segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Mariana voou e Graziela se casou
Rodolfo namorou com Graziela desde a adolescência. Com o passar do tempo Rodolfo foi se transformando num rapaz ciumento e obsessivo que não aguentava ver a inteligência e a beleza de Graziela que realmente chamava atenção por onde passasse.
Luiz e Mariana namoravam a oito anos. No quarto ano de namoro decidiram morar juntos, a vida deles era perfeita, eles realmente se amavam, eles realmente se respeitavam e viviam bem!
Chegou um dia que a Graziela não aguentou mais as crises de ciúme de Rodolfo e decidiu terminar o relacionamento. Rodolfo não aceitou e chegou até a bater em Graziela. Foi uma briga enorme que mobilizou os vizinhos e até a polícia que teve que prender Rodolfo que após o pagamento de uma fiança foi liberado.
Mariana que era bióloga recebeu uma oferta de emprego no Canadá onde ela teria uma enorme chance de ficar bem de vida e fazendo o que mais gostava, só que Luiz era promotor e tinha uma carreira brilhante pela frente.
Graziela começou a namorar com Ricardo uns três anos depois da separação com Rodolfo, só que ele não aceitou isso e passou a ameaçar os dois. Ligava pra ela todos os dias, mandava cartas dizendo que não aceitava que ela namorasse outro, fazia um inferno na vida de Graziela.
Mariana e Luiz estavam num bêco sem saída, ela tinha a maior proposta que um biólogo poderia ter, e ele tinha uma vida pela frente num ramo em que ele havia lutado muito para conseguir. Essa situação começou a martelar na cabeça deles até que em uma discussão Luiz falou pra Mariana ir pro Canadá sem ele.
Rodolfo resolveu que não iria abrir mão de Graziela e não a deixaria se casar com Ricardo, o casamento estava marcado pro próximo sábado as 20 horas.
Sábado as 20 horas sairia o vôo que levaria Mariana ao Canadá, numa última conversa ela deixou claro para Luiz que se ele aceitasse ela abandonaria o convite de emprego e ficaria no Brasil, mas Luiz não achou justo atrapalhar o sonho de Mariana, mesmo amando-a como a amava.
Rodolfo foi a uma bôca numa favéla e comprou um revólver.
Mariana se despediu de Luiz e foi de taxi para o aéroporto.
Graziela estava se preparando para ir pra igreja.
Rodolfo bebeu a tarde inteira pra tomar coragem de executar sua vontade.
Quinze para as oito Luiz se arrependeu, correu até a garagem e saiu em disparada com seu carro para tentar impedir Mariana de viajar.
Quinze para as oito Rodolfo tomou coragem, pegou a arma, carregou-a e partiu com seu carro pra matar Graziela e Ricardo na porta da igreja.
Luiz estva a 120 por hora na marginal, apodando todos os carros, desviando dos motoqueiros, enquanto Rodolfo vinha em sentido contrario ziguezagueando e correndo o máximo que o carro podia dar, os dois cada um movido por um tipo de pensamento vinham fazendo loucuras no trânsito, correndo riscos e pondo todas as vidas que passassem por eles em risco também.
Foi então que num cruzamento dois carros colidiram de frente, outros carros que vinha atrás foram batendo, batendo, batendo e isso se transformou no maior engavetamento que aquela cidade já havia visto. Os dois motoristas morreram na hora e pedaços de peças de carro se espalharam por quarteirões inteiros.
A polícia chegou, os bombeiros chegaram, as pessoas foram parando seus carros no engavetamento.
...
As oito horas em ponto de um lado do engavetamento Rodolfo olhou no relógio e pensou: - Isso deve ser um sinal de Deus... Eu ia fazer uma cagada e ia me ferrar pro resto da vida!
Do outro lado Luiz sentou-se no capô do seu carro, e olhando para o caos a sua frente, franziu a testa e pensou: - É... Talvez seja melhor assim...
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Nossa, que final!! Amei o conto!! Bjs
ResponderExcluirImpressionante como v me faz grudar os ohos no teu blog pra ler teus contos!
ResponderExcluirImpressionante tb que o ser humano só aprenda algo de verdade em meio a catastrofes né?!
Impressionante como gosto daqui!
eijao Adré, excelente semana!
Não acho que as pessoas sempre aprendem pelas tragédias... Muitas vezes, elas até repetem atos tresloucados mesmo sabendo que poderão se arrepender depois. Acho que somos muito egoístas e não aceitamos que o outro tem vontade própria. Se houvesse ao menos mais respeito, esse tipo de história - que pode ser vista por aí, no nosso cotidiano - não ocorreria.
ResponderExcluirAbç!
Adorei seu conto, principalmente porque a ficção pode ser a realidade de muitos. E tratou de situações que todos conhecemos, dando-lhes um final ótimo.
ResponderExcluirBjs.
Está me saindo um belo literato, aliás, como eu já estou dizendo faz algum tempo... Adorei a chave de ouro do final!!! Eu estava cheio de trabalho, mas nada que me impedisse de vir até aqui te prestigiar... Adorei o que li!!!
ResponderExcluirAbraço Andresão!!!
André,
ResponderExcluirAdorei o conto. Prendeu minha atenção do início ao fim.
Dele se extrai que a própria vida se encarrega de resolver a maioria das questões, principalmente aquelas que poderiam interferir drasticamente em vidas alheias. Seria a mão de Deus interferindo para que tudo se resolva conforme os planos Divinos? Dá até para refletir.
Abraço.
