quarta-feira, 26 de junho de 2024

Vozes periféricas

 
Eu assisti uma reportagem falando sobre a retirada de vendedores ambulantes de àreas de comércio nas grandes cidades do Brasil. Um dos vendedores, chorando, disse que não tem o que fazer a não ser vender seus produtos. Disse que já procurou emprego com carteira assinada, mas por ser analfabeto não conseguiu nada.
Aí, eu me lembrei desse texto, que escrevi há mais de 10 anos, lá no inicio do blog. Infelizmente ele está e parece que vai continuar atual, por muito tempo.



E aí irmão? Tudo beleza? Tamo junto aí, tá ligado? Se piá algum pobrema é só falá cum nóis, qui nóis tá na área e si relá ni nóis é penalti irmão, i si fô penalti, aí fudeu mano, a casa cai... 

Cê si ligô maluco? Então se liga!

Vô falá uma realidade agora aqui mano. As autoridade tá de brincadêra cum nóis aí maluco. Os hômi num qué deixá nóis vendê os produto chinêis aqui na cidade. Eles tão falano qui nóis é ligado c'os tráfico, mais nóis num semo não irmão! 

Nóis vende é produtos diferente. Nóis vende as coisa eletrônica e umas rôpa di marca. Nossas marca é igual as dos bacana e aí os cara pira, tá ligado? Porque nossas rôpa é igualzinha as que tão nas vitrine, só que é menos da metade dos preço! Isso dêxa os home maluco cum nóis. 

Os patrão tão de bronquinha ca gente e tão jogando a policia em cima di nóis, véio. Os homi não tão dexano nóis fazê as correria. Depois, os mano, comerciante alternativo daqui vira tudo ladrão e as autoridade vão falá qui ainda não tem culpa di nada. Mas como qui não tem culpa?

Vô falá a real, pega a visão! Na verdade as autoridade só lembra di nóis na época das eleição, tá ligado? Vem os bacana aqui, pega as criancinha, dá bejim nas criancinha, pága pipoca pros mano, pága docinho pras mina, pága umas garrafa di pinga pros sinhô alcólatra, i depois di eleito os cara vira fumaça. 

Nunca mais aparece na comunidade até a otra eleição. Ai eu te pergunto irmão, i as obras social qui os dotor prometeu pra nóis? I as escola boa, i as oportunidade que eles fala nos palanque? Os cara num presta irmão, é tudo uma cambada de hipócrita véio, i o pior é que na próxima eleição, os mêmo dotor aparece aqui, cas mesma cara de anjinho, beijano as criancinha di novo. E o pior é qui nóis entra na deles di novo e vóta nos mesmo ladrão.

As criancinha lá de casa tá chorano quereno leite. Onde é qui eu vô arrumá leite si eu não vendê os produto chinêis? Explica pra mim aí irmão?

Os patrão num mi contrata pra nada purque eu nem sei falá qui nem os bacana, eu só sei conversá errado em com as gíria no meio. 

Fazê o quê véio? Eu aprendi assim! 

Nas rua a gente aprendi assim... 

Mas eu num sô ladrão mano, sô genti boa e trabalhador. Quando os patrão apertá mêmo nossos comercio, e não tivé mais como eu fazê meus corre aqui, eu vô catá latinha, vô catá papelão, vô trabalhá di servente di pedrêro, eu dô meus pulo irmão. 

Eu nunca me envolvi c'os tráfico, tá ligado? E tem mais um monte de irmão aqui que também nunca se envolveu. 

Mas os bacana põe nóis tudo na mesma panela e acha qui nóis é tudo maloquero, só porque nóis num sabe lê, num sabe falá direito e porque nóis é feio... Mas se liga aí irmão, no meio dos feio também tem gente boa. 

Tá faltano é os dotor das eleição dá uma ajudinha pra nóis... Se num fô pra nóis pelo menos pras criancinha que vem vino aí na sequência... Quem sabe as próxima geração acaba melhorano aqui na comunidade e ocêis olha pra elas como se fosse gente.

Agora, vô sai fora aí irmão, tenho qui vendê uns produto e fazê meus corre! Dinhêro tá difícil, tá ligado? 

Falô irmão! Tamo junto aí! Se piá algum pobrema é só falá cum nóis, nóis é feio mais é gente boa, e já te falei maluco, nóis tá na área e si relá ni nóis é penalti!



segunda-feira, 24 de junho de 2024

Pinhão: a maior mentira do Brasil

 



Ontem eu, que sou um masterchef de final de semana, fiz um arroz com pinhão e ervilhas frescas.

