terça-feira, 17 de setembro de 2013

Lar doce lar




Valfredo estava contra a parede. A ponta da espada do inimigo estava encostada em seu nariz. Do outro lado da lâmina o inimigo que a empunhava olhava fixamente pra Valfredo se deliciando por poder dar o golpe de misericórdia. A respiração dos dois estava ofegante porque o duelo exigiu muito esforço dos cavaleiros. Mas num golpe de sorte o inimigo de Valfredo conseguiu retirar-lhe a espada deixando-o desguarnecido. O que o inimigo não sabia é que o dragão da floresta estava bem atrás dele pronto para chamuscá-lo com uma baforada de fogo. Valfredo torcia para o dragão agir antes do inimigo cravar-lhe a espada. Foi quando o dragão fez um movimento mais brusco chamando a atenção do inimigo que num breve instante titubeou e olhou pra trás. Era isso que Valfredo precisava. Num golpe rápido Valfredo retirou a espada de sua frente e correndo pelo corredor do castelo pulou pela janela para cair no fosso dos crocodilos. Para Valfredo ter que enfrentar os répteis gigantes era bem mais fácil do que enfrentar uma lâmina espetada em sua fuça. Na hora em que pulou pela janela Valfredo ainda teve tempo de ver o dragão transformar seu inimigo em churrasquinho. - Ufa! - Pensou Valfredo. - Dessa eu me livrei.
Valfredo caiu bem nas costas de um grande crocodilo e rolou pra dentro d'água. Os crocodilos não esperavam e se afastaram com medo do barulho e do baque na água mas logo viram que era comida que caiu por ali e tentaram voltar e abocanhar Valfredo, mas já era tarde e ele tinha conseguido subir o barranco e ganhar a estrada.
Valfredo correu como nunca porque o dragão da floresta vinha logo atrás louco por mais um churrasco. Então Valfredo seguiu mata adentro conseguindo despistar o dragão, mas o que ele não sabia é que a bruxa escarlate que comandava aquela floresta estava vendo tudo em sua bola de cristal e mandou os gárgulas vampiros irem atrás de Valfredo.
Não demorou muito Valfredo se viu cercado por aquelas criaturas nojentas, metade homem, metade morcego, metade demônio! Eles davam vôos rasantes e com suas unhas enormes rasgavam a armadura de aço de Valfredo como se fossem de papel. Valfredo corria pela floresta desenfreadamente até que chegou a um descampado onde ficou totalmente vulnerável ao ataque das criaturas que o cercaram e com gargalhadas demoníacas se aproximavam cada vez mais. Valfredo foi dando passos pra trás sem tirar os olhos das criaturas até que o chão se abriu sob seus pés e Valfredo caiu de um penhasco direto dentro de um rio. Sua armadura que o protegera dos crocodilos no fosso que era muito raso agora dentro do rio começou a pesar e levar Valfredo para as profundezas. Foi quando meio atordoado e quase sem ar Valfredo conseguiu se desvencilhar da armadura e subir para respirar.
Valfredo seguiu nadando pelo rio e conseguiu escapar com vida.
Mais tarde Valfredo chegou a vila onde morava perto do Castelo de Barretowstone. Sua esposa estava na porta lhe esperando.
Quando viu sua esposa Valfredo ficou muito feliz.
Sua esposa quando o viu chegar foi logo falando: - Isso é hora de chegar em casa? Todo arranhado? E sua armadura? Deve ter esquecido na casa de alguma safada por aí né?

Quem é seguidor antigo do blog, deve se lembrar desse personagem controverso chamado Valfredo. Quando eu o criei, eu fiz para traçar um paralelo entre contos de fadas, histórias medievais e os dias de hoje. Agora resolvi que ele deve reaparecer de vez em quando no blog. Afinal um cavaleiro de verdade, não pode deixar seus fãs desamparados, a mercê dos monstros, bruxos e dragões do dia a dia!

17 comentários:

  1. Não conhecia o Valfredo. A vida de um herói é bem sofrida mesmo! Que loucura! E sua esposa ainda fica desconfiada dele.rs

    Muito bom o texto!

