Tobias
era um cachorro vira-latas, que perambulava pelas ruas, vivendo sem destino. As
pulgas, os carrapatos, e as vezes a sarna, eram a sua alegria. Tobias passava
horas e horas se coçando.
Nas
latas e sacos de lixo, Tobias encontrava restos de comida e migalhas que comia
satisfeito. De vez em quando o vira-latas encontrava alguma coisa boa: ossos de
galinha com algum naco de carne, resto de macarronada azeda, arroz, feijão,
latas de sardinha e pedaços de pão velho.
Tobias
adorava rolar em carniça ou em estrume de cavalo, ele costumava dizer que isso
dava à ele identidade e pedigree. Tobias era feliz, pois essa vida de
viralatear pela cidade, era o que ele conhecia, e era o que ele entendia por
vida de cachorro.
Por
isso, Tobias não queria mudar! Ele sempre votava nos mesmos políticos e nos
mesmos partidos. Mesmo que seu candidato estivesse envolvido em falcatruas e
corrupção, Tobias era fiel. Aliás, todo cachorro que se preze é sempre fiel, e isso
ninguém tirava dele. A fidelidade dos incautos.
Tobias
olhava para os cachorrinhos que desfilavam cheirosinhos nos colos das madames
da cidade e sentia asco. “Esses aí são
uns vendidos,” ele pensava. Não era admissível para Tobias, que um cachorro
vivesse como gente. Que fosse gastar no shopping, que comesse em restaurantes
bons com a sua família, que estudasse em escolas boas, e que fizesse faculdade
federal... Não, isso não era coisa de cachorro.
Tobias
era convicto, ele nunca se venderia por pouca coisa: ração balanceada,
vermífugo, banho e tosa, pelo escovado, passeio com o dono, carinho! Meu
Deus... Ele não queria saber dessas coisas. Na escola pública manipulada pelo
governo o ensinaram a ser assim, a TV o ensinava a ser assim, os seus amigos eram
iguais a ele, e por isso, ele tinha suas convicções. Tobias era um cão de raça
pura... Pura ignorância. Mas fazer o quê? Ele era assim, nasceu assim e queria
morrer assim, afinal: Tobias era brasileiro e não desistiria nunca!
Fazia tempo que eu não publicava um cartum... Tomara que gostem.
Fazia tempo que eu não publicava um cartum... Tomara que gostem.
Gostei do cartum, muito bom!
ResponderExcluirTambém do texto com a analogia bem irônica, pois o sistema corrompe e como, acho que não há quem escape!
Abraços amigo Andre, obrigada pela amável visita e comentário!
Obrigado Ivone! Vc sempre gosta, hahahahahahaha.
ExcluirANDRÉ: O texto é bem interessante e engraçada. Olha, saudades do seu espaço. Estou entrando muito pouco na blogosfera por motivo de falta de tempo e inspiração. Passando para desejar-lhe uma ótima semana. Bjs.
ResponderExcluirVc faz falta aqui Adeladia!!!!!
ExcluirAdorei! Disse tudo.
ResponderExcluirValeu Ana!
ExcluirOlá!
ResponderExcluirVim agradecer sua visita e comentário!
Gentileza gera gentileza!
Muito bom, realidade de hoje e sempre!
Parabéns!
Seguindo aqui com carinho!
Abraço
Rê
Femme Digital
Vou seguir lá também Regiane!
ExcluirOi André,
ResponderExcluirSeu texto não deixa de alfinetar os "políticos", adorei. Seu bom humor é que me fascina. Pena que esteja doente e pouco estou a visitar.
Beijos
Lua Singular
Visite meu outro blog: minicontista.
Vou visitar!
ExcluirE tome lapada, Brasil!
ResponderExcluirMuito inteligente, André. Tem que publicar nos jornais!
E o cartum é perfeito!
Um beijo!
; )
Obrigado policial!!!!! Hahahahaha.
ExcluirUm texto bastante inteligente :) parabéns
ResponderExcluirhttp://retromaggie.blogspot.pt/
Obrigado Magda!
Excluir
ResponderExcluirSeu blog é muito legal.
Se puder dá uma passadinha no meu.
Já estou te seguindo, segue também se gostar.
Beijos
Ani
HTTP://cristalssp.blogspot.com.br
Obrigado Ani!
ExcluirAndré, o cartum ficou uma beleza! Infelizmente, são cômicas algumas situações trágicas. O bom senso não abraça todos, mas todos sofrem as consequências de seu não uso. Um texto crítico e irônico muito bom. Bjs.
ResponderExcluirCômicas e trágicas! Hahahaha.
ExcluirValeu amiga!