Gente, a maior mentira, fakenews, conto da carochinha, lenda urbana e falsidade do Brasil, é essa conversinha dos catarinenses e alguns gaúchos, de que o pinhão é "facim" de descascar!

Bah tchê! É só apertar a bundinha que a castanha já pula!

PULA O CARAMBA! MENTIRA!

Todo ano eu assisto no youtube os catarinas descascando pinhão na maior facilidade e caio no conto do pinhão! Seus embusteiros!

Todo ano minha esposa vê pinhão no mercado e olha pra mim com aquela cara de pidona e pronto! Lá vou eu de novo ficar 3 horas descascando 500 gramas de pinhão!

Pinhão nem deve ser de Deus!

Já cozinhei 30, 40, 60 minutos, uma hora e meia, 24 horas, duas semanas seguidas e é mentira! O pinhão não sai fácil nunca! A casca não amolesce nunca! Os catarinenses e gaúchos mentem!

Eles mentem porque tem que vender seus pinhões para os paulistas burrões iguais a mim!

Bah tchê! É só apertar a bundinha que a castanha pula!

Vou apertar sua bundinha seu mentiroso! Pra ver se você pula...

O pior, é que não sei se é porque demora muito pra fazer e a gente fica com fome, ou se o pinhão é bom mesmo. Mas o meu arroz com pinhão e ervilha ficou sensacional!

Eu fiquei pensando em uma saída para o dia do pinhão aqui em casa e já sei o que vou fazer no ano que vem... Vou no mercado sozinho e não vou deixar minha esposa ver o pinhão. Pronto!

O pior é que ela gosta tanto, que eu não vou ter coragem de fazer isso com ela.

Então, pra agradar meu "armorzim", lá vou eu assistir 365 vídeos dos catarinas mentindo, fazendo efeitos especiais e jogos de câmera, pra maquear a limpeza dos pinhões e vou acreditar de novo.

Pinhão nem deve ser de Deus! E estou pensando se os catarinas também não são...



quarta-feira, 19 de junho de 2024

Embalagem ou qualidade?

 



     Não adianta você falar que não! Porque eu sei, que você também é bobão igualzinho a mim, e sim... Você escolhe as coisas pela embalagem!

     Se o molho de tomate tiver um macarrão lindo e gostoso na embalagem, você prefere comprar esse, do que aquele que tem só um tomate na foto do rótulo.

     É assim mesmo!

   Um livro com uma boa capa, tem mais possibilidade de vender do que o que não tem uma capa chamativa.

    Um menino bonito igual eu era, tinha menos possibilidades de arrumar uma namoradinha, porque na verdade a minha beleza era interna, e ninguém quer saber de beleza interna!

     Quem arruma namorada ou namorado pela beleza interna?

     Tudo bem que depois, a beleza interna acabe contando para a duração da paixão e a transformação dessa paixão em amor... Mas no começo? Beleza interna??? Ah vá... Duvideodó!

     Uma sorveteria aqui da cidade vende um sorvete ruim. Horrível! Pura gordura e gosto sintético. Mas eles enfeitam o sorvete com corantes bem chamativos, colocam em taças de cristal, enfeitam com chantili, com castanhas picadas, jogam caldas de chocolate, morango e kiwi, que escorrem pela taça. Fica lindo! Aí eles tiram fotos desses copos maravilhosos, postam no instagram e racham de vender. Enquanto outra sorveteria, em que o dono é mestre sorveteiro, que faz sorvetes artezanais deliciosos, com frutas de verdade, leite de criadores de gado leiteiro da cidade, com baixo nível de açucar e qualidade infinitamente superior, mas que não maqueia seu produto com essas caldas e fotos e mentirinhas, vende muito menos.

      Aí está o problema.

     Nós somos "zóiudos"! Compramos pelo visual. Mandamos essas imagens para o cérebro, que manda para o estômago e geralmente nos ferramos.

    Até com as namoradas muito bonitas. Ops! Não que não existam mulheres e homens lindos e fiéis, honestos, educados, sinceros, gente boa etc... Mas é mais difícil para os lindos serem fiéis, porque eles são muito cobiçados e alguns são narcisistas. Infelizmente em alguma época da vida, onde o indivíduo ainda não chegou à maturidade, eles se comportam como lindos e malvados. Infelizmente é verdade.

    — Ah... — você deve estar me cornetando — Então eu tenho que escolher livro de capa feia, namorados feios, preodutos de rótilo feio?????

