domingo, 1 de setembro de 2013

O segredo

Domingo a tarde, depois de um almocinho com a família e um soninho, devidamente atrapalhado pelo meu vizinho, que tem problemas com marretas, serrotes, talhadeiras e coisas assim; cá estou com muitas idéias e preguiça.
Estou escutando Ultraje a rigor, e uma pulga veio martelar nas minhas idéias: Como uma banda faz dois ou três discos sensacionais e alguns muito fracos? Os dois primeiros discos do Ultraje foram maravilhosamente maravilhosos, com vários hits, vários sons interessantes e que pregam no ouvido. O terceiro disco de nome "Crescendo", já é mais ou menos... Só com umas três musicas muito boas. Daí pra frente eles decaíram na qualidade musical, e só depois de algum tempo gravaram o ótimo "Os invisíveis".
Isso aconteceu também com o Ira!, uma banda que eu gosto muito. Eles gravaram três discos sensacionais. O terceiro inclusive, é tido como o melhor disco do rock nacional de todos os tempos (apesar de não ter tocado nas rádios), de no nome "Psicoacústica", e depois disso, fizeram três disco toscos, desastrosos, e difíceis de escutar, até pra mim que sou fã incondicional da banda. Eu me lembro depois do sexto disco eu pensava que o Ira! iria acabar, porque o disco era tão ruim que não poderia haver futuro além daquele caos... Eis que eles saíram da gravadora Warnner e uma gravadora pequena chamada Paradoxx os contratou, e assim, finalmente, o Ira! fez um belo trabalho de nome "Sete". Daí pra frente eles só gravaram discos legais, e um espetacular chamado "Invisivel Dj".
Bom... Mas e daí? Porque eu estou falando disso?
Estou falando porque, quero entrar no assunto de fazer as coisas contrariado. As bandas dos anos 80, eram descobertas por alguns olheiros, de grandes gravadoras. Essas gravadoras faziam contratos por três ou quatro ou até cinco discos com essas bandas. Nesses contratos essas bandas eram obrigadas a gravar um disco a cada ano ou no máximo ano e meio. 
Acontece que as gravadoras distribuíam mal os discos, e obrigavam as bandas a tocarem em shows em que não ganhavam nada.
Quando a banda tinha composições para dois ou três discos, aí é que saíam os tais três primeiros discos muito bons, mas quando eles tinha que compor e produzir musicas novas, trabalhando numa gravadora que não lhes agradava, e se sentindo explorados, aí, apareciam os discos ruins.
Eu saquei isso quando percebi que o Skank gravava um disco novo a cada três anos, e uma vez ví o Samuel Rosa falando que eles faziam um novo contrato a cada disco que lançavam. O resultado disso, é que mesmo os discos mais fracos do Skank, são discos bons. Eles só gravavam quando tinham um bom repertório na mão e quando estavam felizes em entrar no estúdio. 
A gente tem que ter tempo pra fazer as coisas, e fazer com o coração limpo e feliz... Senão, mesmo os gênios acabam fazendo cáca!
E fazer cáca é tão fácil né? O Samuel meu nenê faz duas vezes ao dia... Cada cáca fidiiiiiida!

   

23 comentários:

  1. Oi André. Bem interessante o post.

    O rock nacional tem um grande público, mas com todo respeito, eu não gosto. Inclusive, não acompanhei como vc.

    Acompanhei bem o rock estrangeiro, e era comum , nos anos 70, os grupos gravarem anualmente. Às vezes, eles até gravavam dois discos em um ano só.
    Grupos como Grand Funk, Uriah Heep, Black Sabbath, Yes, Pink Floyd, Jethro Tull, Genesis(na época de Peter Gabriel) e tantos outros, gravaram uma sequência de discos maravilhosos.
    Dá saudade.
    Hoje, não acompanho muito, mas até quando acompanhei, nos anos 90, os grupos já não gravavam mais anualmente; havia um hiato de três e até mais ano, no lançamento de um disco.
    E penso que a carreira dos grupos dos anos 70 era mais consistente.

    Abraços.

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    1. Eu sempre gostei de rock nacional, sou meio patriota em tudo, hahahahaha.
      Mas curto algumas bandas estrangeiras também. Ramones é a melhor banda de rock do mundo de todos os tempos, hahahahahahaha, pode xingar!

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  2. Muito interessante o post. Aqui às vezes ouve-se que certas gravadoras só querem gravar aquilo que é bem popular, porque dizem esses discos são os que melhor vendem. Então grande parte da música é "pimba".
    Nunca mais o vi no Sexta, espero não ter escrito nada que o fizesse zangar-se comigo.
    Um abraço e tudo de bom para si e família.

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    1. Os popularescos vendem mais mesmo né Elvira... As vezes em qualidade alguma, mas vendem.

