o Amigo. Posso preferir, um determinado estilo de filmes ou de livros. Mas musica não. Sou capaz de ouvir durante horas qualquer estilo. Por exemplo, hoje ouvi durante quase 2 horas, música de concertina.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim de semana
Um abraço Elvira!
ExcluirHistória parecida a minha, cheguei em Barretos em 97 e Rock na veia até hj, abraço
ResponderExcluirHahahahaha eu sei Evandrão!
ExcluirMeu amigo Andre, tenho um neto que teve uma banda de rock, ele e mais três, desfizeram da banda porque ele precisava estudar, prioridade, ele só tem vinte e um anos, estuda e trabalha, mas no quarto dele há a guitarra que não deixa por nada, como dizes, o rock está no sangue!
ResponderExcluirAmei ler aqui, amo rock também!
Estou ouvindo a música, adorei!
Abraços apertados!
Logo, logo o neto volta com a banda, você vai ver!
ExcluirVerdade, André! A música da nossa adolescência permanece sempre em nossas veias... talvez porque embale as nossas memórias! Meu abraço, amigo; boa semana.
ResponderExcluirCaptou bem o texto Árabe! Isso mesmo.
ExcluirBacana! Já estou seguindo seu blog.
ResponderExcluirO Planeta Alternativo
Valeu Walter!
Excluir