     Não, meu filho! Não é isso que eu estou falando. Eu estou falando sobre saber escolher e dar valor à qualidade. 

   Se a qualidade vier em uma embalagem linda, aí é felicidade plena, mas se ela vier em uma embalagem mais ou menos, nós temos que optar por ela! 

     Optar pela qualidade é sempre o melhor a se escolher.

    Entendeu?

     Ainda bem que minha linda esposa não ligou muito pra embalagem...




sexta-feira, 14 de junho de 2024

Tudo por um fio...


Leticia acordou cedo.

Estava feliz porque era sexta-feira, e hoje ela tinha um encontro com suas amigas do colegial, que há muito tempo não via.

Radiante, ela tomou seu café, e depois foi para o banheiro tomar um banho demorado para começar com o pé direito, porque esse dia prometia muito.

Enrolada na toalha, ela foi até a sacada de seu apartamento e com a escova de cabelos na mão, e olhando para a cidade e o nascer do sol, penteou seu cabelo, sentindo a brisa que batia em seu rosto.

Um fio de seus longos cabelos loiros se desprendeu da escova e ao sabor do vento, serpenteou no ar, levado para cá e para lá, caindo devagar, até que se prendeu no capacete de Cláudio que apressado corria com sua moto, voltando para casa, cansado, porque trabalhara a noite toda, como chapeiro em um quiosque de lanches, na praça ao lado.

"É sempre assim!" — reclamava Claudio consigo mesmo. — "De quinta, até domingo, o quiosque fica aberto até o dia amanhecer e depois a gente ainda tem que limpar tudo antes de ir embora! Já estou de saco cheio disso."

Ele corria com sua moto, querendo logo chegar em casa, para dar um beijo em sua esposa que era manicure, antes dela sair para o trabalho e dar um beijo também em sua filha, que saia cedo para ir para a escola.

Cortando o trânsito e ultrapassando os sinais vermelhos, ele enfim conseguiu chegar em casa há tempo de ver sua familia.

— Oi amor! — ele disse dando um beijo em Karla, esposa, que o recebeu no portão de casa.

— Oi Claudio! — respondeu ela retribuindo o beijo, mas com uma cara não muito amável. — Você demorou muito!

— Ah, Karlinha... Você sabe como é o Arnaldo! Ele quis, porque quis, que a gente lavasse todo o quiosque antes de ir embora! Como se a gente não estivesse cansado!

— Eu já te disse que você deveria trabalhar em outro lugar. — respondeu ela pegando o capacete e as chaves da moto com o marido. — Você é um cozinheiro profissional, pode trabalhar em restaurantes renomados e não em quiosques de lanche.

— Eu sei disso! — replicou Cláudio abrindo os braços. — Mas o Arnaldo me paga muito bem, você sabe disso.

— Paga mesmo! Mas suga seu sangue até o fim.

Nesse momento a Kombi escolar buzina em frente a casa e Cíntia, a filhinha deles sai apressada, com a mochila nas costas.

— Oi papai!

— Oi minha neguinha linda! Dá um beijo aqui.

— Só um beijinho e um abraço rápido — falou a mãe apressando os dois, porque o motorista da Kombi estava com cara de poucos amigo.

Cintia beijou o pai, a mãe e saiu sorrindo para seus amigos, que a esperavam dentro da perua escolar.

Foi só a filha subir no carro e virar a esquina, que Karla se vira para o marido, com os olhos vermelhos e marejados e uma feição de raiva!

— Eu quero saber quem é essa vagabunda?

— Como? — respondeu Cláudio assustado com a mudança de atitude da esposa. — Que vagabunda?

— Essa loira que você estava!

— Loira que eu estava? Cê tá maluca?

— Maluca? Olha aqui seu safado! Olha o tamanho do cabelo nesse capacete! — gritou Karla segurando o fio de cabelo com cara de nojo.

— K... K... Karla, meu amor! Eu não sei do que você está falando. Eu não sei que cabelo é esse!

— Não sabe? — retrucou a esposa avançando contra o marido querendo lhe bater com o capacete. — Seu sem vergonha.

— Calma minha filha! Vai me bater agora?

— Vou, seu cafajeste! Com essas vagabundas por aí, e querendo falar com a maior cara de pau, que estava lavando quiosque?

— Uai! Liga pro Arnaldo e pergunta!

— Você acha que eu não sei que ele é outro safado igual a você e que vocês combinam as coisas?

— Amor...

— Amor o cacete!

