Olá amigos! O ano novo já começou e por isso, vamos voltar aos trabalhos aqui nesse blog. Confesso que fiquei meio triste pelo resultado da última postagem, que só porque era meio grandinha, apesar de ter sido visualizada por muita gente, foi lida e comentada por poucos... Mas tá bom, eu entendo...
Prometo que não vou postar mais contos grandes. Por isso, aqui vai um continho, meio crônica, meio conto.
Estávamos eu
e a Frida, minha cachorra, voltando de um passeio, quando do outro lado da rua,
meus dois vizinhos estavam travando uma batalha digna épica.
- Você é
burro! - gritou seu Oscar. - Como é que você quer sombra de árvore sem ter
sujeira no chão?
- Eu não
quero saber - retrucou Fernando abrindo os braços - minha esposa está cansada
de limpar as folhas que as suas árvores jogam na minha calçada!
Eu quando vi
e ouvi essa cena, olhei pra Frida, e a gente resolveu passar devagarinho do
outro lado da rua, quase rastejando, para que eles não nos enxergassem, mas não
deu.
- Olha ali o
André - falou seu Oscar apontando pra mim - Andrééééeé, vem aqui um pouquinho
pra dar a sua opinião!
- Puxa vida
- eu pensei - tínhamos que aparecer aqui bem agora?
Nós atravessamos
a rua e a Frida, malandra, já foi logo abanando o rabão pros vizinhos e
encostando a cabeça em Fernando pra ganhar um cafuné.
- Olha André
- começou Fernando estufando o peito e colocando o dedo em riste em direção a
Oscar - eu estou falando aí pro seu vizinho que a árvore dele está sujando toda
a minha calçada e toooodos os dias.
- É verdade
- falou seu Oscar irritado e em voz alta - mas eu expliquei aqui pra esse seu
vizinho que as árvores soltam mesmo folhas, isso é da natureza. Mas também
falei que ele não tem nem moral de reclamar porque ele chega antes de mim na
hora do almoço e sempre coloca o carro dele na sombra das minhas árvores,
enquanto eu tenho que colocar o meu carro no sol.
Eu olhei pra
Frida, ela olhou pra mim, nós olhamos pros dois, os dois olharam pra gente, e a
Frida, malandra novamente, se escondeu debaixo das minhas pernas.
- Agora me
fala uma coisa André - continuou seu Oscar amentando mais a voz, como se fosse
um tenor atuando em uma ópera - tem cabimento um cara desse querer vir me
encher o saco?
Eu olhei pra
Frida de novo e ela se escondeu mais ainda debaixo das minhas pernas...
- Olha gente
- eu comecei tentando ser justo comigo e com os dois - essa briga de vocês é
tão impossível de resolver, que até a Frida que é burrona, sabe que não tem
solução. Se vocês dois só olharem o problema visando somente o seu lado pessoal,
então o outro vai estar sempre errado. Cada um tem a sua razão.
Então os
dois deram-se o último olhar desafiador do dia, olharam pra Frida que mijou de
medo e entraram pra dentro de suas casas batendo seus portões.
- Liga não
Frida - falei eu voltando a caminhar com ela - não dou um mês pra esses dois aí
estarem fazendo churrasco e bebendo cerveja juntos, é só aparecer um feriadinho
prolongado, que tudo volta ao normal.
Ainda bem que seu Oscar e seu Fernando ainda discutem e chamam você e a Frida para participarem da querela, em alguns lugares os vizinhos nem se conhecem mais, não se olham e muito menos se cumprimentam.
ResponderExcluirFeliz do cara que ainda tem estas historias para contar e feliz do cara que ainda é contador de historias.
Abraços garoto.
Contar histórias é bom. Ainda mais quando tem alguém pra curtir.
ExcluirAinda bem que os vizinhos perceberam Aqui o ano passado, um homem matou o vizinho, o filho dele que ia acudir ao pai, e um polícia que tentou interferir, só porque o cão do vizinho ladrava de noite.
ResponderExcluirUm abraço
Tem gente ignorante né Elvirinha? Credo!
ExcluirBom dia amigo André, que bom que o ano começou e que há conto assim para nos contar, essa briguinha aí é normal, as pessoas são mesmo intolerantes, mas no fundo se não tivesse algo para se discutir ficariam sofrendo de solidão!
ResponderExcluirAmei ler e aproveito para te desejar, juntamente com sua família,um lindo ano novo!
Abraços apertados!
Obrigado Ivone! Te desejo um ano lindo também!
ExcluirBela crônica, André. É da sua natureza tratar as coisas com tanta naturalidade.
ResponderExcluirObrigado Diamantino! Estou aprendendo. Hahahaha.
ExcluirQue bom ter vizinhos assim! Quando eu morava em casa tinha vários...hj em dia no apartamento...quase ninguém tem tempo nem para um olá...que pena!!!
ResponderExcluirabraços meus de belo 2016 pra ti...com muita paz..amor...e inspiração!!!
Olá. Feliz ano novo... felizes textos novos. Bem, essa coisa de vizinhos é bem assim, mas dá para terminar sempre bem, como foi nesse caso específico. Também tenho vizinhos que falam em cortar árvores, mas gostam de usar a sombra da minha. Mas é tudo gente boa também.
ResponderExcluir///
Sobre seu comentário lá no blog, é claro, concordo, quem escreve tem que estar pronto não só para elogios como para críticas também, até acho que críticas noos ajudam mais, eu gosto de críticas, mas estou falando no meu texto muito mais de boicotes do que exatamente de críticas, se criticam é porque estão lendo. Tudo o que um poeta ou escritor deseja é ser lido. E pode fazer sim qualquer tipo de comentário lá, esteja à vontade. Abração!!!