quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
A floresta
O pequeno pardal acordou de um soninho que estava tirando empoleirado num fio de telefone. Seu estômago falava que era hora de procurar algo pra comer.
Num bater de asas ele saiu pelo quarteirão procurando uma árvore que tivesse alguma fruta pra ele dar umas bicadas. Parou na árvore em frente da casa da dona Josefa, saltitou pelos galhos e não achou nada interessante, nem uma fruta e nem um insetinho porque os agentes de combate a dengue passaram um dia antes jogando veneno no bairro.
Então ele voou até a árvore da casa do seu Pedro que era em frente e mais uma vez não era uma árvore frutífera.
- Puxa vida - pensou o pardal - esse povo só planta Pata de vaca e Chorões ou alguma outra árvore besta que só dá folha e mais nada...
Foi então que ele se lembrou que na casa da dona Claudia tinha um belo jardim com muitas flores e certamente haveriam alí alguns insetos apetitosos. Ele então deu um vôo rasante passando por cima do telhado da casa de dona Claudia para ganhar assim o outro lado. Quando chegou do outro lado ele se entristeceu quando viu que no lugar do jardim estava um enorme piso de concreto.
O pardal então faminto sentou-se tristemente no varal de dona Claudia e ficou pensando onde ele poderia arrumar comida.
Foi então que ele sentiu um cheirinho de arroz vindo da casa de seu Leandro, devia ser a dona Ester cozinhando. Ele então sorrateiramente sentou-se no batente do vitrô atrás de dona Ester e quando ela deu uma bobeiriha e foi ao banheiro o pardalzinho pulou para a borda da panela e comeu vários grãos de arroz até encher o papo. Foi quando apareceu pela cozinha o seu Leandro que nervoso ao ver o pardal alí no fogão xingou em voz alta espantando o pequenino pardal e fechando o vitrô com força gritou:
- Esses bichos são folgados demais! Não respeitam mais o espaço da gente!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
ADOREI E DEU UMA BELA HISTÓRIA INFANTIL,NÉ?
ResponderExcluirGostei!!!abração praiano,chica
É Andrezão este espaço ocupado violenta mesmo os racionais e os irracionais e pelo jeitão o homem só se dará conta do suicídio quando não houver mais o que recuperar, quando os pardais não fizerem mais sinfonia lá no morro, já não existir mais o galo campeiro para bater no peito acordar a galinhada ‘he he’ e anunciar o alvorecer, quando o gambá da Ana parar de visitá-la, os macacos aqui da serra pararem de mendigar grãos de comida nos fundos das industrias e restaurantes.
ResponderExcluirSeria bom que textos assim como o seu fizesse realmente refletir em toda a sociedade, mas geralmente todos os que lêem pensam “O que é que eu posso fazer se inventaram o mundo pra me dar prazer” como disse Zé Rodrix um dia – Muitos dizem que é problema dos governos sendo que todos nós temos uma parcela de culpa.
Muitos dirão este cara esta ficando louco a tecnologia dará um jeitinho em tudo isso, outros nem sabem que a galinha era um ser vivo antes de ser embalada e ir para o açougue, que o leite é ordenhado da vaca e da cabra, que a gelatina é de origem animal, que sem a abelha não tem o mel e nem as frutas seriam polinizadas e assim por diante em uma grande cadeia alimentar até chegar ao homem que precisa da árvore que busca a água para o rio que precisa do peixe, que precisa do fruto da árvore, que precisa da fotossíntese para elaborar a seiva bruta e precisa da chuva que precisa da terra para infiltrar e quando não se infiltra provoca inundação, que destrói o que o homem construiu.
Chega já escrevi demais.
Até me esquecí do coitado do pardal ha ha ha.
Abraço.
Oi Amigo,
ResponderExcluirMaravilhosa a reflexão!
Observo sob dois prismas e faço a seguinte analogia: as vezes essa sensação que o pardal teve é também nossa, pois é como se olhar e só ver a sombra do deserto. A outra é o olhar do outro quando queremos apenas uma casinha de sape e somos confundidos como invasores do espaço alheio.
Lembro uma vez quando uma tia passou comigo pela orla e olhou fixamente para um rapaz que tinha acabado uma corrida e falou: é por isso que o Estado não anda, só tem vagabundo. Olhe que eu conhecia o rapaz e fiquei refletindo como é fácil o juízo de valor. O rapaz '
e super batalhador e tinha sido vítima da miopia moderna.
Beijos.
Lu
E me lembrou Ésopo... E La Fontaine. O ser humano não presta! Mata, invade, constrói onde não deve, polui e ainda se sente no direito de não dividir com aqueles que não tem mais [passarinhos e os agora sem-teto do Pinheirinho].