— Karla, — insistiu Claudio em meio a um suspiro — deixa de bobagem! Eu não sei de quem é esse cabelo! Deve ter enroscado no capacete no meio do caminho...

— Enroscado no meio do caminho? Era só o que me faltava! Ele acha que eu sou idiota!

— Eu estou falando a verdade meu amor!

— Já te falei que meu amor é o cacete, seu... Seu... Seu traidor! Seu traidor! TRAIDOOOOORRRRR!

 — Karlinha, se acalma!

— Olha... Eu vou trabalhar porque tenho hora pra chegar naquele salão... Mas na hora do almoço a gente termina essa conversa, e eu vou querer saber o nome dessa vagabunda!

Cláudio franziu a testa e suspirou, olhando para sua esposa que saia de moto sem lhe dar um beijo e sem olhar para trás... Ele a amava, mesmo sabendo que ela tinha esses rompantes de ciúme. 

Ele tinha a consciência tranquila, porque nem olhava para mulher nenhuma, que não fosse a sua Karlinha.

Ele sabia que a briga ainda teria mais episódios, mas que no fim, fariam as pazes e continuariam uma família feliz.

Karla chegou aflita no salão onde trabalhava e sua patroa a esperava olhando para o relógio.

— Que cara é essa? Essas olheiras de choro?

— Aquele safado do Claudio.

— Safado do Claudio? Deixa de ser boba menina! Todo mundo sabe que ele te ama e não tem olhos pra outra mulher.

— É... Eu é que sei o sem vergonha que tenho em casa!

— Tá bom... Vai lá dentro e lava esse rosto, anda logo, porque tem uma cliente te esperando.

Karla atravessou o salão em direção ao banheiro, e no caminho sorriu para a cliente, linda, loira e sorridente, que a esperava.

— Oi Leticia, — cumprimetou forçando um sorriso. — Só um instantinho que já vou!

— Eu espero Karla, fica tranquila! Hoje quero ficar com as unhas perfeitas, porque vou rever umas amigas da época do colegial, e tenho que parecer a mais linda da turma.



quarta-feira, 12 de junho de 2024

Vocês conhecem uma criança ansiosa?



 


    Vocês sabem o que é uma criança ansiosa? Tipo aquelas crianças que na véspera do feriado ficam até com febre?

    Então! Essa criança sou eu.

    Uma criança de 51 anos.

    Acontece que um amigo meu que estava sumido a mais de 25 anos, vai voltar dia 3/7. Talvez vocês até o conheçam, ele se chama Axel Foley.

    Conhecem?

    Então... Ele é o policial interpretado pelo Eddie Murphy na trilogia: Um tira da pesada.

    Eu, quando era criança queria ser 3 pessoas quando crescesse: O Jerry Lewis, o Peter Parker e o Axel Foley.

    Eu lembro que até imitava a risada dele, quando ria de verdade, e minha mãe um dia disse que eu estava parecendo um tonto!

    E o pior é que hoje eu sei que parecia mesmo!

    Eu também imitava as caretas do Jerry Lewis, e uma vez pulei de cima da casa em um monte de areia, porque eu "era o Homem Aranha."

    Mas o tempo passou, e a minha parte criança ainda está aqui.

    Eu escuto punk rock na altura máxima, gosto muito de filmes de ação sem histórias complicadas, rolo no chão brincando de luta com minha cachorra, gosto de livros policiais e sou leitor fanático de histórias em quadrinhos. 

    Tem gente que critica. Outro dia vi uma pessoa falando que ler histórias em quadrinhos não é coisa de adulto. Certamente essa pessoa nunca leu, ou não leu atualmente, pois não sabe o que está falando. E aliás, pra falar a verdade; eu não estou nem aí...

    Voltando ao assunto do meu amigo Axel, no dia 3/7, o novo filme: Um tira da pesada 4, vai estrear na Netflix. E eu, (criança ansiosa), estou seriamente pensando em passar da meia noite do dia 2, só pra assistir o filme no dia 3.

    É... estou pensando nisso, mas não sei se vou fazer... Porque como toda criança, uma das coisas que eu também gosto de fazer é dormir. Então vou pensar...

    Pelos traillers que eu ví, parece que esse filme vai ser até melhor que os outros três. 

    Bom, na verdade, sem muito esforço, pelo menos ele vai ser melhor que o terceiro, que não foi muito bom. 

    Só os bobos, iguais a este que vos escreve, é que gostaram do terceiro filme. 

    Mas eu não estou nem aí!

    Mesmo se o filme não for bom, só de me reencontrar com o amigo Axel Foley, já vai valer a pena.

