sábado, 11 de junho de 2016

Pode haver luz nas trevas?






Pode haver luz nas trevas?
Teólogos afirmam que somos feitos de trevas, e que não podemos fazer nada que seja bom, a não ser, que aceitemos Jesus como nosso único e suficiente salvador, e, aí sim, podemos começar, pela graça, que por sinal não vem de nós, pois um presente de Deus, a fazer algo que seja bom. Mas os mesmos teólogos afirmam que, tudo de bom que a gente fizer, aos olhos de Deus, não passa de trapo de imundícia!
Essa corrente teológica se chama Calvinismo e afirma que todos os homens pecaram a partir do pecado de Adão, e que por causa disso, toda a humanidade está destinada a queimar nos mármores do inferno. Mas, com sua soberania e bondade, Deus mandou Jesus, para morrer, sem pecados, na cruz, e assim salvar algumas pessoas, que o calvinismo chama de eleitos.
Pensem na discrepância: O pecado de Adão condenou toda a humanidade, mas o sacrifício de Jesus não salvou toda a humanidade. Pode uma coisa dessas?
Mas não é só isso: O calvinismo afirma que um eleito, mesmo sendo eleito, tem que aceitar a Jesus, como seu único e suficiente salvador, senão não recebe a salvação. Mas... Esse cidadão eleito, não precisa se preocupar em aceitar a Jesus, pois, por uma força, que o calvinista chama de graça, esse eleito vai aceitar a Jesus até o final de sua vida queira ele ou não, pois isso acontecerá naturalmente, e de uma forma irresistível.
Outra coisa, o calvinista afirma: as pessoas que não são eleitas, não podem aceitar a Jesus, e não podem ser salvas, porque não lhes é dada essa permissão pelo próprio Deus.
Ou seja: Deus não aceitará essas pessoas lá no Céu, e não lhes concederá a oportunidade e nem a condição de que elas possam aceitar a Jesus.
Essas pessoas povoarão o inferno eternamente, pois por uma ordem divina, nasceram destinadas a isso, por um capricho de Deus, que em sua soberania, faz o que quer e ninguém tem nada a ver com isso.
O calvinismo surgiu com João Calvino, que começou seus escritos e estudos em 1534, para propor uma reforma na fé católica. Nessa época a igreja católica realmente cometia alguns deslizes, e alguns persistem até hoje. Mas o maior problema disparado, era a opressão religiosa e o cabresto imposto aos homens, com a desculpa de que isso era cristianismo. Essa época foi a transição da baixa para a alta Idade Média, e a igreja proibia qualquer tipo de arte que não fosse sacra, e qualquer tipo de manifestação religiosa que não fosse cristã, aos moldes do catolicismo, pois a própria igreja cristã primitiva, era caçada, e pessoas eram queimadas em praça pública, acusados de bruxaria. Um dos grupos mais caçados da época foram os Anabatistas, que eram verdadeiros cristãos, seguidores do evangelho, mas que não se enquadravam na teologia da igreja católica.
Uma ala da igreja fez a reforma protestante e, fundaram apoiados por reis, em alguns países, outros tipos de cristianismos, que não se subjugaram à igreja católica. Foi nessa turbulência teológica, que João Calvino ganhou reconhecimento e que sua teologia ganhou status de teologia certa.
Acontece que nessa época, alguns reinados queriam se desvencilhar do poder da igreja católica, mas não queria deixar de comandar o povo usando a força e o terror religioso. Assim, o calvinismo, surgiu como um ótimo recurso para que o povo continuasse encabrestado. Pois da mesma forma que a igreja católica fazia suas inquisições e churrasquinho de bruxos, o calvinismo também fez.
O calvinismo até hoje é muito popular, apesar de estar sendo contestado em muitos países e por muitos teólogos. A igreja calvinista mais conhecida no Brasil é a igreja Presbiteriana, mas algumas outras denominações, também adotam essa doutrina e acreditam que ela é a verdade absoluta.
A corrente antagônica ao calvinismo se chama arminianismo, pensada por um cidadão holandês chamado Jacobius Arminius, que afirma que Jesus morreu por todos, que a graça de Deus vai alcançar a todos, e que todos terão o direito a fazer a escolha em aceitar a Jesus ou não, por livre e espontânea vontade, pois segundo o arminianismo, Deus concedeu ao homem uma coisa chamada livre arbítrio, e é baseado nas escolhas individuais de cada um, que o julgamento final de sua alma será feito.
Algumas igrejas tradicionais, trafegam entre essas duas correntes, tentando fazer um misto das duas. A principal igreja que faz isso é a igreja Batista, que por sinal é descendente daquele povo da igreja primitiva, caçada tanto pela igreja católica quanto pelo calvinismo, chamado Anabatista.
Essa discussão teológica já dura séculos.
Para se justificarem, todas as correntes teológicas se sustentam em versículos, em capítulos, em histórias e em partes da Bíblia... Mas e Jesus? O que ele ensinou realmente?
Eu tenho uma posição teológica, que as vezes me causa problemas, mas eu acredito em Jesus, e que Deus ama a todos. Mas não posso ser o dono da sua verdade... 
Apenas da minha... Da minha teologia.
   






