quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Professores de pequeninas vidas

Quando eu era criança e estava na terceira série e tive a sorte de ter uma professora chamada Sônia que revolucionou a minha vida! Até então eu era um meninão bobão, sem idéias que valessem alguma coisa, era apenas um menino triste que tinha problemas com os pais que brigavam muito e não sabiam fazer do nosso lar um lugar legal para se querer viver. Bom mas isso é conversa pra outro dia, o que eu quero falar aqui é sobre como a dona Sônia mudou a minha vida. Dona Sônia era uma professora formada em letras com especialização em literatura e licionava pra crianças de no máximo 9 ou 10 anos, acontece que ela achava que essa idade já era hora da criançada começar a encontrar o que era o verdadeiro mundo dos livros bons, com conteúdo, com autores que falassem alguma coisa que a gente levasse para o restante de nossas vidas, foi então que ela estipulou que em cada semestre nós alunos comprariamos um livro diferente cada um e como a nossa classe era de 30 alunos mais ou menos, ela estipulou que cada um teria obrigatóriamente que ler pelo menos 20 livros por semestre, pois depois de ler um livro a gente trocava com algum amigo! Pronto, taí a fórmula que mudou a minha vida! Eu fui renascendo a medida que lia mais um livro, as idéias começaram a se formar melhor na minha cabecinha de criança, eu comecei a entender melhor as coisas, pessoas e situações, e comecei a ter idéias melhores e sonhar mais. Eu lí todos os 60 livros da classe e no ano seguinte comecei a devorar a biblioteca da escola que por sinal era espetacular, com obras que até hoje tem muita importância literaria e estava tudo alí, pertinho de mim e bastou um empurrãozinho sábio de uma professora que gostava do que fazia para que eu melhorasse tanto na minha vida, me relacionasse melhor com minha familia e com meus amigos! É triste hoje ver adolescentes de 18 anos que mal sabem ler ou escrever, que mal sabem formular uma idéia ou interpretar um texto. É triste hoje saber que muitas escolas são apenas depósitos de crianças e que só servem para que o pai "se engane" achando que o filho está em boas mãos enquanto eles trabalham. Eu não sei por onde anda a dona Sônia, nem sei com quantos anos ela está, mas realmente eu sou grato por ela ter existido na minha vida e peço sempre a Deus que meus filhos tenham uma dona Sônia na vida e peço a Deus que apareçam cada vez mais professoras com essa vontade e índole de educadora de verdade nas escolas desse país tão carente e indefeso que é o país de nossas crianças!

23 comentários:

  1. Que maravilha de depoimento esse! Adorei e temos que torcer por mais e mais D.Elisabeths por aí. É preciso!

    Vejo Neno, meu netinho que aos 5 iniciou sozinho a ler tudo e escrever e desde então não parou mais. Tem uma biblioteca arrumadinha, ele mesmo fez as etiquetas e deve estar tudo certinho lá.

    Quando ele empresta ao primo, dá um bilhetinho e deve ser devolvido,srrs Um amor!

    Lê, mas lê muito mesmo e talvez por isso, escreve sem erros quase e tem idéias muito acima das dos seus coleguinhas.

    Adorei tua crônica! Valeu! abração,chica

    ResponderExcluir
  2. Pois é, André... professoras como essa Dona Elizabeth ainda existem aos montes por aí, professoras DEDICADAS e EMPENHADAS com o seu trabalho e, principalmente, INTERESSADAS mesmo em melhorar a APRENDIZAGEM de uma criança! É uma pena somente que o Governo e outros órgãos não dêem a verdadeira importância que essas "Donas Elizabeths" mereciam tanto!!!

    Abrs!