ResponderExcluirTalvez eu seja uma pessimista nata, só que a nossa raça é digna de quase nenhuma esperança.
T.S. Frank
www.cafequenteesherlock.blogspot.com
Terminei de ler e pensei: Quem não respeita o espaço de quem?
ResponderExcluirÉ tão triste saber que são sempre os indefesos que pagam pela nossa ignorância.
Infelizmente, enquanto o ser humano não parar de achar que é o supremo nessa terra, só podemos aguardar um destino: a completa extinção da vida no planeta.
Beijos
Dedé, tudo bem?
ResponderExcluirAs pessoas reclamam da destruição da natureza e não fazem sua parte. Matar seu jardim é também destruir a natureza.
Em nome do "ar puro", muitos procuram lugares mais próximos ao verde, escolhem seu terreninho, destroem todas árvores para construir suas casas, depois não replantam nenhuma.
Ooooo mundão...
Abraços aos três! Espero que tudo esteja bem com vocês!
O que na verdade somos nós que não respeitamos mais o espaço deles rs! Isso me lembrou da advertencia que levei dos agentes da dengue, pois coloco tds os dias água com açucar pra meus visitantes bicudinhos.
ResponderExcluirBjo ;) passa la tbm...
http://www.estigmaangel.blogspot.com/
Dedéeeeeeeee.....
ResponderExcluirum sorrisãoooooo, please!
Você é muito gente boa para não sorrir, tá bom?
Abração e fica com Deus!
O ser humano é desses... invade, faz a festa... e depois se faz de vítima, como se o problema não fosse com ele! Danados, isso sim é o que somos!!! Humpft...
ResponderExcluirVc me daria licença para ler esse texto para meus alunos, na semana em que eu for trabalhar sobre meio ambiente?(claro que eu não iria esquecer de colocar seu nome...) Pensei em umas estratégias de leitura e interpretação que dariam certinho com ele. Não estou pensando em imprimir, somente em fazer a leitura compartilhada(todos os dias eu levo um texto diferente) e conversar com eles a respeito... Posso? Diz que sim? Diz que sim? Simmmmmmmm??? rsrsrsrsrs...
bjks
Ps. Eu quis dizer "NÃO estou pensando em imprimir um para cada aluno, somente..."
ExcluirImprima e distribua... sorte dele, propaganda sem custo... hehehehe
Excluirrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrr...
ResponderExcluirEles é que não respeitam o nosso espaço?????
Esta foi demais, André!
Grande abraço.
Notadamente aqui, e muito bem expressado pelo meu inteligente amigo André, a inversão dos valores. Invadimos e "pedreficamos" a natureza, obrigando os seres do meio ambiente a buscar "outros meios" para sobreviver!
ResponderExcluirAbraços renovados!
Obrigar, cada casa, em São Paulo, um metro quadrado de jardim e a possibilidade da enchente acontecer será bem menor. E as árvores "têm" que ser, também, frutíferas, para os espaços públicos. No mais, não atrapalhar o ciclo normal da mãe ou pai Natureza. Quando mãe está tudo bem. Quando pai, borrascas, inundações... etc. Ele fica bravo, macho demais e desconta quando o calo dóe. O Pardal fala? Claro que sim. E não é fantasia... parabéns, poeta!
ResponderExcluirAndré,parabens pela bela história!Nós é que ocupamos o lugar dos pardais!...rsss...excelente msg!Bjs,
ResponderExcluiresse seu conto veio em ótima hora.
ResponderExcluirEu estava no shooping esses dias e um casal de pássaros (não sei se pardais) voavam na praça de alimentação. E quando as pessoas saiam das mesas e deixavam restos de comidas, eles rapidamente davam rasantes e pegavam alguns restos. Achei demais aquilo. Porém, infelizmente e felizmente, eles estão se adaptando aos dias atuais. Cada dia mais há menos praças e mais crescimento urbano. Seus alimentos são mais escassos o que os obrigam a procurarem alimentos assim, onde há contingente de gente.
Triste realidade!
Abração
----
Site Oficial: JimCarbonera.com
Rascunhos: PalavraVadia.blogspot.com
Tadinho!!!! O homem destrói o "habitat" natural das aves e demais animais e só lhes resta a opção de procurar nossos espaços, onde, infelizmente, caminham para o fim.
ResponderExcluirBjs.
É! É por ai mesmo, invadimos o espaço deles e não os respeitamos!
ResponderExcluirFiquei com dó do passarinho!
Bjão Dé, bom fim de semana pra vc!
nenhuma verdade é absoluta; quantos ângulos e focagens tem?
ResponderExcluiradmiro profundamente o tom alegórico das tuas crónicas, amigo andré.
abraço!
Toda cidade deveria ter um central park...rs
ResponderExcluirNojentos são os que prendem as aves, livres elas se viram.
Abraço