Eu escutei um pastor muito querido, falando:
— Historicamente, não bíblicamente, Flávio Josefo escreveu que Jesus ressuscitou no terceiro dia!
"Como?" — eu pensei, vasculhando lá no fundo da minha cachola. — "Flávio Josefo falou isso?"
Me desculpem começar o texto assim, afobado e sem dar explicações, isso é porque esse assunto na minha humilde (pero no mucho), opinião, é muito interessante.
Antes de tudo tenho que te explicar (se você já não souber), que Flávio Josefo era um cronista quase contemporâneo a Jesus. Se não foi exatamente contemporâneo, esteve ali bem perto.
Hoje ele seria um tipo de repórter que escreve nos jornais, TVs e sites.
Seus escritos acabaram virando os documentos de uma época e servem como fonte de pesquisa para estudos nos tempos atuais.
Encucado com essa afirmação do pastor eu fui pesquisar e descobri umas coisas interessantes:
Uma delas é que o exemplar mais antigo que temos hoje desse artigo onde Flávio Josefo fala sobre Jesus é do século XI. Mas o original onde ele teria escrito, seria mais ou menos de 90 d.C., ou seja, mil anos antes.
Como sabemos — porque não somos orelhudos — na Antiguidade não existia internet, nem jornal, nem revista e muito menos livros impressos. Tudo era passado para a posteridade pela tradição oral, (de boca a boca), ou copiado de um pergaminho para outro, e para outro e para outro... geralmente pelos monges copistas.
Os monges copistas, apesar de sua fé, trabalhavam para a igreja, e por isso, existem indícios fortíssimos que Josefo não escreveu sobre ressurreição, mas apenas escreveu sobre a pessoa de Jesus e de seus feitos em vida.
Mas estudar o passado pode ser um problema.
Aqui do lado de onde eu trabalho, a três quarteirões, existe um terreno que estava há muito tempo para a venda e ninguém comprava. Até que um homem que veio de outra cidade comprou e começou uma construção.
Acontece que com 2 metros de fundação já brotou água nas colunas, e por isso o homem teve que fazer brocas de 28 metros, até alcançar a rocha, abaixo da água. Isso deu o maior bafafá, porque o homem se sentiu enganado.
Eu, curioso, comecei a perguntar para os velhinhos que conheço sobre aquele terreno e obtive respostas que não batem umas com as outras.
Um me disse que ali, onde é o terreno, era uma mina d'agua que jorrava sem parar. Era até a nascente de um córrego, e ele se lembra de ir buscar água ali para sua mãe.
Outro me disse que ali era uma lagoa, e que nadou muito e pescou muito naquele lugar.
Outro me disse que a lagoa era no quarteirão de cima, e que dessa lagoa saía um rego d'agua que passava naquele terreno.
Outro me disse que ali era um brejo e que ele ia nos finais de semana caçar rãs nesse brejo junto com seu pai.
Todos eles juram que lembram de tudo claramente e que estão falando com toda certeza.
Então... E o Flávio Josefo? Se a gente não consegue ter certeza, entrevistando pessoas vivas que conheceram o terreno que brotou água, como é que vamos saber se algum monge, a pedido de algum padre, ou cardeal, ou até do Papa, não acrescentou o episódio da ressurreição no documento do cronista?
Aqui, a resposta só pode ser uma: Se para a sua fé, é importante que o Josefo tenha escrito sobre a ressurreição, então acredite que ele escreveu.
Mas, se sua fé em Cristo for a mesma independentemente do que Josefo tenha escrito, então esqueça esse assunto — porque parece que ele não escreveu mesmo...
Interessante e reflexivo texto.
ResponderExcluirCada um tem a sua fé (e eu sou católica), mas devemos manter sempre o espirito aberto, pensando e refletindo no que ouvimos, seja em relação a temas teológicos, ou a outros assuntos quaisquer.
Abraços e bom fim de semana
Olá Maria!
ExcluirO importante é ter fé, né minha amiga, e também aceitar que todos tenham sua fé individual.
Um abraço!
Josefo era historiador judeu mas trabalhava para Roma. Entre os especialistas é fato consumado que Josefo escreveu sobre Jesus mas não com toda essa referência e espanto pela figura milagrosa como está no formato do texto que temos hoje. O texto foi sendo alterado ao longo dos séculos por copistas cristãos que piamente, queriam dar uma corrigida e complementada no que Josefo tinha escrito. Hoje isso daria até processo...
ResponderExcluirNossa memória é estranha. Muitas vezes temos certeza que algo aconteceu do jeito que lembramos e na verdade ela aconteceu de forma diversa e pior, nem aconteceu! Essa questão é até estudado pela psicologia.
Olá Dudualdo.
ExcluirA nossa história é cheia desses pormenores. A gente não tem como ter certeza das coisas. Talvez seja isso que torna essa matéria tão interessante.
Olá, André!
ResponderExcluirEu creio mesmo na Ressurreição e na fé onde fui batizada. É dom e não merecimento meu, claro!
Assim que vou esquecer, como recomendou...
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos
Kkkkkkkkkkkkkkk, isso mesmo Rosália!!!
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