segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Viciado


Eu acordei e pensei assim: "Hoje vai ser um dia diferente!" Eu imaginei que hoje seria o dia em que eu iria provar pra mim mesmo que eu não estava viciado!
Todo mundo em uma fase de sua vida pode ter contato com algum tipo de vício, aí ou ela vai de ter cabeça ou não para se deixar levar pela onda boa e o prazer que a substância causa na sua cabeça... Infelismente eu não consegui deixar de experimentar e daí em diante eu nunca mais dei conta de abandonar...
Eu vejo as pessoas normais andando pela rua e me pergunto como elas conseguem esse auto controle? Eu não tenho isso, eu já usei na rua andando sem rumo, eu já usei dentro do meu quarto mesmo contra vontade da minha esposa, eu já usei dentro do banheiro escondido pra que ninguém visse, eu já usei quando era solteiro e longe da minha mãe para que ela não visse e não ficasse brava... Mas um dia minha mãe viu e eu perdi a vergonha e comecei a usar perto dela! E a cada dia as doses eram mais altas e isso começou a incomodar os vizinhos também.
Uma vez a vizinha reclamou com minha mãe que respondeu que não tinha mais o que fazer... Que eu era viciado e eles teriam que conviver com isso, mesmo que isso lhes fizesse mal, que ela já havia pedido pra eu parar mas que eu não escutava, e mesmo se eu prometesse que iria parar no outro dia de manhã já estava eu lá de novo me rendendo ao vício!
Mas hoje não! Eu prometi pra mim mesmo que iria fazer diferente... Eu acordei, escovei os dentes, tomei café, fiz um sanduiche na sanduicheira pra ver se o tempo passava um pouco mais rápido, andei pela casa, fui colocar água e comida pra Frida, andei pela casa... Eu prometi pra minha esposa que não usaria mais... Andei então mais um pouco pela casa, abri a Bíblia pra ler algum versículo que me conforte, na terceira palavra desisti... Eu estou tentando me controlar aqui!
Eu prometi pra minha esposa que não usaria, que não atrapalharia mais a vida dos visinhos que não tem nada a ver com meu vício. Eu prometi pra minha mãe que não usaria mais isso assim...
Mas o vício é incontrolável...
Quando dei por mim lá estava eu de novo... Mesmo tendo feito tanta cêra pro tempo passar mais rápido, mesmo tendo dado voltas e voltas pela casa eu não resisti... Quer saber! O vizinho que se dane! Eu não dou conta de ficar sem ligar o som alto de manhã cêdo, eu prometi que não faria isso um milhão de vezes pra minha mãe e no outro dia cêdo sempre fazia, eu prometia pra minha esposa que não iria ligar o som no quarto, no banheiro, nos momentos de fabricação do Samuelzinho, quando saio de carro, quando ando pela casa e ela quer dormir, mas não adianta! Eu sou viciado em música e isso é incontrolável!
Vizinho... Escuta aí que isso é rock'nrooooolllllllllllll!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O velhaco



Um dos primeiros velhacos da história do mundo que se tem noticia é um cidadão chamado Jacó, esse maluco era irmão gêmeo de Esaú, e naquele tempo o primeiro filho tinha mais direitos que os outros inclusive o controle da herança do pai. Segundo a Bíblia Esaú nasceu primeiro e Jacó estava segurando seu pé como se querendo passá-lo pra trás e pular na frente. O tempo foi passando e Jacó sempre foi tentando ser mais ligado aos pais e mais malandro para ver se ganhava as honras e a bênção do pai que determinaria seu principal herdeiro, com isso ele ganhou a preferência da sua mãe Rebeca que percebendo que não teria jeito e Esaú seria abençoado como de direito, resolveu então ajudar o filho malandro a enganar o pai Isac. Ele vestiu a roupa de Esaú e se colocou na frente de seu pai que estava meio cégão e não reconheceu que quem estava alí era Jacó. Então seu pai deu-lhe a benção e ele com isso ganhou as honras de primeiro filho e o direito sobre a herença. Mas Esaú ficou bravo pra caramba e se voltou contra o irmão safado que correu de medo e foi morar com seu tio Labão bem longe dalí.
Se Jacó era velhaco Labão servia pra ser seu professor, porque conseguia dar nó em fumaça e esconder as pontas. Jacó foi logo se apaixonando pela filha do tio e teve que trabalhar sete anos pra ganhar a mão dela em casamento e quando os sete anos se completaram o Labão empurrou a filha mais velha que era um canhão pra cima do Jacó e disse que a tradição era essa, primeiro a filha mais velha era quem casava e só depois a mais nova. Então Jacó teve que trabalhar mais sete anos pra conseguir a mão da bonitinha tendo que trabalhar feito um condenado e ainda dar assistência pra feinha!
O final da história você poderá encontrar no livro de Gênesis na Bíblia, pode procurar lá pelo capítulo 30 a 33 que você vai encontrar... Mas e aqui no nosso mundo? O que essa história tem a ver com a gente?
Os espíritas e os budistas, além de alguns esotéricos falam que tudo o que aqui se planta, aqui se colhe, ou dizem que se você entrar numa determinada frequência de conduta você só vai atrair pessoas iguais para sua vida, ou simplesmente dizem que o karma que você constrói em sua vida um dia vai se voltar contra você! É isso que essa história da Biblia fala pra gente... O mal que aqui se faz, a justiça divina vai te fazer pagar com juros e correção... Cuidado com suas atitudes porque talvez algum Labão esteja aí te esperando na próxima esquina querendo te estorquir, afinal como diz aquele ditado: Se o malandro soubesse como é bom ser honesto ele seria honesto só por malandragem!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Dias de luta


