sábado, 11 de maio de 2024

O homem rabiscado

 






            Acabei de ler uma hq chamada: O homem rabiscado, quadrinho escrito por Serge Lehmann, desenhado por Frederik Peters e publicado no Brasil pela editora Nemo.

            O quadrinho conta uma história de fantasia, mistério e de uma maldição que acompanha as mulheres da família Singer, a incontáveis anos.

            Betty é uma mulher comum, filha da grande escritora de livros infantis, Maud, e mãe de Clara, uma adolescente tranquila, alegre e falastrona. Ela trabalha como designer gráfica, sofre de afasia, um problema que a deixa sem voz quando está sob situações estressantes, e aos 40 anos, não sabe mais se vai encontrar algum amor na vida. Na verdade, parece que nem quer...

            Clara está passando uns dias com a avó Maud, porque seu quarto está em reforma e isso complica mais a vida de Betty, porque ela tem que se multiplicar, entre seu serviço, visitar a filha todos os dias e tomar conta do gato da vizinha, que mal-agradecido, não gosta dela nem um pouco. E isso, em meio a uma enorme chuva que assola a cidade a dias, e que parece não ter fim.

            Tudo parecia "tranquilo", até que Maud sofre um AVC e tem que ser internada às pressas, e um ser estranho aparece em sua casa cobrando um pacote que Maud lhe devia, mas que ninguém sabia o que era.

            Pronto! Aqui começaram os mistérios da história!

            Betty e Clara seguem pistas que as fazem viajar até um vilarejo esquecido dos mapas atuais, investigar velhas histórias de bruxas, de sociedades secretas, de golens e do ser estranho, que se mostra ser um assassino cruel e vingativo, mas principalmente, elas vão investigar a própria história de suas vidas, e das mulheres de sua família ao longo dos séculos.

            O homem rabiscado é um quadrinho muito bem-feito, onde o clima aumenta gradativamente e o enredo vai te aprisionando de tal forma, que a gente não consegue parar de ler.

            Os desenhos são incríveis, pois ao mesmo tempo que são simples, são muito elaborados. Em determinados quadrinhos vemos a clara influência de Will Eisner, o que mostra que o desenhista Frederik Peters sabe o que faz e tem boa inspiração.

            Um final bom, que mostra uma situação, que de uma forma quase "quebra-cabecica", (eu sei que essa palavra não existe, mas você entendeu, porque não é burrão), o autor já havia deixado pistas durante a história.

            De 0 a 10, minha nota é 9 com louvor!

            Recomendo! Leiam o homem rabiscado e divirtam-se!



domingo, 21 de abril de 2024

Drácula e os sugadores de sangue alheio

 




Há uns dias, no universo literário das mídias sociais, alguns booktubers se desentenderam e o pau comeu.

O caso se deu quando a editora Darkside escolheu uma influencer para fazer a resenha de seu livro Drácula, um clássico da literatura mundial, escrito por Bram Stoker, e a moça fez a resenha do filme Drácula, de Francis Ford Coppola.

Ixi! Aí deu ruim!

As pessoas perceberam que a tal influencer não sabia o que estava fazendo, e que teoricamente não teria lido o livro, porque o livro e o filme não são iguais.

A “youtubesfera” caiu matando! Comentários e mais comentários na página da moça e também da Darkside denunciando, tirando sarro, zuando, xingando, brigando, cancelando, crucificando, pendurando na forca e se fosse possível, acho que até fariam como o verdadeiro Wlad, “o empalador”, que foi inspiração para o personagem Drácula. Empalariam a moça e toda a equipe da editora.

Uma da maiores booktubers do país, a Tatiana Feltrim, resolveu esclarecer e falar o que realmente acontece nesse mundo de pessoas que aos montes fazem resenhas e cobram por isso, no Instagram, Facebook, Youtube e em outras redes sociais. A verdade é que muitos desses “profissionais”, não tem talento algum para fazer o que fazem, e o pior, alguns não tem caráter e nem leem os livros que supostamente resenham.
Eu mesmo caí em um golpe desses, pois no lançamento do meu segundo livro: Contagem regressiva, uma influencer ofereceu seu trabalho e nós combinamos o serviço. Ela começou a ler o livro em um dia, e no meio do dia seguinte publicou um vídeo com a resenha.

Eu a questionei, porque o livro tem quase 500 páginas, e ela disse que lê muito rápido, e que o livro a prendeu tanto que ela virou a madrugada lendo.

Acontece que ela, na resenha, falou um pouquinho do começo, e um pouco do final do livro.

Então, eu desconfiei que tinha coisa errada e perguntei pra ela:

— Amiga, o que você achou da cena que a bomba explode no supermercado?

— Nóóóóóssssssaaaaaaaaaaaa, essa hora eu fiquei paralisada! Que cena forte!

— E aquela outra cena, onde o ônibus atropela as pessoas na feira?
— Menino... Fiquei de olhos arregalados! Que loucura!

— Então, — eu disse tentando medir as palavras — você é uma cara de pau do caramba! Porque não tem nenhuma bomba e nenhum ônibus no livro! Você não leu o livro, sua mentirosa.

Ela parou de falar e me bloqueou.

Pessoas sem caráter, que fazem isso que essa moça fez comigo, não passam de ladrões. Ela me roubou! Ou me deu um golpe, que no fim das contas, não passa de um roubo.

Foi sobre esse tipo de gente que a Tatiana Feltrim falou em seus estories do Instagram, e que por incrível que pareça, teve gente que achou que ela estava errada.

Na verdade, esses cabeçudos que foram contra a Tatiana, são os “democratas” que policiam a individualidade política das pessoas, dizendo: essa pessoa que votou na direita não presta e essa que votou na esquerda presta.

Um bando de babacas.

Fica aqui a dica para as editoras: Prestem atenção à quem vocês contratam para fazer seus “publis” e depois, chequem se a pessoa fez corretamente ou roubou vocês.

Porque ficou feio para a Darkside hein gente? Não tinha ninguém aí pra ver se a coisa estava certa? Ou nem vocês leram o livro?

Bom... Eu nem quero acreditar, que na editora as pessoas não leram o livro, porque aí seria o fim nosso mundinho literário.

E para falar a verdade, a Darkside tem um capricho enorme com seus livros, que são de muita qualidade editorial. Mas que a coisa ficou feia... Ah... Ficou!