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  2. rssssssssss...Adorei!!! Com tantas aventuras e tudo que ele enfrentou no lar doce lar, a coisa termina assim,rs Abração e foi bom rever o Valfredo! Lindo dia! chica

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  3. Caramba! Coitado do Valfredo! rsrsrs... escapou de um dragão, mas não do outro!

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  4. hahahahah Adorei! Que volte logo Valfredo, mesmo que tome umas vassouradas de sua mulher! Esta sim, munida de coragem para enfrentar o marido (maltrapilho de tanto ralar nesta saga) sem usar armaduras!

    Beijos

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  5. Olá!Boa noite
    Dedé, meu amigo

    ah, eu ri demais aqui!
    ...que bom que vc está repostando o Valfredo, pois não o conhecia.
    E mais um texto brilhante, com seu tom peculiar e agora, envolvendo monstros, armadilhas, tarefas e perigos. Que loucura!
    Sabe que, pode ser verdade,mesmo... imagino que todo "herói" tem uma vida normal...alguém precisa pagar as contas, e se duvidar, poderá até ter uma mulher ciumenta que chega tirando conclusões.
    Agradeço
    Belos dias
    Abraços

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  6. kkkkkkkkkkkkk seu eu fosse Valfredo ...bom ...sabe aquele lugar?! pois é...mandava ela pra lá.Muito bom Andre!
    abraços

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  7. André, já li algumas aventuras de Valfredo, sempre enfrentando os perigos e se safando. Um herói não reconhecido que a mulher pensa estar se divertindo (rss). Bom trazê-lo de volta! Bjs.

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  8. Sendo ainda uma nova viajante neste bosque encantado( o seu!) não conhecia Valfredo. Mas confesso que li tudo como se apanhasse a história a meio do caminho. Medieval e muito atual! Como tudo se repete André! Ah, e cativou-me o seu estilo que tem o condom de "prender"
    Obrigada pelas suas palavras, bondade sua
    Bji

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  9. Olha só ele de volta hahahahahahah

    Dé arrasou! Adorei o post!

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  10. Legal, mas esse cavaleiro medieval devia-se chamar John McClane ...rsss

    abraços

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  11. André o/
    Como vc está?
    Sumiu...como ficou o projeto do seu livro Iámos revisar um do outro e nada hehehe. Tudo bem que me surgiram uns problemas sérios na familia e também coloquei meus textos em stand by...
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    Eu lembro desse texto! Gostei dele, achei bem legal e até cômico no final ehehehje
    Muito obrigada!
    bjs

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  12. Coitado do Valfredo!Não sei se ele é um azarado ou se é um cara de muita sorte!...rss...Eu adorei a história e personagem!Bjs e boa quinta,

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  13. Oh grande Valfredo..rssss!Muito bom trazê-lo de volta!Vc é muito criativo.
    Amigo André, desculpa-me o sumiço, mas é o trabalho.Tempo de avaliações na escola e me toma todo o tempo.Bjs amigo e um ótimo dia.

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  14. Dedé, tudo bem?
    Eu e o Valdredo voltando... pensei que não postaria tão cedo, mas surgiu esse feriado (dia 20 de setembro), aqui no RS e deu!
    Sim, me lembro do Valfredo. Uma figura ele. Super bem-escrito esse personagem, porque a gente se sente um pouquinho ele também, nas vitórias e quase-derrotas :)

    Abração ao povo daí e um beijinho especial no Samuelzinho!

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  15. Oi André
    Mulher sempre tem que reclamar de tudo mesmo né?! kkkkkkk. Muito boa a história, continue com o personagem Valfredo!
    Bjos.

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  16. valfredo, o porta-estandarte de narrativas bem-humoradas e com crítica de costumes que a tua ironia sempre faz sobrevir, andré.

    um forte abraço, querido amigo!

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  17. Olá André,

    Sim, me lembro deste personagem imperdível.
    'Tadim' dele, né? Luta heroicamente contra perigos, monstros e feras e é obrigado a afinar para a desconfiada 'fera' que o espera no doce lar-rsrs

    Excelente, André.

    Ótimo final de semana.

    Abraço.

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