Pode
haver luz nas trevas?
Teólogos
afirmam que somos feitos de trevas, e que não podemos fazer nada que seja bom,
a não ser, que aceitemos Jesus como nosso único e suficiente salvador, e, aí
sim, podemos começar, pela graça, que por sinal não vem de nós, pois um
presente de Deus, a fazer algo que seja bom. Mas os mesmos teólogos afirmam que,
tudo de bom que a gente fizer, aos olhos de Deus, não passa de trapo de imundícia!
Essa
corrente teológica se chama Calvinismo e afirma que todos os homens pecaram a
partir do pecado de Adão, e que por causa disso, toda a humanidade está
destinada a queimar nos mármores do inferno. Mas, com sua soberania e bondade,
Deus mandou Jesus, para morrer, sem pecados, na cruz, e assim salvar algumas
pessoas, que o calvinismo chama de eleitos.
Pensem
na discrepância: O pecado de Adão condenou toda a humanidade, mas o sacrifício de
Jesus não salvou toda a humanidade. Pode uma coisa dessas?
Mas
não é só isso: O calvinismo afirma que um eleito, mesmo sendo eleito, tem que
aceitar a Jesus, como seu único e suficiente salvador, senão não recebe a salvação.
Mas... Esse cidadão eleito, não precisa se preocupar em aceitar a Jesus, pois,
por uma força, que o calvinista chama de graça, esse eleito vai aceitar a Jesus
até o final de sua vida queira ele ou não, pois isso acontecerá naturalmente, e
de uma forma irresistível.
Outra
coisa, o calvinista afirma: as pessoas que não são eleitas, não podem aceitar a
Jesus, e não podem ser salvas, porque não lhes é dada essa permissão pelo
próprio Deus.
Ou
seja: Deus não aceitará essas pessoas lá no Céu, e não lhes concederá a oportunidade
e nem a condição de que elas possam aceitar a Jesus.
Essas
pessoas povoarão o inferno eternamente, pois por uma ordem divina, nasceram
destinadas a isso, por um capricho de Deus, que em sua soberania, faz o que
quer e ninguém tem nada a ver com isso.
O
calvinismo surgiu com João Calvino, que começou seus escritos e estudos em
1534, para propor uma reforma na fé católica. Nessa época a igreja católica
realmente cometia alguns deslizes, e alguns persistem até hoje. Mas o maior
problema disparado, era a opressão religiosa e o cabresto imposto aos homens,
com a desculpa de que isso era cristianismo. Essa época foi a transição da
baixa para a alta Idade Média, e a igreja proibia qualquer tipo de arte que não
fosse sacra, e qualquer tipo de manifestação religiosa que não fosse cristã,
aos moldes do catolicismo, pois a própria igreja cristã primitiva, era caçada,
e pessoas eram queimadas em praça pública, acusados de bruxaria. Um dos grupos
mais caçados da época foram os Anabatistas, que eram verdadeiros cristãos,
seguidores do evangelho, mas que não se enquadravam na teologia da igreja
católica.
Uma
ala da igreja fez a reforma protestante e, fundaram apoiados por reis, em
alguns países, outros tipos de cristianismos, que não se subjugaram à igreja
católica. Foi nessa turbulência teológica, que João Calvino ganhou
reconhecimento e que sua teologia ganhou status de teologia certa.
Acontece
que nessa época, alguns reinados queriam se desvencilhar do poder da igreja
católica, mas não queria deixar de comandar o povo usando a força e o terror religioso.
Assim, o calvinismo, surgiu como um ótimo recurso para que o povo continuasse
encabrestado. Pois da mesma forma que a igreja católica fazia suas inquisições
e churrasquinho de bruxos, o calvinismo também fez.
O
calvinismo até hoje é muito popular, apesar de estar sendo contestado em muitos
países e por muitos teólogos. A igreja calvinista mais conhecida no Brasil é a
igreja Presbiteriana, mas algumas outras denominações, também adotam essa
doutrina e acreditam que ela é a verdade absoluta.
A
corrente antagônica ao calvinismo se chama arminianismo, pensada por um cidadão
holandês chamado Jacobius Arminius, que afirma que Jesus morreu por todos, que
a graça de Deus vai alcançar a todos, e que todos terão o direito a fazer a
escolha em aceitar a Jesus ou não, por livre e espontânea vontade, pois segundo
o arminianismo, Deus concedeu ao homem uma coisa chamada livre arbítrio, e é
baseado nas escolhas individuais de cada um, que o julgamento final de sua alma
será feito.