 Valfredo estava cansado da rotina, todo dia era a mesma coisa, sempre esperavam muito dele, sempre queriam muito dele, sempre exigiam muito dele!
Valfredo estava extressado, ontem havia sido igual a hoje e ele sabia que amanhã também seria igual. Todos os dias ele tinha as obrigações a cumprir, todos os dias ele tinha seu trabalho onde muita gente dependia dele, todos os dias ele tinha sua familia onde muita gente dependia dele, todos os dias ele tinha em mente de encontrar uma amada, afinal seu coração valente não poderia viver sem uma mulher ao lado.
Então Valfredo acordou, como sempre tomou seu banho, tomou café, voltou ao banheiro para se aliviar do peso do dia anterior, escovou os dentes, arrumou o cabelo e saiu para a sala do casebre, Valfredo era mais limpo e bem cuidado que a maioria dos rapazes da sua idade, afinal ele era um cavaleiro e sua mãe zelava por isso. Então Valfredo chegou até a sala do casebre, pegou sua armadura reluzente, escovou a bota, limpou a caneleira de metal, colocou o colete de aço, e dirigiu-se até o riacho onde sua mãe estava lavando roupas, deu um beijo na velha, recebeu um "Deus o abençoe e te guie no dia de hoje" da sua mãezinha e dirigiu-se para o estabulo.
Trovão seu cavalo branco estava lhe esperando, então Valfredo colocou-lhe o arreio, a cela, montou no trovão, pegou seu escudo, sua espada, colocou seu elmo e saiu... Ele tinha que matar um dragão por dia, tinha que derrotar uma bruxa má, tinha que acordar uma bela adormecida e ainda escalar um castelo usando o cabelo de Rapunzel como corda... No final do dia ele tomava um veneno junto com uma linda princesa e ia dormir, as vezes como herói e as vezes como sapo... Os reis muitas vezes entendiam e davam valor a Valfredo, mas as vezes ele era destituido do cargo de cavaleiro... Mas isso era só por um dia, porque no seguinte precisavam dele de novo, e o dia então começava com mais bruxas, reis, rainhas, princesas, sapos e muitos, muitos dragões pra matar!
Puxa como essa rotina acabava com Valfredo!