7 comentários:

  1. Oi André,
    Como você eu acredito em Deus que acabou com o Mundo por causa dos pecadores e muitas crianças rolaram sem o alcance das mães e todos morreram, só os privilegiados: Adão e Eva e uma espécie de cada animal. Assim dizem.
    Hoje tudo é pecado e naquele tempo que a procriação foi feita entre irmãos filhos de Adão e Eva.
    Então não entendo mais nada, só sei que aqui está um frio danado e eu ainda não tomei banho.
    Se você gosta de rir das minhas postagens, vá amanhã num outro blog que tenho Lua Singular
    Beijos no coração
    Minicontista2

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  2. Belo e edificante texto..adorei!
    abraços carinhosos e um Domingo d e muita paz.

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  3. Bom dia de domingo meu amigo Andre e aproveito para desejar um feliz dia dos namorados!
    Eu penso como você, acredito em Jesus, mas nunca posso saber o que Deus pensa e/ou quer de mim, sendo assim sigo minha consciência, se pesar, corrijo!
    Amei ler aqui, texto muito bem escrito como sempre, nos dá a dimensão certa do que nos quis passar sem enrolação, és um ótimo escritor meu amigo, já lhe disse isso, parabéns!
    Abraços bem apertados!

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  4. É mais ou menos por aí, amigo; acho que a minha posição também é meio diferente; não posso aceitar a ideia de apresentar "carteirinha" de alguma religião, quando da Grande Viagem. Acredito que caminhamos sobre a Terra exatamente para nos tornarmos melhores... e este é o nosso dever, em cada jornada! Belo texto, parabéns! Meu abraço, boa semana.

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  5. Bom por baptismo eu sou Católica, embora veja muita coisa que não me agrada. Mas o que conheci de outras ainda me agradou menos. Eu não acredito num Deus castigador mas acredito que Ele nos deu liberdade de escolha sobre o que fazer da nossa vida. Acredito em Jesus, como expoente máximo de Amor. ELE morreu para nos salvar. A toda a humanidade, não a meia dúzia de iluminados. É a minha crença.
    E hoje no Sexta, um giro virtual, feito por um seu compatriota.
    Abraço

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  6. Como sou agnóstico, todas essas discrepâncias entre religiões me passam ao lado. Mas interesso-me por saber os pormenores de cada uma das religiões, tal como os que tão bem abordou. Só faltou Maomé para ajudar à missa... Em qualquer caso, eu acho que todas as religiões pregam o bem, ainda que ao longo da História se tenham cometido muitos massacres em nome de Deus (inquisição, etc.). E continuam nos dias de hoje (caso do DAESH).
    Excelente post, caro amigo. Como sempre.
    André, tem um bom fim de semana.
    Abraço.

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  7. Texto excelente, filosófico-contestador! É até difícil comentar, religião é sempre difícil, mas vou me apegar a alguns detalhes pelo menos. "O pecado de Adão condenou a todos, mas o sacrifício de Jesus, não". Realmente é uma discrepância. A outra discrepância é que somos feitos de trevas, penso que só seremos de trevas se nos atirarmos dentro delas; praticando atos de luz, seremos de luz. Outro: "Verdade absoluta", não existe verdade absoluta, as pessoas, as igrejas, conforme conveniência vão interpretando para si, penso que a grande verdade, só após a morte, e eu não estou nem um pouquinho afim de saber ainda rs rs. Creio na religião(sou católico), mas, me curvo a pessoas que estão acima das religiões, como Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, pessoas essas que se aproximaram da perfeição de Cristo. Com certeza, essas não são de trevas. Abraçãooooo!!!

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