-
Senhor! - falou o menino interpelando um homem que passava pela praça. - O
senhor num compra umas bala que eu tô vendeno?
-
Balas? - respondeu o homem olhando pra'quele menino de roupas muito sujas e
chinelos pequenos para seu pé. - Quanto é?
-
Treis real senhor. Eu tô vendeno pra ajudá minha mãe e meus irmão pequeno.
-
Quantos anos você tem?
-
Onze ano senhor.
-
E onde está a sua mãe? - Perguntou o homem encabulado com uma criança daquelas
tendo que ficar por aí trabalhando em vez de estar numa escola estudando.
-
Minha mãe tá no farol ali da frente vendeno bala também.
-
E seu pai?
-
Não conheço ele, senhor, nem minha mãe conhece.
-
E seus irmãos, onde está o pai deles?
-
Não conheço, senhor.
-
Hummmm - falou o homem coçando a barba e franzindo a testa - tudo bem, eu não
costumo fazer essas coisas mas vou te ajudar, me dá aí dez reais de balas.
O
menino sorriu e deu ao homem um punhado de balas. O homem foi embora enquanto o
menino ficou olhando até que ele virasse o quarteirão. Então o menino deu a
volta na praça e chegou até um banco do outro lado onde um homem estava sentado
tremendo feito uma vara verde enrolado nuns trapos velhos. O menino chegou e
deu a nota de dez reais pro homem que falou:
-
Vai lá e compra esse dinheiro de pedra. Vai depressa, que eu não tô aguentano
mais!
O
menino foi até o banheiro da praça, onde outro homem estava sentado num
banquinho. Ele chegou, deu a nota de dez reais ao homem, que lhe deu uma porção
pequena de crack. O menino pegou o crack e levou até seu pai.
Metade
do serviço do dia estava completo, agora, faltava ele comprar mais uma porção
de crack pra sua mãe, e um litro de leite, pra ele e seus quatro irmãos.
Oi André,
ResponderExcluirOnde estão os Direitos da Criança e dos Adolescentes? Todo mundo "borra" quando vê uma situação dessa e nada acontece. Esse é o país em que vivemos e olha lá se não morrermos por uma bala perdida, e nada acontece.
Perdi o sono!!
Beijos no coração
Lua Singular
Obrigado por vir e pelo cometário Lua! Realmente a situação é de perder o sono...
ExcluirUma realidade mais frequente do que se pensa. E ninguém faz nada. Mas se um pai, ou uma mãe, por qualquer coisa, perde as estribeiras e dá um tabefe num filho na rua, aqui d'el rei, que maltrata a criança, e são bem capazes de chamar a polícia. Pelo menos aqui é assim.
ResponderExcluirUm texto muito triste amigo André. Tanto mais triste, quanto sabemos que há milhares de crianças por esse mundo de Cristo, passando por isso.
Obrigada pelo comentário no Sexta.Você é muito gentil.
Um abraço extensivo à família. Tudo de bom para vós.
O comentário em seu blog foi verdadeiro Elvirinha!
ExcluirBom dia amigo André, texto que mostra a triste realidade de muitos, principalmente em cidades grandes!
ResponderExcluirAbraços e tenhas um bom domingo!
Um abraço Ivone!!!
ExcluirUm texto triste - mais ainda porque faz parte da realidade actual.
ResponderExcluirPais desgraçados, filhos sofredores candidatos a quê?
Pobreza sempre existiu,lembro os anos 50 - mas crianças a pedir para satisfazer vícios, não recordo.
Como diz o Poeta "O mundo não é mau não é ruim, agente é que faz o mundo assim..."
Bom Domingo, com um abraço de Portugal.
Dilita
Obrigado Dilita! Portugal é um país que ainda vou conhecer!!!
ExcluirQue quadro tão deplorável...porém e o mais grave existe por aí.
ResponderExcluirAbraço amigo.
Irene Alves
Um abração Irene.
ExcluirCruel realidade dos tempos de hoje. Cracolândias espalhadas por todo o país, à luz do dia, parecendo zumbis. O fim da raça humana. E ninguém está nem aí.
ResponderExcluirPior que não, meu amigo.
Excluir
ResponderExcluirPior que costuma ser a dura realidade.
Às vezes, nego dinheiro a pedintes, principalmente crianças, com receio de estar alimentando vícios. Prefiro comprar algum alimento, pães ou biscoitos.
Nem o governo ou entidades assistenciais conseguem salvar os viciados, pois isto dependeria principalmente da vontade deles. O mais triste é ver crianças sendo utilizadas como instrumentos para arrecadarem dinheiro para alimentar o vício de quem deveria estar cuidando delas. Um quadro desolador.
Abraço, André.
Desolador mesmo. Triste mas real.
ExcluirUma excelente história, apesar das tragédias bem reais que ela revela.
ResponderExcluirEm poucas palavras disse muito. Parabéns pelo texto, gostei imenso.
Continuação de boa semana, caro amigo André.
Um abraço.
isto é mau demais...fiquei com um nó na garganta, pois, acho que é baseado em factos reais.
ResponderExcluirgostei da maneira como escreveu.
um abraço
bom domingo
:)