Rodrigo filho de
Lucas estava desaparecido a três dias. Três penosos dias onde Lucas procurou por
todos os lugares possíveis em que Rodrigo poderia estar. Procurou nos
arrebaldes da escola, procurou nas praças vizinhas, procurou nas casas dos
amigos, colocou no jornal, deu queixa de desaparecimento na polícia, falou na
rádio e nada...
Durante essa busca um
filme passava na cabeça de Lucas. Um filme sem diálogos onde ele via seu filhinho nascendo, depois se mostrando um lindo bebê, crescendo, ficando menino, ficando um menino maiorzinho, e de repente... Adolescente!
O curioso é que
Lucas só via imagens do filho nesse seu filme. Ele não se lembrava de situações
onde os dois estavam juntos. Ele não se lembrava de uma brincadeira entre os
dois, de uma conversa de pai pra filho, de um abraço ou um beijo. Ele não se
lembrava de nada disso.
No seu filme Lucas
apenas se lembrava das vezes que deixou Rodrigo cedo na escola e de vê-lo
trancado no quarto à noite... Dos domingos Lucas não tinha lembrança de passeios,
companheirismo, e de nenhuma cena de amizade.
Esse filme começou a lhe incomodar.
Finalmente apareceu a
informação de que Rodrigo estaria na casa de um traficante. Lucas foi até lá
buscar o filho. Quando entrou pela porta da "boca", pôde ver o
seu menino deitado no chão, todo sujo, com a roupa mijada cheirando muito mal,
com a camiseta dura de vômito e com os olhos em transe profundo.
- O que você quer
aqui? - Perguntou o traficante.
- Vim buscar meu
filho, aquele ali de camiseta amarela.
- Ele me deve 150
reais.
Lucas abriu a
carteira, tirou os 150 reais, deu ao traficante que pegou, colocou no bolso, e
falou: - Agora cê vai até o seu filho e pergunta se ele quer ir com você, se
ele acha que você é amigo dele, se ele é feliz lá na sua casa.
Essas palavras caíram
como uma bomba na cabeça de Lucas que conseguiu claramente entender porque o
filme que a três dias passava na sua cabeça não tinha diálogos entre ele e o
filho.
- Meu filho - falou
Lucas se aproximando de Rodrigo - eu não estou nervoso com você. Eu tenho consciência
de que eu sou o maior errado entre nós. Eu nunca fui seu amigo porque achava
que só trabalhando eu já estava fazendo minha parte, e na verdade eu estava
errado. Não vi você crescer, não vi você começar a ler, a andar, a namorar, não
vi nada! Por favor, vem embora comigo pra casa que eu te prometo ser um pai de
verdade de hoje em diante...
Rodrigo levantou os
olhos marejados de lágrimas, pegou na mão que seu pai lhe estendia, ficou de pé, e abraçados, os dois foram pra casa.
Caramba! emocionante demais!!!
ResponderExcluirTocante e verdadeiro em muitos lares desse mundão.
Graças a Deus sou uma mãe amiga, presente, divertida, alegre e bom astral. Isso me torna feliz.
Emocionante amigo!
bjs
Ritinha
O Lucas me faz lembrar meu pai, que foi um pai ausente...
ResponderExcluirFelizmente, o final foi feliz.
Abraços, André!
Uma história comovente. Muitas vezes a ausência dos pais faz com que os filhos sigam maus cauminhos. Mas amigo isso não é regra. Quantos foram criados sem pais, e foram, grandes homens? E quantos pelo contrário tiveram toda a atenção paterna, e caiem no abismo?
ResponderExcluirUm abraço e resto de boa semana
Tocante e emocionante demais!"Adorei e quantos pais podem se ver num texto assim.Credo! Lindo! abração, tudo de bom,chica
ResponderExcluirOlá André, bom dia! Este texto é muito reflexivo e atual. Vivemos em dias muito corrido e nem se quer damos atenção aos que estão do nosso lado... O resultado muitas vezes é triste, mas o ser humano só aprende errando, não tem jeito.
ResponderExcluirAbraços
Olá André,
ResponderExcluirFiquei arrepiada e emocionada com este conto que é um alerta para os pais que negligenciam seus filhos. Pena que muitos só despertam para sua ausência na vida dos filhos quando estes já se perderam pelos caminhos da vida.
Excelente.
Ótimo dia e final de semana.
Abraço.
Muito bom André...me arrepiou, principalmente em pensar quantos filhos seguem na vida sem os pais...
ResponderExcluirmas já vi também filhos se darem muito bem, pois se ficasse com certos pais seria muito pior!!
Abração!
Mariangela
André,essa história aconteceu mesmo? Fiquei emocionada e, se não aconteceu é uma coisa possivel nos dias de hoje com as drogas oferecidas em cada esquina e os pais trabalhando dia e noite pra sustentar a familia. Linda história de aproximação!Bjs,
ResponderExcluirANDRE:Boa tarde!
ResponderExcluirOntem, li algo sobre isto!Os pais precisam obrigatoriamente serem presentes.Não reservarem um "tempinho" somente, mas um tempão"! Grandes momentos com os seus filhos! Isto sim, faz toda uma diferença na educação dos filhos.
Amigo, passando para desejar-lhe um fim de semana de paz e fartura.
Bjs.
André,
ResponderExcluirquantas solidões a que chamamos de raivas, de inconsciência e que nada sabemos do que se passa no interior de cada um. Quantas convulsões dentro dos lares, quanto desprezo por cansaço, de chegar a casa ver televisão e esquecer o filho que pede um pouco mais de atenção. Chamamos de geração inconsciente mas muitas vezes esse inconsciente está no não saber educar, ou por egoísmo ou por um pouco mais de atenção para com a família.
Uma história que pode ser verdadeira, se já não o é!
Gosto de te ler!
Beijinho grande André!
Que bom, essa história teve um final feliz..
ResponderExcluirMas nem sempre é assim........belo texto!
Abçs
Essa amizade é fundamental no relacionamento entre pais e filhos. Pode não evitar opções equivocadas, mas acredito que, na maioria dos casos, saber-se amado é importantíssimo. Bjs.
ResponderExcluirAndré, não sei como vim parar aqui no teu espaço, só sei que me encantei com os teus escritos. São textos profundos e tocantes que nos levam a refletir sobre os acontecimentos que permeiam nossas vidas. Parabéns pela maneira clara e profunda com que narras aspectos tão importantes de um cotidiano. Que teu livro seja um sucesso em todos os sentidos e te dê muitas alegrias ao vê-lo publicado. Fica meu abraço afetuoso.
ResponderExcluirHelena
um texto pungente que garantidamente nos leva a percorrer as galerias da nossa relação pai/filho com indisfarçada inquietação, andré.
ResponderExcluirum abraço!
Eita, que forte! História como essas tem aos montes por aí, né? E em nem todas elas os "Lucas" teve a atitude semelhante ao seu personagem, de reconhecer o próprio erro e tentar corrigir.
ResponderExcluirMuito bonito, André.
Beijo.
Caramba Dé! Que texto lindo! Marejou os meus olhos isso sim! hehehehe
ResponderExcluirBeijos