terça-feira, 3 de julho de 2018

Gente morta na vitrola








Eu sempre gostei de rock. Desde aquela fase em que a gente está saindo da infância e entrando na adolescência eu sempre me interessei por rock e principalmente o rock nacional.
Eu me lembro de duas coisas que me marcaram muito: a primeira era um programa que passava na TV Cultura de nome Boca Livre, apresentado pelo Kid Vinil e a Dadá Cyrino.
Esse programa era um festival de bandas, as vezes boas e as vezes muito ruins, que iam se classificando a cada programa e no final do ano faziam uma grande final e ganhavam como a melhor banda da temporada. Em todos os programas depois dessas bandas novatas se apresentarem, existia uma apresentação especial de uma banda um pouco mais conhecida. As vezes ela era conhecida do grande público como Titãs, Ira!, Plebe Rude e as vezes era conhecida e tinha fãs apenas no underground como era o caso de Inocentes, Varsóvia, Gueto, etc.
A outra coisa que me marcou, foi um vizinho, um pouco mais velho, que tinha muitos discos de rock e escutava em alto e ótimo som.
Através da vitrola do Constantino eu conheci muita banda boa.
Bom, porque estou falando isso?
Eu estou falando isso, porque hoje, eu baixei a discografia do Legião Urbana, pela milésima vez!
Eu não sei porque, mas acho os últimos discos do Legião Urbana, principalmente na fase terminal do Renato Russo, em que a AIDS estava vencendo, muito melancólica. Não sei se é impressão minha ou se é mesmo melancólica. Mas o negócio é que eu baixo a discografia, ouço algumas músicas e sempre deleto a discografia. Como se isso fosse uma forma de dizer para mim mesmo, que esse sonho musical chamado Legião Urbana não acabou com a morte do Renato Russo.
Ele foi um cara muito importante na minha geração. Algumas pessoas querem colocar o Cazuza no mesmo patamar que o Renato, mas pra mim a diferença entre eles é enorme.
Hoje eu dei uma olhada na play list do meu notebook e comecei a contar os artistas que já morreram: B.B. King, Bebeco Garcia, Jimmy Hendrix, Pinetop Perkins, Joey, Johnny e De De Ramone, Redson do Cólera, J. B. Lenoir, Joe Coocker, Celso Blues Boy, Johnny Cash e mais uma porrada de gente morta... Depois de perceber isso eu resolvi que dessa vez vou manter a discografia do Legião Urbana sem apagar, afinal, todos esses que listei acima, e mais alguns, podem ter morrido, mas até hoje me acompanham em músicas que gosto e que me fazem feliz e o Legião não pode ficar de fora.
Sou feliz por conhecer de música e gostar de música, e eu acho uma grande pena que meu filho está vivendo nesse grande hiato de qualidade musical. 
Ainda bem que os velhinhos ainda lançam ótimos discos, apesar de estarem longe da grande mídia e assim eu posso fazer minhas listas de velhinhos e mortinhos para alegrar minha vitrolinha!




4 comentários:

  1. Boa noite querido amigo Andre, nossa, amei ler aqui e também gosto muito de rock!
    Meu neto mais velho, adora tocar guitarra!
    Gostei do final de seu texto, tens bom humor também, pois é meu amigo, os velhinhos e os mortos alegram a sua e a minha "vitrolinha", rsrs!
    Abraços apertados!

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  2. Oi André


    Também adoro rock nacional das antigas... Não é à toa que nossos adolescentes ainda gostam de Titãs, Legião Urbana, Irá, Capital...


    Beijos
    Ani

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  3. È preciso selecionar bem,senão o teu filho acostumará os ouvidos só com as "belezas" de hoje. Até que alguns se salvam, mas na maioria,nem te falo! Gostei de te ler e haja vitrolinha(aliás até ela tá morta,rs)

    abração,chica

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  4. Não estou muito dentro do panorama musical do Brasil, na atualidade.
    Um abraço

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