Walfredo é um cavaleiro que vive em um reino medieval cartunesco, onde toda semelhança com nosso mundo de hoje, com pessoas que conheço e comigo mesmo, não é coincidência. Na verdade ele é a mistura de tudo isso, e de vez em quando, geralmente em dias em que estou encabulado, pra baixo, ou estressado, ele aparece em meus escritos como um desabafo, e no final, sempre vai embora me trazendo alegria e compreensão de algumas coisas, que são claras, mas que teimam em nos atingir.
Parece loucura, mas é só mania de escritor. Mania de responder a tudo com imaginação. Mania de criar, de gritar através da escrita, de falar verdades, mesmo que essas verdades não sejam verdadeiras pra ninguém além de mim.
O cavaleiro Walfredo está espalhado nesse blog, em várias aventuras eletrizantes, mas hoje, ele aparece aqui em um momento onde sua espada não precisou ser desembainhada. Hoje nosso cavaleiro estava apenas pensando na vida. Espero que se divirtam, e não me achem muito maluco!
Walfredo
andava triste com sua vida. Quando era criança, Walfredo assistia ao Sir
Arquimedes Senna ganhar as corridas de dragão, geralmente competindo contra o
mago Proustputin, que usava de vigarices e encantamentos mágicos para ludibriar
Arquimedes Senna. Mas no final, sempre o dragão branco e vermelho de Arquimedes
conseguia saltar todos os obstáculos e chegar na frente.
Walfredo
se lembra que a alegria no reino de Sambunda era imensa. O narrador Gavião do
Valle, transmitia toda a corrida com muita emoção, apesar dos excessos e
chatices, mas mesmo assim, conseguia alegrar todo mundo, graças a competência
de Arquimedes.
Walfredo
se imaginava um corredor de fórmula dragão, mas no fundo sabia, que ter um
dragão era muito caro, e que seu pai nunca teria dinheiro nem pra comprar um
unicórnio, pra ele correr no unicortódromo, que era onde as crianças aprendiam a
correr, para depois se aventurarem na corrida de vassouras de bruxas europeias e
só depois, com sorte ou patrocínio de algum rei, entrar para o circuito de
corridas de dragão.
Walfredo,
mais tarde passou da fase de se imaginar corredor, e passou a se imaginar um
cantor, ou ator de sucesso. Mas ele, coitado, nunca teve dinheiro pra ir a uma
arena assistir uma ópera. Nunca teve dinheiro para ir aos castelos assistir a
algum sarau. Nunca aprendeu a tocar nenhum instrumento musical. Nunca recitou
uma poesia. Na verdade, Walfredo não era afeito a poesias... Ele era afeito a
aventuras.
Walfredo
estudou o suficiente para ser um cavaleiro. E apesar de hoje, algumas pessoas
olharem para Walfredo e sentirem vontade de ser a pessoa que ele é, e ter a
fama que ele tem, para Walfredo isso não faz sentido algum. Ele não se sente lisonjeado
por isso, não tem orgulho de ser um cavaleiro do rei, salvador de donzelas,
matador de dragões malvados, e caçador de bruxas. Walfredo é uma pessoa vivida,
e sabe que a maioria do povo de Sambunda também mata um dragão por dia, também
caça uma bruxa por ora e se bobear... Também salva alguma donzela por aí...
Walfredo,
às vezes, também queria ser outra pessoa. Ele queria ter outra rotina, conhecer
outros reinos, viver outras emoções, mas ele é só o fiel cavaleiro do rei.
Walfredo
sabe que o reino de Sambunda precisa dele, e quando cai em si, Walfredo aquieta
seu coração, e deixa seu sorriso brotar de novo em seu rosto... Afinal, sonhar
é bom, mas os dragões malvados da vida estão por aí, esperando para serem
caçados. Todos os dias!
E os dragões malvados são cada vez mais, não é mesmo amigo André? O Walfredo, sou eu, é o amigo, é mais de meio mundo. Afinal, exceptuando os dragões, todos nós enfermamos de sonhos mais ou menos iguais, que ou vamos realizando com muito esforço, ou deixamos morrer, por impossíveis.
ResponderExcluirJá recebeu o livro?
Tendo ido quase todos os dias ao correio despachar livros, levei o comprovativo do registo, e tentei saber o que era feito dele.
A senhora foi ver no computador e deu-me um impresso onde diz que o livro entrou no nó de Curitiba dia 8/1/2016 às 10:29:00. E disse que esse é um nó muito complicado que tudo o que por lá passa leva muito tempo para ser entregue.
Um abraço
Gostei do Walfredo, a começar pelo nome,rs Muito legal! abração,chica
ResponderExcluirMuito bom seu texto, acho que todos nós somos Walfredo!
ResponderExcluirTem dia que é assim, podemos criar assim como criou aqui, eu vou sempre para a Mitologia, ela me ajuda a encarar o "reino de Sambunda"!
Abraços amigo André!
Olá André,
ResponderExcluirQue bom que Walfredo o inspira em momentos menos bons. A escrita é mesmo um ótimo instrumento de desabafo. Já tive oportunidade de ver este cavaleiro por aqui-rs.
Reino de Sambunda foi ótimo-rsrs.
Muito bom! Criatividade não lhe falta.
Abraço.
OI aNDRÉ,
ResponderExcluirEu não tenho nenhum bichinho para entrar nas minhas Histórias, então venho cá, para me alegrar.
Beijos
Minicontista2
Um belo texto, gostei e muito obrigado pela visita ao meu blog.
ResponderExcluirUm abraço e continuação de uma boa semana.
Muito bom...
ResponderExcluirDe fato Walfredo consegue mexer também com o nosso imaginário e acho isso fantástico! Pois é muito bom sair de um texto querendo refletir e a personagem faz isso de forma leve, sutil e bem humorada.
Todos nos temos sonhos e muitas vezes queremos ir além, queremos ser aquilo que não somos ou ainda não... Mas o importante, a lição que ficou na minha interpretação, é que todos nós somos peças fundamentais dentro de uma única engrenagem chamada sociedade, independente do que façamos. E quando estamos um pouco chateados com a vida, essa reflexão nos faz perceber que não podemos deixar a peteca cair, para podermos assim matar com entendimento e disposição os dragões do cotidiano.