Através das artes, como a escrita, podemos dizer o que pensamos, nos expressar.
ResponderExcluirInteressante o seu ponto de vista sobre o mundo.
O fim da história revela uma forma de enxergar as coisas e a vida.
Abraços!
F.
Isso só prova que nada acontece por acaso, tudo tem uma razão de ser, é que as vezes a gente não entende...Beijoss
ResponderExcluirDedé, Dedézinho....
ResponderExcluirTá cada vez melhor amigo! rsrs
Sério, que maestria neste texto heim?
Te explico: muito visual, quando a gente lê e imagina a cena direto, é porque está muito bem-descrita, e isso é maravilhoso.
Adorei também o desfecho e toda a reflexão durante o desenredar ou enredar dos fatos :)
Perfeito!
Abração para vocês três! Descansa e namora! rsrs
Ah! Me esqueci de dizer... muito legal colocar o Ira aqui, tem tudo a ver!
ResponderExcluirAbraçãooo
resumindo, a males que vem para bem. As vezes agimos por impulso, outras vezes por vingança, ainda bem que muitas vezes o destino tá ao nosso lado e nos dá uma segunda chance.
ResponderExcluirAbração
www.jimcarbonera.com
não li ele inteiro, mas as partes que li achei interessante
ResponderExcluirhttp://rocknrollpost.blogspot.com/
Resumindo o que entendi: Acaso!
ResponderExcluirTorci para que os carros que bateram fossem os de Luiz e Rodolfo, acho que seria bem melhor se esta história terminasse de uma forma dramática.
E seria mais justo!
Mas, bem, esta é minha forma de pensar né?
Rsrsrs...
Adorei o conto! Surpreendente e convidativo do inicio ao fim.
ResponderExcluirhttp://odespertardumsonho.blogspot.com/
Parabéns ... muito bom!
ResponderExcluirEscreve muito bem
André o/
ResponderExcluirCara, que bom texto seu!!!
Nossa, perturbador...e triste em alguns pontos...que coisa essa do destino...
HASHASHASH né não cara? Vc furioso com o Halloween aí vem eu e apareço com um psot do Zombie Walk!
Bom não se preocupe..tinha negão zumbi por lá mas acontece que curiosamente não tirei foto..tinha um lá que andava e rastejava muito bem como zumbi rs.
E vc falou uma verdade....no comçeo o Zombie Walk atraia pouca gente e parecia hobby de gente estranha...mas aí ficou popular e começou a ser bem normal..acho que isso aconteceu porque os zumbis estão muito em alta ultimamente. O mesmo vale para os eventos de mangá!
Excentridade é coisa pop hoje em dia!
bjs!!!!!
Uau! Que texto magnífico! E que final! Sabe, olha como são as coisas... De um lado, duas vidas se foram, para que três vidas continuassem. E que loucura é essa vida, tão cheia de mistério e acontecimentos.
ResponderExcluirGostei muito, muito.
T.S. Frank
www.cafequenteesherlock.blogspot.com
Dedé,
ResponderExcluirsó passei para te avisar que deu um tilt no meu banner, minha mana vai tentar resolver amanhã, ainda estou no Uruguay. Qualquer coisa, te aviso, se achar melhor, pode tirá-lo, sem problemas, tá bom?
Abraçãooo
Bem bonito.
ResponderExcluirBoa tarde meu amigo resmungão!
ResponderExcluirAgora achei sua indentidade,kkkkkkk,vc não vai mais fugir de mim.
Será que agora acertei na música do meu blog.Acertei nada,não é meu estilo não...sou brega demais,daquela que chora sem copo na mão,kkkkkk
Saindo da brincadeira.Agora é sério sim.Seu conto é realmente de quem tem o dom para escrever.Se torna tão real na leitura que pensamos que o enredo está acontecendo do outro lado da rua.De um contexto faluloso.Podes continuar a escrever que dará um livro fantástico...menino do céu,sempre te encontro com textos aprovados...
Parabéns querido !Vc merece todos os elógios .
Fica na paz!
Bacana Andre!
ResponderExcluirVidas cruzadas.Estamos sempre nos cruzando com alguém,e que bom quando tem um final feliz.
Viajei no teu conto até porque imaginei o pior,mas o final foi surpreendente!rsrs
Bjka pra vc e os seus aí.E obrigada pela indicação mencionada no blog...rsrs
Que trágico! Mas podia até ter sido pior né?!
ResponderExcluirNão André, aquela lista não aconteceu no feriado, meu feriado foi bom oksaoksao Foi só uma lista de coisas "desagradáveis" aleatória. E mesmo se tivesse acontecido, ainda teria sido bom. hahahaha
=D
Rapaz. muito bom esse texto! E que final hein!
ResponderExcluirAté que no fim deu tudo certo,.Gostei do final.
ResponderExcluirGostaria de saber porque tuas atualizações não chegam na minha lista de leitura. Esse blogger tá aprontando! abração,chica
Oi André,
ResponderExcluirTudo bem? Grata por sua visita de hoje.
Vim convidá-lo a prestigiar uns amigos que fizerem um poema a duo (poema Vera, lembra?).
O endereço é:
http://encontroslusobrasileiros.blogspot.com/
(Poetas Daniel e MA Socorro). Ficarei grata.
Abraço.
Oi, André.
ResponderExcluirLi seu texto bastante ansiosa para saber o desfecho...
Belo texto André.
Gde abraço, em divina amizade.
Sonia Guzzi
Muito bom!!! Parabéns pela expressividade da narrativa.
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