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  3. rssssssss....As coisas que somos obrigadas a fazer em geram não tem a mesma energia legal deas que saem normalmente, com vontade e sem imposições. E o Samuquinha? rs Todos são assim...abração,lindo SETEMBRO! chica

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    1. Hahahahahahaha, todos? O Samuquinha capricha viu Chica!

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  4. É André, nada do que nos é imposto é legal e bem feito. Eu acompanho rock nacional desde sempre e também já tive essa percepção que você teve. Mas fazer o que? Money or Money. Bem fazemos nós com nossos blogs que só publicamos o que gostamos.
    Abraços.

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  5. Oi Dedé
    Acredito, que nenhuma banda nacional conseguiu manter o mesmo nível o tempo todo. A coisa só flui bem, quando é feita com prazer, nada imposto é legal.
    Boa semana.
    Abraço

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    1. Acho que nenhuma mesmo Wand. A mais regular acho que é mesmo os Titãs. Mas mesmo eles tem alguns discos mais fracos.

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  6. Olá!Boa noite
    Dedé, meu amigo
    ah...eu ri da caca do Samuca.
    Bem,aprendi um pouco aqui sobre Ira e Ultraje,não sabia de nada que tu descreveu... e fazer as coisas contrariados é como diz um poeta que conheço, dever e prazer são palavras que rimam, mas nem de longe se assemelham no significado, e o dever só dá retorno quando você O faz com prazer.
    Obrigado pelo carinho da visita
    Bela semana
    Abração

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    1. Vou postar algumas coisas relacionadas ao rock mais vezes. Esse é um assunto que gosto muito.
      Obrigado por aparecer Felizão!

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  7. rsrsrs- Tô rindo da cáca do Samuelzinho.
    Concordo com suas colocações. Somente quando se faz um trabalho sem imposições e com entusiasmo ele sai bem feito. É importante o desempenho das gravadoras e estimulo é fundamental.
    Gosto desta música do Ultraje a Rigor.

    Dia excelente procê.

    Abraço.

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    1. O Ultraje tem muitas musicas legais né Verinha. Pena que o Roger anda preguiçoso!

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  8. Excelente seu texto e sensato tb.Não é possivel fazer um bom trabalho com a corda no pescoço.Creio que deve acontecer o mesmo com os escritores.Já reparei que quem é bom,não publica livro todo ano e quando vem, vem com tudo!Bjs e boa semana pra vc,

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    1. É... A não ser que seja um g\~enio e que tenha muitas histórias boas na cabeça né Anne.

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  9. Ai, que susto! Pensei que era o Samuel Rosa que fazia duas vezes ao dia... Menos mal que é do Samuquinha que estás falando.

    É isso mesmo, do jeitinho que você falou. A obrigação de fazer acaba anulando um tanto da criatividade e aí, lascou-se tudo. Adoro essas bandas e quando vejo o Nazi em programas esportivos parmerando, eu penso que é no palco o lugar dele.

    Beijo, André Mansim, o pensador.

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    1. O Nasi é o cara MíLi! Sou fã dele, hahahahahahaha.

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  10. Oi André
    Tudo é questão de gosto. Eu faço parte da geração de 80, e não gosto do Ultraje kkkk, prefiro mais o Paralamas, mas concordo com a proposta do post.
    Bjos.

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    1. Ah tá... Mas ainda bem que entendeu a postagem.
      Um beijão Lú! Obrigado por aparecer.

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  11. ANDRÉ:Não curto esta banda, mas sei que algumas músicas são boas.
    Concordo com vc, as coisas somente saem bem, quando fazemos com o "coração limpo", quando estamos felizes!Aí sim, tudo pode fazer sucesso, porque executamos com amor.
    Acho que vivo esta fase, meu amigo, tenho muita coisa para fazer, porém pretendo fazer tudo com amor, mas tudo no seu tempo.
    Beijos e tudo de bom.

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  12. Andre, vc é um homem de sorte, pq só tem 1 vizinho que tem problemas sonoros!
    Eu tenho toda uma vizinhança! kkkkkkk É uma orquestra do barulho mesmo!

    Dancei tanto Ultraje... bons tempos. Eu entendo perfeitamente o que diz aqui.
    Porque certa vez, ouvi um escritor estrangeiro desabafando sobre ter que entregar um livro para sua editora em curto espaço de tempo, tipo 1 a cada semestre ou menos. Inspiração é uma coisa, obrigação é outra. E isso acontece tambem com musicos e bandas.

    Se comparar as letras dos musicos e bandas atuais... afff... talvez os piores discos do passado ainda sejam melhores do que o linguajar apelativo que rola por aí. Sem dizer dos ritmos e sons vocais que mais parecem cópias de quem mesmo?! Não sei, parecem quase todos iguais. Não é mesmo?

    Bjs

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  13. Concordo, o Skank conseguiu segurar a qualidade ao longo dos anos, o Ultraje nem tanto, mesmo assim eu amo!

    Beijos kkk

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