domingo, 23 de outubro de 2011

Horário da Fridona



A Frida (minha cachorra) sempre tem umas atitudes engraçadas e que fazem a gente pensar um pouco na vida de vez em quando, uma das últimas dela é não se render de forma alguma ao horário de verão!
Ela sempre acordava primeiro que a gente e ficava de prontidão na porta de casa esperando a gente abrir e conversar um pouco com ela, depois ela ficava do lado do portão onde eu vou abrir pra minha esposa ir trabalhar, quando a Andréia saia de casa ela fazia festa, brincava, corria ao redor do carro e depois que a Andréia saía pra rua a Frida corria pra grade do outro portão olhando até que ela virarasse a esquina. Agora no horário de verão a malandra não vem até a porta, e nem espera do lado do portão! Só quando ela escuta lá da casinha que a Andréia já está saindo pra ir até o carro é que ela vem correndo, sorrindo e balançando o rabinho, aí ela espera no outro portão até o carro virar a esquina, então ela corre pra casinha e só levanta na hora em que eu vou trabalhar que é uma hora depois! A espertona não quer nem saber de horário de verão... Não se rendeu de jeito nehum as maluquices e ajeitadas do homem que de vez em quando dá umas mechidinhas nos dias pra ver se ganham alguma coisa com isso, a Frida não. Ela quer é viver no horário de Deus mesmo...
A gente é que é maluco né? A gente corre o dia todo, as vezes não temos tempo pra nossa familia, as vezes não respeitamos os toques que nosso corpo dá, não vamos ao médico fazer os exames de rotina, não cuidamos da alimentação. não cuidamos da qualidade do nosso sono, não cuidamos da qualidade de vida e nem respeitamos a natureza! Nós somos os inteligentes mesmo?
Eu sei que a Frida não tem obrigações a cumprir a não ser dar alegria pra minha família, mas ela faz isso muito bem e sem extresse, o que eu estou querendo dizer aqui é que a gente também deveria conseguir viver sem forçar os nossos limites e conseguir ir aumentando esses limites sem extrapolar a linha que divide viver saudávelmente e viver se acabando desregradamente... Será que na correia de hoje em dia isso é possível?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Toda verdade sobre a música brasileira


No finalzinho da década de 70 e começo dos anos 80 a mulherada paulistana tinha uma trilha sonora padrão. Primeiro as 6 da manhã quando acordava pro maridão ir trabalhar elas ligavam seus rádios e escutavam o radialista Zé Bétio que trazia musicas sertanejas populares da época e algumas raiz, depois mais ou menos alí pelas séte e meia da manhã começava o programa do Gil Gomes, pra quem não sabe ele era um jornalista policial que contava os acontecimentos policiais de uma forma teatral com trilhas sonoras e efeitos especiais que mais parecia uma novela ou um seriado de aventura e emoção, depois dele vinha o Eli Corrêa que tocava as músicas do momento e da "saudade" como ele mesmo diz até hoje, ele mesclava alguns jovens cantores com cantores consagrados levando tudo de uma forma a pegar as pessoas pelas lembranças do passado.  Depois vinha o Barros de Alencar que era um pouco mais brégão e tocava os ídolos pupulares como Ovelha, Nahin, Trio Los Angeles, José Augusto, Amado Batista, Odair Jose, Waldick Soriano, Sidney Magal, Roberto e Erasmo Cralos (bregas sim porque não?), entre outros. Sem esquecer que algumas músicas internacionais que faziam um sucesso estrondoso na verdade era nacional... Isso mesmo, cantores como Cristian (que é o mesmo da dupla Cristian e Ralf), Morris Albert, Dave MaClin e tantos outros tocavam sem parar aqui no Brasil e alguns até fora do Brasil como no caso do Dave MaClin que chegou a ser primeiro, segundo, quarto e sexto colocado ao mesmo tempo nas paradas de sucesso do México, em terceiro lugar vinha uma banda local que gravou uma música dele e em quinto lugar vinha uma bandinha chamada The Beatles!
De vez em quando uma música vinda de outras tribos faziam sucesso nesses programas populares e tocavam até enjoar, ainda me lembro que o Ritchie que era um cantor do chamado novo rock nacional era tocado por esses caras com sua música "Menina Veneno" até 3 vezes numa mesma hora!
A mídia de hoje em dia não sei porque tem a mania de querer mascarar o passado falando que Caetano Veloso, Chico Buarque, Gal Costa, Jorge Benjor eram quem ditavam os rítimos dos sucessos nesses anos de 70 e 80, mas como um sobrevivente destes anos e como um cidadão que tem uma mãe que graças a Deus adora música e não desligava seu radinho pra nada eu posso afirmar com total segurança que o Brasil era embalado pelos cantores hoje chamados de brega mas que eram "os caras" daqueles anos.
Bom, na verdade eu não sei nos outros estados porque não existia internet e essa interação de hoje em dia era inconcebível naquele tempo, mas as mulheres paulistas e principalmente as paulistanas escutavam Fuscão preto, Taka taka taka, Feiticeira, Sem você não viverei, Conga la conga, Sábado, e mais tudo o que esses radialistas que falei alí em cima quizessem tocar. Escutavam com prazer e alegria porque esse era o som!