terça-feira, 19 de abril de 2016

Virgem Maria - parte 5




O último raio de sol brilhava no horizonte quando Armando e Miguelito se apresentavam as portas da masmorra conforme o combinado com o capitão Antônio Fernandes. Na verdade, ele era chamado por todos de capitão, mas era apenas um soldado que tinha um pouco de privilégios, pois servia à guarda do reino de Aragão a muitos anos, nunca fora condecorado “cavaleiro” pois nunca participara de guerras, nem recebido o código de honra dos cavaleiros da santa igreja, mas certamente gozava de muito prestígio entre os nobres e homens importantes do reino, tanto que fora designado para chefiar a masmorra de Manzaneda, cidadela que abrigava o mais importante mosteiro de frades copistas oficiais da santa igreja católica e que tinha como representante maior o ilustre Monsenhor Fernando que praticamente ditava as regras do reino. A população do reino de Aragão, e principalmente dos arredores de Manzaneda diziam: primeiro Deus, depois o papa e em seguida Monsenhor Fernando.
Bastaram duas batidas na porta, para que uma fresta se abrisse e um soldado encapuzado aparecesse. Com apenas um movimento de olhos o soldado os convidou para entrar.
Em seu interior, a masmorra tinha um fedor de umidade e bolor que deixava o ar tão pesado que rapidamente era percebido por qualquer um que viesse da rua. O negro das paredes emboloradas ganhava contornos assombrados pelas luzes das tochas, que presas nas paredes dos corredores, lutavam bravamente contra o breu para trazer um pouco de claridade para aquele triste local.
            O guarda guiou-os até a sala do capitão Antônio Fernandes sem dizer uma única palavra. Chegando a porta, apenas apontou com a mão trêmula e acenou com um gesto de cabeça para que eles entrassem.
O capitão Antônio Fernandes estava esperando, e, logo que entraram ele disse apressado:
- Coloquem esses capuzes e sigam até o final do corredor, seu filho está na última cela à esquerda, não deixem ninguém ver a cara de vocês e não conversem com ninguém, não falem alto para que outros presos não os escutem, não falem nomes e não ousem citar que me conhecem, senão vocês não sairão vivos daqui! Entenderam?
 - Sim Capitão - falou Miguelito - nós nunca ouvimos seu nome!




14 comentários:

  1. Aproveitei pra reler os capítulos passados e é sempre legal a leitura aqui.Rica em detalhes. abraços,chica

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  2. Aproveitando para reler mais um capítulo.
    Abraço

    R. Que bom que gostou do livro.
    Não posso precisar se lhe enviei o Rosa antes de ser editado, mas talvez sim. Na verdade tenho mais de 30 escritos, e o que me lembro é que em tempos lhe enviei um mas não sei se foi o Rosa,
    Abraço

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    1. Fico contente quando me manda seus contos, porque não acompanho assiduamente lá no sexta!

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  3. Reli a parte 1 e li de enfiada os outros quatro.
    O que posso dizer é que a história se lê com prazer (pena que não tenha os capítulos todos agora mesmo...). porque tem um bom enredo e uma excelente narrativa.
    Não sei quantos capítulos terá a história, mas a narrativa e o assunto têm fôlego para um romance de 200 ou 300 páginas.
    Excelente, fico ansioso à espera de mais.
    Boa semana, caro amigo André.
    Abraço.

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  4. A mania de cometer injustiças em nome de Deus já vem de longe!
    Continuo a gostar do conto.
    xx

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    1. E põe longe nisso, e o pior é que vem até hoje!

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  5. Continuando a ler, bem escrito, o suspense está aí, até o próximo capítulo amigo André!
    Abraços!

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  6. André: É um conto bem interessante! Passando para deserjar-lhe um bom dia! Abraços, meu amigo.

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    1. Um bom dia, e semana e mês pra você Adê!

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  7. Li este é os anteriores e fiquei com pena de não ter mais. Fico à espera de mais. Um abraço com carinho

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