terça-feira, 20 de junho de 2017

Só sei, que nada sei...






Eu fico me perguntando como é que pode ter gente intelectual, letrada, sábia e ao mesmo tempo, egocêntrica e metida. Na minha opinião uma coisa não combina com a outra!
Pra uma pessoa ser intelectual, no mínimo ela deve ser uma pessoa que lê bastante, que entende um da vida, das relações das pessoas através da história, que estudou e que se interessa pelas coisas.
Uma pessoa dessas, deve saber que nós não somos nada, que ninguém é melhor que ninguém, e que não é a sabedoria ou a quantidade de conhecimento que uma pessoa carrega dentro de sí, que lhe dá a proporção de ser mais ou menos que alguém que não sabe tanto.
Eu vejo essas reuniões de “imortais” de acadêmicos de artes e literatura, onde os membros são tratados como seres acima da média da humanidade, e que aceitam esse tratamento se achando mesmo mais importantes. Puxa... Como acho isso triste!
Acho triste, um cidadão ter certeza que é mais que o outro, que vale mais que o outro, que merece mais que o outro, acho triste, ainda mais vindo de pessoas que lutaram para absorver conhecimento, e que por isso mesmo deveriam ser semeadores de humildade, semeadores de respeito pelo próximo, de amor entre as pessoas.
Parece que para algumas pessoas, o esforço que elas fizeram para se intelectualizarem, o tempo que investiram em conhecimento e em estudo, as deixaram pessoas carentes. Pessoas que tem necessidade de mostrar que sabem mais, que são mais, que entendem mais.
Ainda bem que algumas delas acabam entendendo o sentido da vida, e aprendem realmente que o que importa é viver bem, e em comunhão com todos. Esses pra mim, são os verdadeiros intelectuais, porque aprenderam nos livros, na sala de aula e na vida. E a vida, ela ensina que hoje estamos em cima, amanhã estamos embaixo, e que a fila da morte está aí pra todo mundo, e que o próximo pode ser você.

Em uma reunião de magistrados, intelectuais de alguma academia de cultura alguém fazendo a chamada pergunta:
- Onde está o imortal da cadeira número trinta e cinco?
- Morreu! – responde outro imortal que também está na fila da morte.







15 comentários:

  1. Impressiona mesmo,André o fato de alguns se ACHAREM mais que os outros e pena., isso anda solto por aí em todos os âmbitos... abração,tudo de bom,chica

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  2. Uma excelente reflexão André. Os "iluminados" também têm as suas fragilidades, também erram e também morrem, como os simples mortais. O pior é que eles não reconhecem isso, e cá para mim o facto de não o reconhecerem, mostra que não são "iluminados" coisa nenhuma Iluminado era Cristo, que sendo Deus, desceu ao nosso nível e nunca se mostrou superior, nem mesmo quando realizava os milagres.
    Abraço

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  3. Meu caro amigo, André Mansin!!!

    Que alegria perceber que você tá de volta!!!

    E já voltou com tudo, né?

    Eu sou do tipo muito observadora, André e já estive envolvida com algum tipo de cenário onde as personagens são outras, mas a história é a mesma... Até escrevi uma coisa assim lá no blog uma vez: "um idiota homenageado é uma coisa dantesca" kkkk

    O seu último parágrafo é formidável.

    Um beijinho!

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    1. Que bom que você apareceu amiga!
      Obrigado pelo comentário.

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  4. André, o mais alto nível da sabedoria é a simplicidade e dizem que não é dado ao saber humano conhecer a extensão de sua própria ignorância. Acho que somos irmãos em lógica aplicada, pois dois textos teus que comento, concordo com o conteúdo deles em tudo. Tive um amigo poeta, Marcos Konder Reis, que além de engenheiro civil, arquiteto e outras graduação na área das Humanas, como Museologia, tendo sido amigo e colega de Vinícius de Moraes, foi chefe do Departamento de Cultura do Itamaraty, e ele não aceitou ser membro da Academia Catarinense de Letras para não ser tratado de imortal. O nome imortal, creio que possa ser usado apenas depois do cara morto, se a imortalidade de suas obras persistirem. Exemplo: Einstein é um imortal tanto quanto um Machado de Assis ou Monteiro Lobato, porém um borra-botas qualquer que é guindado a uma academia ser chamado de imortal em vida, é demais; e ainda mais que um Sarney, a sarna do Maranhão é imortal morto e insepulto. Grande abraço. Laerte.

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    1. Laerte, que bom que você se identificou com meus escritos.
      Tem gente que não concorda, mas isso também não é ruim, na verdade, quer dizer que estamos trocando idéias.
      Gostei muito do seu blog e até já coloquei nos favoritos que índico.

      Abraço!

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  5. Olá, André. Penso da mesma forma.
    Já fui convidada para participar dessas 'academias de imortais' mas prefiro ser mortal.
    "Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!"

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    1. Hahahaha, e o pior é que a gente vê uns imortais que não fizeram nada para serem chamados assim né?

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  6. Querido amigo Andre, os humildes quase sempre são os mais sábios, pois humildade se aprende nos livros, nos bons livros e com a vida!
    Ler nos abre a mente, eu tive o privilegio de ler muito porque meus padrinhos tinham livraria, eu ajudava quando podia depois das aulas e ainda podia ler de graça, viciei-me na leitura, maravilhoso vício que me abriu a alma e o espírito!
    Vaidade, eis o que é isso, nenhum de nós é melhor ou pior, cada qual em seu nível de aprendizado!
    Amei ler aqui, que bom te receber lá no meu espaço!
    Abraços apertados!

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    1. Oi Ivone!
      Eu tive a sorte de ter uma professora que foi muito importante pra me apresentar o mundo dos livros.
      O nome dela é Sônia e temos contato até hoje.
      Muito obrigado por aparecer.
      Um abração!

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  7. Um texto magnífico.
    Gostei muito, nomeadamente da divertida parte final.
    Bom fim de semana, caro André.
    Abraço.

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  8. Aí que está, meu caro. Tem intelectuais( o verdadeiro) e os intelectuóides. Como digo num poema, todo mundo pensa que é Freud.

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