    Marquem aí: Dia 3/7 na Netflix!




segunda-feira, 10 de junho de 2024

Aos gaúchos

 

        Vocês que me acompanham no blog, sabem que eu não sou muito bom com poesia, mas de vez em quando... Bem de vez em quando, um sentimento me toca e eu arrisco escrever algo. O povo gaúcho merece.

   

Outrora bravos camponeses.

De grandiosas vitórias e orgulho regional.

Desbravando a serra e acampando nos Pampas.

Mostrando ao restante do país seu valor.

Trouxeram de outro continente.

Seus costumes, sua língua e sua gente.

Miscigenaram com os que aqui estavam e se nomeram: Povo gaúcho.

Ensimesmados! Sim... Mas sem deixar de fazer parte do todo.

Tiveram líderes locais, e líderes importantes para o país.

Na arte, musica, filmes e literatura. 

Foram Engenheiros, Veríssimos, Pimentinhas e tanto mais.

Colocaram, pão, leite, carne e vinho em nossas mesas.

Mostraram que tem como ser moderno, sem perder a tradição.


Mas algo esse ano aconteceu! Infelizmente, o céu despencou em lágrimas e a àgua inundou a planície gaúcha.

O Guaíba transbordou!

A morte o desespero a tristeza! O final de estórias. 

Estórias e vidas.

O Rio Grande do Sul sofreu seu pior revés.

Os gaúchos viram seus lares, seus amigos, seus pais, filhos, vizinhos e até seus animais de estimação. 

Desaparecerem...

O Brasil chorou.

Pessoas se comoveram.

O mundo se comoveu...

Mas... Será o apocalipse para essa parte do país?

Eu digo que não.

A água vai baixar seu nível.

O Guaíba vai correr tranquilo mais uma vez.

E o povo gaúcho vai mostrar, que mesmo com a tristeza de suas perdas. Vai vencer mais uma vez.

Vai mostrar sua força, vai revitalizar suas tradições, vai mais uma vez, florescer!

        E daqui a um tempo...

... Voltar a sorrir.



sábado, 8 de junho de 2024

À PROCURA DO CAMINHO

 


            Eu estou passando por uma fase estranha, no que diz respeito à escrita.

            O que já foi uma das terapias mais legais e assertivas que eu conhecia, agora parece um fardo. Uma coisa que sei que foi um presente de Deus pra mim, e que eu acho que tenho uma certa “responsabilidade” em corresponder com esse presente, mas que no momento não tem me deixado tão alegre ou empolgado.

            Principalmente depois que escrevi meus dois primeiros livros e conheci um pouco do que é o mundo da literatura, eu me decepcionei um pouco.

            As editoras não estão procurando obras literárias, histórias boas, enredos emocionantes, português bem escrito e desenvolvido! Elas estão procurando pessoas que tem muitos seguidores nas redes sociais, e que por isso seriam um candidato a ter mais chance de vender seus livros.

            Não é mais a arte pela arte, não é mais a literatura pura e simples...

            Outra coisa que me deixou um pouco decepcionado com a literatura, mas que eu não condeno, pois sou da opinião de que cada um tem seu sonho, mesmo que seu sonho seja pago e superficial, são as auto-celebridades-literárias, que alguns autores e agentes literários acham que são. Pessoas escrevem um texto, ou um diálogo em uma crônica e já estão fazendo parte de academias literárias, deixando-se serem chamadas de imortais!

            Eu devo ser bobo mesmo. Não concordo com esse tipo de coisa. Sinceramente eu acho que um imortal, (literariamente falando), deveria ser alguém da envergadura do Érico Veríssimo, ou Machado de Assis. Ou ainda da capacidade da Maria Jose Dupré, do Marcos Rey, do Alexandre Dumas ou Stephen King... Gente desse calibre.

            Mas, como eu disse, cada um tem o direito de pensar do jeito que quiser, e acreditar nas coisas que quiser.

            Eu então, hoje aqui, pensando sobre isso e olhando meu blog, resolvi voltar a escrever nele.

            Escrever minhas crônicas, meus mini-contos, minhas verdades e minhas bobagens.

            Foi aqui que eu comecei a treinar minha escrita, foi aqui que eu aprendi a errar e a acertar. Foi aqui que eu me apaixonei pela escrita.

            Então amigos, se escrever aqui voltar a me dar prazer, eu vou insistir e reativar essa página, que tem mais de 10 anos e incontáveis textos de épocas distintas da minha vida.

            Vamos ver!