Algumas
igrejas tradicionais, trafegam entre essas duas correntes, tentando fazer um
misto das duas. A principal igreja que faz isso é a igreja Batista, que por
sinal é descendente daquele povo da igreja primitiva, caçada tanto pela igreja
católica quanto pelo calvinismo, chamado Anabatista.
Essa
discussão teológica já dura séculos.
Para
se justificarem, todas as correntes teológicas se sustentam em versículos, em
capítulos, em histórias e em partes da Bíblia... Mas e Jesus? O que ele ensinou
realmente?
Eu
tenho uma posição teológica, que as vezes me causa problemas, mas eu acredito
em Jesus, e que Deus ama a todos. Mas não posso ser o dono da sua verdade...
Apenas da minha... Da minha teologia.
Oi André,
ResponderExcluirComo você eu acredito em Deus que acabou com o Mundo por causa dos pecadores e muitas crianças rolaram sem o alcance das mães e todos morreram, só os privilegiados: Adão e Eva e uma espécie de cada animal. Assim dizem.
Hoje tudo é pecado e naquele tempo que a procriação foi feita entre irmãos filhos de Adão e Eva.
Então não entendo mais nada, só sei que aqui está um frio danado e eu ainda não tomei banho.
Se você gosta de rir das minhas postagens, vá amanhã num outro blog que tenho Lua Singular
Beijos no coração
Minicontista2
Belo e edificante texto..adorei!
ResponderExcluirabraços carinhosos e um Domingo d e muita paz.
Bom dia de domingo meu amigo Andre e aproveito para desejar um feliz dia dos namorados!
ResponderExcluirEu penso como você, acredito em Jesus, mas nunca posso saber o que Deus pensa e/ou quer de mim, sendo assim sigo minha consciência, se pesar, corrijo!
Amei ler aqui, texto muito bem escrito como sempre, nos dá a dimensão certa do que nos quis passar sem enrolação, és um ótimo escritor meu amigo, já lhe disse isso, parabéns!
Abraços bem apertados!
É mais ou menos por aí, amigo; acho que a minha posição também é meio diferente; não posso aceitar a ideia de apresentar "carteirinha" de alguma religião, quando da Grande Viagem. Acredito que caminhamos sobre a Terra exatamente para nos tornarmos melhores... e este é o nosso dever, em cada jornada! Belo texto, parabéns! Meu abraço, boa semana.
ResponderExcluirBom por baptismo eu sou Católica, embora veja muita coisa que não me agrada. Mas o que conheci de outras ainda me agradou menos. Eu não acredito num Deus castigador mas acredito que Ele nos deu liberdade de escolha sobre o que fazer da nossa vida. Acredito em Jesus, como expoente máximo de Amor. ELE morreu para nos salvar. A toda a humanidade, não a meia dúzia de iluminados. É a minha crença.
ResponderExcluirE hoje no Sexta, um giro virtual, feito por um seu compatriota.
Abraço
Como sou agnóstico, todas essas discrepâncias entre religiões me passam ao lado. Mas interesso-me por saber os pormenores de cada uma das religiões, tal como os que tão bem abordou. Só faltou Maomé para ajudar à missa... Em qualquer caso, eu acho que todas as religiões pregam o bem, ainda que ao longo da História se tenham cometido muitos massacres em nome de Deus (inquisição, etc.). E continuam nos dias de hoje (caso do DAESH).
ResponderExcluirExcelente post, caro amigo. Como sempre.
André, tem um bom fim de semana.
Abraço.
Texto excelente, filosófico-contestador! É até difícil comentar, religião é sempre difícil, mas vou me apegar a alguns detalhes pelo menos. "O pecado de Adão condenou a todos, mas o sacrifício de Jesus, não". Realmente é uma discrepância. A outra discrepância é que somos feitos de trevas, penso que só seremos de trevas se nos atirarmos dentro delas; praticando atos de luz, seremos de luz. Outro: "Verdade absoluta", não existe verdade absoluta, as pessoas, as igrejas, conforme conveniência vão interpretando para si, penso que a grande verdade, só após a morte, e eu não estou nem um pouquinho afim de saber ainda rs rs. Creio na religião(sou católico), mas, me curvo a pessoas que estão acima das religiões, como Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, pessoas essas que se aproximaram da perfeição de Cristo. Com certeza, essas não são de trevas. Abraçãooooo!!!
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