    ResponderExcluir
  3. Boa noite meu amigo querido!
    Sua crônica me fez retroceder no tempo,onde minha professora se chamava Neusa Freire...da qual dedico minha veia de escritora à ela...
    Bjsssssssssssssssssss

    ResponderExcluir
  4. Oi Dedé, muuuuito bom!
    Minha grande professora, por acaso, foi minha mãe, na segunda série do primário. Quando eu chamava ela de "mãe" em sala de aula, depois ouvia em casa muuuito!
    Mas,parabéns para dona Elizabeth, com certeza ela fez um bem enorme para vocês, ao criar o hábito de leitura, pelo menos a quem, como você, entendeu o "recado" dela!
    Abração, amigo!

    ResponderExcluir
  5. Eu tinha uma professora assim tambem, o nome dela era Stela...incrivél em como algumas coisas, nos amigos de blogosfera temos tanto em comum. Obrigado com a força de sempre André, e por ser um otimo amigo de blogosfera !

    ResponderExcluir
  6. É, André, tá difícil achar gente boa assim com vontade de ensinar.
    Eu tive poucas professoras assim, mas elas me marcaram bastante. Legal vc lembrar desta.
    Abç

    ResponderExcluir
  7. Olá Andre
    Realmente existem pessoas que marcam o nossa vida para sempre. O gosto pela leitura deve sr incentivado na infância,pois ler; é desvendar a vida.
    Grande abraço

    ResponderExcluir
  8. Os prof fingem que ensinam, as crianças fingem que aprendem e o governo finge que tudo está bem.

    Assim, vivemos em um paraíso fiscal.

    Fiscal? oh sim, era sobre escola. Assim vivemos em um paraíso, cheio de sábios literatas.

    Passando rapidinho pra um abraço

    ResponderExcluir
  9. A minha foi a Zéfinha (Maria José Araújo)uma professorinha que até hoje (Após 52 anos) pelo menos uma vez ao ano ligo para ela que está em Mogi Mirim.
    Até teatrinho a gente fazia.
    Realmente como seria bom se o poder se comprometesse com a educação e que os professores tivessem todos o talento e a dedicação e fossem mais respeitados como mestres.
    Tenho certeza que este país melhoraria consideravelmente em pouco tempo.

    ResponderExcluir
  10. André, eu tbm tive algumas professoras assim.
    Olha, elas ainda existem aos montes, o problema é que não são reconhecidas pelo trabalho que exercem.
    Abraços e Ótimo final de semana =*

    ResponderExcluir
  11. Olá, Mansim! Tudo bem?

    Poxa, dona Elizabeth foi um primor em sua vida. Veja a importância de um professor na construção da mentalidade de uma criança... E assim deveriam ser todos os professores, ensinar aos nossos pequenos o valor das grandes obras, dos grandes mestres. Quantos tesouros estão por aí, esperando apenas olhinhos curiosos e quem sabe, transformá-los em grandes pensadores e escritores. Infelizmente, até mesmo os adultos de hoje tem preguiça de ler bons livros - perderam-se no mundo virtual, no mundo das salas de bate bapo e afins.

    Abraços, Mansim! Adorei o texto!!!

    T.S. Frank
    www.cafequenteesherlock.blogspot.com

    ResponderExcluir
  12. Como faço para pegar o código do teu banner para colocar lá no Café?

    ResponderExcluir
  13. Anônimo20.8.11

    Fala André,
    Beleza de depoimento que você presta para sua professora. Parabéns mesmo!
    E tens total razão quando fala da juventude de hoje em dia que castiga a língua portuguesa com uma crueldade incrivelmente absurda.
    Abraço e bom final de semana.

    ResponderExcluir
  14. André.. ta explicado porque vc escreve tão bem assim...

    Olha..as vezes as pessoas não tem noção do bem e da influencia que elas nos trazem..

    Conheci várias Elizabeths..

    Hoje na era do: e ai Mamu, bele?
    shshsusshjshs, tipo assim, pô meu..rsrs e por ai vai..

    E ainda vem esta reforma ortografica..pergunto pra que??

    Bjkas....gosto muito de ti viu??

    ResponderExcluir
  15. Genial essa professora! Eu sempre lia forçadamente os paradidáticos da escola e podia ter lido muito mais, mas não tinha vontade. Por isso eu ainda tem preguiça de ler e leio devagar, muitas vezes, o que não é legal. Vim gostar mais de português só no 3º ano do ensino médio, adivinha porque? Porque o professor ensinava muito bem, tão bem que mal precisava estudar em casa, ele forçava os alunos a aprender na aula, meio que por osmose hahaha. E agora eu quero ficar lendo e lendo, mas não tenho tanto tempo... Bem que eu podia ter tido uma prof. Dona Elizabeth! =T

    (:

    ResponderExcluir
  16. A professora que mudou a minha vida e me fez descobrir a vocação, mesmo que na época eu ainda não me desse conta direito, foi a Dona Áurea, da 4ª série... lá, em Santana do Livramento (cidade da fronteira com o Uruguai).
    Já adulta e formada há vários anos, reencontrei-a em POrto Alegre, casualmente, na rua. Quando contei que sou jornalista ela não cabia em si de contentamento!

    André, como eu gosto destes teus textos que trazem uma mensagem a partir de fatos da tua vida! Parabéns!!!!

    ResponderExcluir
  17. Bicho, tem um programa na rede TV aos sábados acho, que tem uma disputa entre colégios, e no final tem umas perguntas e cada aluno que acerta, entra no ônibus, e cara, são colégios particulares e as perguntas, as vezes são tão simples e a galera erra feio, ou seja, como são despreparados essa juventude, e em relação às professoras, tive ótimas professoras na infância que moldaram minha vida, são pessoas que fazem parte de nosso crescimento, e que ficam em nossos corações por toda a vida. Belo depoimento esse teu André.


    Abração pra ti.

    ResponderExcluir
  18. Ótima postagem,parabéns...estou seguindo seu blog..
    se quiser acessar o meu é: www.simplesmentejuly.blogspot.com
    abraços

    ResponderExcluir
  19. Perfeito!
    Concordo em gênero, número, grau e intensidade como você, pois se tivéssemos mais professores e menos politiqueiros no mundo, pelo menos o terceiro mundo estaria entre os primeiros e não existiria ou teria lugar para segundos...
    Abraço Andresão!!!!

    ResponderExcluir
  20. Oh, me identifico muito com essa história!
    Uma professora também mudou minha vida; seu nome é Piedade, ela me apresentou o gosto de ler e escrever... de estudar! Faço isso porque gosto não porque sou obrigado.
    Bem, pretendo futuramente ser professor de Língua Portuguesa.
    Adorei.
    Gostei muito e virei sempre aqui.

    Convido-lhe para visitar meu blog, ler e comentar a última parte de contos "Ser Escritor". Irá se surpreender.
    Siga se gostar; sigo de volta, só da um toque.
    (paulobouvier.blogspot.com)

    Obrigado.

    ResponderExcluir
  21. Oi André,
    A postura da D.Elizabeth somente vem reafirmar a importância de um bom professor na vida de uma criança.
    Existem excelentes professores, que amam sua
    profissão, e procuram exercê-la com zelo e competência.
    Lamentável, porém, que o governo não valorize esses profissionais.
    Abraço.

    ResponderExcluir
  22. Ah menino...Você me emocionou. Meus Pais eram Professores e acredita que depois que meu Pai foi embora nós recebemos alguns telefonemas de ex alunos que ao saberem que ele não estava mais aqui, queriam falar sobre ele?
    Cuidar de vidas, é uma responsabilidade imensa e, é tão bom ver os que fizeram da profissão uma missão de vida, serem reconhecidos e lembrados com respeito, carinho e gratidão. Tá D+ sua postagem amigo.

    ResponderExcluir

Obrigado pela sua visita e pelo seu comentário, volte sempre!